Exoplanetas são corpos cósmicos além do Sistema Solar com características muito semelhantes às da Terra. Alguns astrônomos suspeitam que por compartilharem a mesma composição, possa haver chance de vida nesses planetas. E um desses planetas é Gliese 667Cc, que é onde rola a história de In Other Waters.
Onde há água, há vida
Num futuro não muito próximo, mais precisamente no final do século XXII, você descobre que, de alguma forma, um astronauta está preso e imobilizado em um planeta distante. Seu nome é Ellery Vas, e você irá controlá-lo. Por motivos desconhecidos, seu traje não permite que ele se mova sozinho. Logo, pode-se considerar que você compartilha o papel de protagonista com o personagem principal.Logo no começo do jogo, você se sente, com o perdão do trocadilho, em outro mundo. À primeira vista, Gliese não aparenta apresentar muita coisa, isso até você e Vas descobrirem pela primeira vez formas de vida extraterrestres. Mas se você está pensando em criaturas como a do homônimo filme de Spielberg, pode ir mudando seu conceito.
E.T, o (micróbio) extraterrestre |
Os habitantes do planeta são nada mais que estruturas de vida básica, semelhante a micróbios (o que até tem base científica, já que as chances de população extraterrena parecida com a humana são menores do que encontrar formas básicas de vida).
Existo, logo colonizo
Uma das primeiras funções que você aprende no jogo é a de capturar micróbios. Nada de batalhas épicas ou coisa assim. Você só mira o Joy-Con, cerca o espaço em torno dele e pronto. Capturado. E sim, como todo ser humano em processo de colonização, Ellery vai te ensinar que essa pequena biota pode ser utilizada para destruir barreiras naturais, devido a uma reação química. Mesmo que isso em outras palavras seja matar os nativos de Gliese.A movimentação é um tanto monótona, para ser honesta. Em vez de usar o analógico ou o D-pad para se movimentar (como na maioria dos jogos), você vai mirar um ponto predefinido e o traje de Ellery irá se movimentar até lá. As explicações do “exoastronauta” não são tão objetivas, portanto frequentemente você irá se esquecer de onde ele deseja ir.
Para contornar isso, você tem uma ajuda: o log da missão, com todas as últimas falas de Vas com você. Só tem um porém: reinicie o jogo e vai tudo pelo espaço, com o perdão do trocadilho. Isso porque o texto no jogo é minúsculo, de forma que você pode perder uma ou duas palavras no meio de tudo. Ser um astronauta com dificuldade de se expressar preso em um traje remoto a trilhões de quilômetros da Terra não deve ser uma experiência lá tão prazerosa.
Ano 2180, tecnologia de 1980 |
Com o tempo, você vai encontrar uma base da Baikal, a empresa responsável pela missão. Lá, Ellery irá explicar um pouco mais da história do jogo. Aparentemente, é possível usar os micróbios para formar energia, e assim abastecer a base. Ao chegar na mesma, você tem as coordenadas dela salvas, de forma a poder regressar por um drone, independentemente de onde você estiver.
Durante o jogo, Vas irá contar sobre uma outra astronauta presa no planeta, Minae, que tem certo protagonismo mais para frente. Se você chegar a encontrá-la, parabéns, isso quer dizer que você realmente foi longe no jogo e no planeta.
Não há nada além da história principal para se fazer em In Other Waters. Por mais que você quase sempre possa escolher onde levar Ellery, todos os caminhos levam a um mesmo ponto, um mesmo final. A proposta de descobrir um planeta completamente novo, conhecer formas de vida extraterrestres é impressionante. A execução é que é o problema. Ao invés de uma exploração interessante, um maior engajamento na história, tudo o que você tem é um melancólico astronauta “naufragado” em um planeta distante. Tom Hanks ia gostar disso.
Prós
- Proposta promissora;
- Visual impecável.
Contras
- História monótona;
- Exploração cansativa;
- Texto muito pequeno.
In Other Waters – Switch/PC – Nota: 5.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Fellow Traveler