Dez coelhos que deram seus pulos na história da Nintendo

Nesta Páscoa, vamos relembrar os orelhudos que foram marcantes para a Big N.

em 12/04/2020

O Domingo de Páscoa tem diferentes significados para cada pessoa. Para alguns, é um momento de reflexão religiosa. Para outros, uma oportunidade de descansar com a família. Também tem aqueles que aproveitam o dia para se deliciar com mil e um ovos de chocolate. Mas, independentemente de como cada um encara essa data, tem uma figura que sempre aparece para todos: o coelho.


O animalzinho de orelhas compridas é o responsável por esconder os doces para que as crianças os procurem, uma tradição que remete à mitologia germânica e aos conceitos de fertilidade e renascimento. Chega essa época do ano e os coelhos estão em todos os lugares: nos mercados, nas propagandas, nas festividades. É como se realmente tivessem saído de suas tocas.

Por isso, para celebrar esse momento especial, vamos relembrar dez coelhos que fazem parte da história da Nintendo. De personagens super famosos àqueles que nem saíram do papel, cada um deu seus pulos junto com a Big N.

10. Zipper T. Bunny (Animal Crossing)


Para começar, o personagem que é a personificação da Páscoa no universo Nintendo. Zipper T. Bunny – ou simplesmente Zipper – é o coelho que aparece na série Animal Crossing durante o Bunny Day, o equivalente do game ao nosso feriado no mundo real.

Nesse evento de tempo limitado, os jogadores são desafiados a buscar ovos espalhados pelo mapa, assim como na Páscoa, em troca de itens especiais. Em Animal Crossing: New Horizons (Switch), o Bunny Day termina hoje, dia 12 de abril, com um aumento no número de ovos para que todos possam fabricar roupas e mobílias temáticas.

Apesar de estar na série desde Animal Crossing: City Folk (Wii), Zipper sempre foi um animal estranho. Todos os outros personagens se sentem incomodados com sua presença e ele claramente tem um zíper nas costas, o qual não quer que ninguém veja. Seria Zipper somente uma pessoa fantasiada?

9. Raving Rabbids


À primeira vista, os Raving Rabbids podem até lembrar a imagem fofinha “de olhos vermelhos, de pelos branquinhos” do coelhinho da Páscoa. Mas, um segundo depois, eles já mostram que não são nada disso. Os personagens criados pela Ubisoft gostam mais é de se divertir e causar o caos por onde passam.

Originalmente, esses seres levados eram vilões coadjuvantes de Rayman na coletânea de minigames Rayman Raving Rabbids (Multi). Apesar de o game ter sido lançado para todas as plataformas da época, foi no Wii que ele se destacou, tanto por ser um título de lançamento do console quanto por usar os até então inéditos controles de movimento. Isso fez com que a Nintendo se tornasse a casa não oficial desses coelhos em consoles de mesa durante o fim dos anos 2000, com lançamentos como Rayman Raving Rabbids 2 (Wii/DS) e Rayman Raving Rabbids: TV Party (Wii/DS).

Devido ao seu humor meio pastelão, os Raving Rabbids começaram a crescer e ganharam jogos solo, como Rabbids Go Home (Wii/DS) e Raving Rabbids: Travel in Time (Wii/3DS). Após ganhar múltiplos títulos em outras plataformas e até uma animação de TV, que pode ser assistida na Netflix, os personagens voltaram à Big N e se juntaram ao mascote mais famoso do mundo dos jogos, Mario, no aclamado Mario + Rabbids: Kingdom Battle (Switch).

8. MIPS (Super Mario 64)/Star Bunny (Super Mario Galaxy e Super Mario Galaxy 2)


Já que Mario foi citado, o Reino dos Cogumelos também tem sua leva de coelhos. Quem já jogou os títulos 3D do encanador deve ter corrido atrás de um ser saltitante para capturá-lo uma vez ou outra. Quem começou essa tradição foi Super Mario 64 (N64) e o coelho MIPS. Nos porões do castelo da Peach, o orelhudo de cor amarela foge pelos corredores quando Mario se aproxima. Quando o herói consegue agarrá-lo, ele o presenteia com uma Power Star.

Além de representar um desafio de movimentação em um espaço tridimensional, MIPS tem uma história mais antiga com o jogo. Segundo o criador de Super Mario, Shigeru Miyamoto, o animal foi criado para realizar testes e interagir com o modelo de Mario durante o período de desenvolvimento. Aliás, seu nome é derivado da nomenclatura do sistema de arquitetura de microprocessadores utilizado no Nintendo 64.

Sua influência foi reconhecida em games futuros da série. Em Super Mario Galaxy (Wii) e Super Mario Galaxy 2 (Wii), há os Star Bunnies, coelhinhos espaciais que desafiam Mario em brincadeiras de esconde-esconde e pega-pega, sendo que alguns deles são, na realidade, Lumas que se transformaram nos animais. Se MIPS foi usado para acostumar o jogador a um espaço 3D, os Star Bunnies ajudam a entender como se mover sobre planetas esféricos que têm suas gravidades próprias.

7. Broodals (Super Mario Odyssey)


Nem todo coelho na franquia Super Mario é bonzinho. Em Super Mario Odyssey (Switch), Mario deve lidar com os Broodals, um grupo de quatro coelhos vilões que também atuam como planejadores de casamentos. Com planos de se casar com Peach, Bowser os contrata para arrumar tudo o que for necessário para o evento. Assim, eles roubam vestidos, anéis, buquês de flores, bolos e outros itens dos diferentes reinos do game. Cabe a Mario enfrentá-los e recuperar esses objetos.

Assim como os Koopalings, os Broodals servem como chefões nas principais missões de uma série de reinos. Cada um possui diferentes ataques, como o uso de bombas, veneno e até chapéus giratórios. Eles têm como chefe a Madame Broode, uma grande coelha que tem um Chain Chomp dourado de estimação.

A base dos Broodals se localiza na Lua, uma referência à história mitologia asiática do coelho na Lua, que diz que há um coelho em solo lunar amassando ervas para criar elixires da imortalidade. Tal conto é inspirado no formato das crateras lunares, que remetem a um coelho com um pilão.

6. Bunny Link (The Legend of Zelda: A Link to the Past)


De uma grande franquia da Nintendo para outra, temos Bunny Link, de The Legend of Zelda: A Link to the Past (SNES). Sim, se olharmos pelo lado técnico, esse personagem não é exatamente um coelho, mas, de fato, é responsável por uma das lembranças mais marcantes de quem já se aventurou neste game.

Em sua jornada em busca dos Pendants of Virtue, os quais precisa coletar para tirar a Master Sword de seu pedestal, Link encontra um portal em Death Mountain que o leva para o Dark World, uma dimensão paralela de Hyrule em que as pessoas se transformam em monstros ou animais antropomórficos que espelham a natureza interior de cada um. Link, ao entrar nesse mundo, se transforma em um coelho rosa, devido à sua bondade, inocência e vontade de ajudar.

Quando está nesse estado, o herói não consegue usar sua espada ou escudo, ficando indefeso. Para voltar ao normal, ele deve achar a Moon Pearl, que, uma vez em sua posse, impede a transformação. Mas é preciso tomar cuidado com os Rabbit Beams, inimigos do Dark World que vão na direção de Link e o transformam de novo em coelho ao encostar nele.

5. Pernalonga


Quando o assunto são jogos dos anos 90, é muito difícil que as crianças da época não tenham se deparado com um game protagonizado por talvez o coelho mais famoso do mundo: Pernalonga. É praticamente impossível listar absolutamente todos os títulos em que o líder dos Looney Tunes esteve presente, mas, 30 anos atrás, ele teve sua própria coleção de jogos em consoles Nintendo.

Talvez a série mais famosa do personagem seja The Bugs Bunny Crazy Castle. Entre 1989 e 2000, a desenvolvedora Kemco lançou quatro edições da franquia. Tirando o primeiro game, que saiu para NES, todos os outros foram disponibilizados para os portáteis da Big N de cada época: o Game Boy e o Game Boy Color.

Crazy Castle é basicamente um título de plataforma em que Pernalonga deve coletar todos os itens de cada fase e desviar dos inimigos para avançar. Há somente o detalhe de que ele não consegue pular, então os níveis são construídos como salas de um castelo, com muitas escadas e portas para entrar. O interessante é que, devido a questões de direitos autorais, esses jogos levam o nome do Pernalonga somente nas Américas. Em outras regiões, eles são protagonizados por uma série de outros personagens, como Mickey Mouse, Hugo ou Kid Clown.

4. Oswald the Lucky Rabbit (Epic Mickey e Epic Mickey 2: The Power of Two)


Falando em Mickey Mouse, este próximo coelho vem da gigante do entretenimento, a Disney. Porém, ele pode ser desconhecido por grande parte das pessoas, e é a partir dessa anonimidade que ele se fez presente no mundo dos games.

Em 1927, antes mesmo de criar o ratinho Mickey, Walt Disney, junto de sua equipe, desenvolveu animações para o estúdio Universal, cujo protagonista era um coelho arteiro, mas sagaz chamado Oswald the Lucky Rabbit.

Apesar de os curtas terem sido bem-sucedidos, Disney e Universal não conseguiram chegar a um acordo referente ao contrato de produção das animações, fazendo com que a Universal continuasse com os direitos do coelho e a Disney criasse o Mickey que todos conhecemos.

Após quase 80 anos, em 2006, a The Walt Disney Company conseguiu retomar os direitos do personagem, e sua primeira utilização foi no título exclusivo de Wii, Epic Mickey, de 2010. Nele, Mickey cai em um mundo chamado Cartoon Wasteland, habitado por personagens esquecidos da própria Disney, entre eles Oswald.

Foi a primeira vez que ambos os personagens apareceram juntos no mesmo produto, algo que se repetiu dois anos depois em Epic Mickey 2: The Power of Two (Multi), no qual Oswald se tornou um personagem jogável.

3. Coelhos dos protótipos de Splatoon


Se o assunto são personagens desconhecidos, falemos então de alguns que nunca chegaram a existir de fato.

Em uma palestra realizada durante a GDC 2018, o produtor de Splatoon, Hisashi Nogami, mostrou que, durante o desenvolvimento de Splatoon (Wii U), a equipe responsável havia criado um protótipo em que dois cubos, apelidados de “tofus”, soltavam tinta preta e branca, pintando o chão e os oponentes. Uma vez que o conceito era divertido de jogar, os produtores começaram a pensar em personagens para substituir os tofus. Uma das opções eram coelhos.

Segundo Nogami, coelhos são animais muito territoriais, justificando a premissa das disputas de Turf War. Além disso, eles podem ser pretos ou brancos, facilitando a divisão em times, e suas cores contrastam bem com as cores vibrantes das tintas. Porém, na hora de testar o game com os novos protagonistas, muitas pessoas ficaram confusas sobre o motivo de os coelhos estarem disparando tintas e nadando nelas. Isso obrigou a equipe a repensar os personagens, que eventualmente se tornaram os Inklings.

2. Arcade Bunny (Nintendo Badge Arcade)


Enquanto os coelhos de Splatoon não tiveram a chance de ver a luz do dia, o Arcade Bunny teve seu jogo lançado e descontinuado em menos de dois anos.

O coelhinho rosa é o anfitrião do aplicativo Nintendo Badge Arcade, para Nintendo 3DS. Nele, o jogador pode gastar moedas virtuais para participar de uma espécie de jogo da garra, desses que encontramos em supermercados e lanchonetes de rodovia.

Os prêmios são distintivos digitais de várias séries da Nintendo, como Mario, Zelda, Pokémon, Animal Crossing, WarioWare e até de third-parties, como Yo-Kai Watch. Esses ícones podem ser usados para enfeitar o menu Home e alguns podiam servir como decorações do app de mensagens Swapdoodle. O jogo funciona como um título freemium, que é gratuito, mas depende de microtransações para jogar.

Apesar de o jogo ainda estar disponível para baixar na eShop, a Big N descontinuou o serviço em 2017, parando de lançar novas badges. Porém, o legado do Arcade Bunny continua. Agora, ele é um Assist Trophy em Super Smash Bros. Ultimate (Switch), invocando sua garra para arrastar lutadores para fora da arena.

1. Scorbunny


Para terminar a lista, um coelhinho que colocou a internet em polvorosa quando foi divulgado em fevereiro do ano passado. Parte dos Pokémon iniciais de Pokémon Sword/Shield (Switch), Scorbunny é o representante do tipo Fogo e o primeiro dos monstrinhos do início da aventura que é baseado em um coelho.

Segundo o site oficial de Pokémon, Scorbunny está sempre correndo, pois possui uma energia de fogo em seu peito que, com o aumento da temperatura corporal causada pela corrida, aumenta as suas capacidades físicas. Além disso, as solas de suas patas são tão quentes que podem provocar queimaduras.

Além de possuir um papel de destaque nos jogos da 8ª geração, o coelho pode ser visto também no anime, como o Pokémon parceiro de Go, amigo que acompanha Ash em suas viagens. Vale lembrar também que suas evoluções – Raboot e Cinderace – o transformam aos poucos em um coelho de fogo jogador de futebol, o que sempre é uma imagem incrível de se ver.

Revisão: Davi Sousa

Jornalista, analista de mídias, PcD e entusiasta de games desde que jogou Pokémon Azul no Game Boy Color nos anos 90. De lá para cá, tenta aproveitar ao máximo todos os consoles no pouco tempo que a vida adulta permite. Se não está escrevendo para o Blast ou demorando anos para zerar um jogo, está no Twitter (@DanielMorbi) e no Instagram (@danielmorbi_)
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