Não é de hoje que as desenvolvedoras e os fãs andam "de mãos dadas" quando o assunto envolve jogos eletrônicos. A cada novo lançamento, uma legião de pessoas que compactuam com a ideia formam pequenos grupos em redes sociais que, com o passar do tempo, aumentam até atingirem proporções gigantescas. Mas não pensem que sempre foi assim. Quando os video-games chegaram às casas das famílias, não havia a internet como temos hoje. Logo, como as empresas mediam o sucesso de seus projetos? A conta é simples, porém traiçoeira: quanto mais vendas, melhor. Não é bem assim. Um jogo pode vender muito nas primeiras semanas, contudo, assim que os jogadores começam a expressar suas opiniões, o famoso "boca-a-boca" pode tanto alavancar as vendas como amarrar uma âncora e despencar por água abaixo.
Pensando nisso, e com a divulgação de conteúdos extras para Pokémon Sword/Shield, qual é o poder que a comunidade gamer tem em relação às desenvolvedoras? Será que toda desenvolvedora acata os pedidos de seus fãs em seus lançamentos? Ainda, as empresas podem "fingir" que se preocupam com a opinião da comunidade. e de propósito lançar um jogo fracionado para poder lucrar ainda mais com conteúdos extras? É exatamente isso que veremos agora. Acendam as luzes, ponham-se em uma posição confortável e boa leitura a todos!
Amigos de longa data
Atualmente as mídias sociais e os recém criados influenciadores digitais possuem um papel fundamental nessa relação. A partir de um comentário postado em um fórum ou após uma gameplay no YouTube podemos ter contato com o jogo sem sequer termos apertado um botão do controle. Com isso, podemos ver pontos chave do jogo, como bugs, glitches, ou até mesmo spoilers, e tudo isso sem sequer ter comprado o jogo de fato. Surgem então os haters, pessoas que criticam negativamente todo e qualquer aspecto do jogo. Em contrapartida, há quem assista uma gameplay e se convença de que o jogo vale o investimento. |
| Pokémon Sword/Shield já vendeu mais de 16 milhões de cópias em 4 meses |
Game Freak x Comunidade
Muito se discute sobre essa relação e ultimamente debates "acalorados" entre fãs com diferentes pontos de vista podem ser lidos através de fóruns na Internet. E a pergunta que não quer calar é: A Game Freak ouve seus fãs? A resposta é...sim, ouve. Muita calma meus jovens, sem hate para cima do redator. Ouvir os fãs é um ponto bem delicado, ainda mais quando o assunto são os jogos eletrônicos. A marca Pokémon é muito forte e portanto todos os seus produtos, sejam pelúcias, jogos, filmes e o que mais puder estar associado à ela, devem ser tratados com extremo carinho e atenção, pois há milhões de pessoas que consomem esses produtos e ainda, novos mercados podem ser atingidos e aumentar cada vez mais o valor dessa marca.Em uma entrevista concedida por Junichi Masuda no ano de 2016, pouco tempo antes do lançamento de Pokémon Sun/Moon, o executivo da Game Freak disse que a empresa sempre ouve seus fãs porque o que eles (eu me incluo nesse grupo) dizem é muito importante para a empresa. Contudo, se todas as ideias forem consideradas e inseridas em um jogo, não haveria aquele sentimento de algo novo, porque os próprios fãs já teriam pensado anteriormente nesse conteúdo. Ao invés disso, a tentativa da Game Freak é justamente a partir do filtro de ideias pensar em como surpreender os jogadores com uma sugestão que eles mesmos deram.
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| Junichi Masuda e Shigeru Omori, são os responsáveis pelo anúncio de novidades |
Há fundamento nessa forma de pensar da Game Freak embora nós, enquanto fãs, às vezes, nos sintamos um pouco "deixados de lado" por nossas ideias não estarem presentes nos jogos que são lançados. Agora façam uma breve reflexão: um jogo montado a partir de ideias dadas pela comunidade pode não ser o melhor para todos os jogadores. Isso porque o fã irá adquirir o jogo sendo ele ruim, bom, pela metade, completo e/ou com conteúdo extra. E quem não é fã, vai gostar de jogar esse mesmo jogo?
Ou seja, é difícil acrescentar todos os elementos sugeridos pelos fãs porque o jogo é feito não só para quem é fã mas também para quem ainda não é. A repercussão negativa sobre Pokémon Sword/Shield em relação ao corte da Pokédex é um grande exemplo. A maior parte da comunidade não gostou desse corte e mesmo assim o jogo vendeu milhares de cópias no lançamento, sendo hoje, quatro meses depois um dos jogos mais vendidos do Nintendo Switch. Será que esse número exorbitante nas vendas pertence somente aos fãs?
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| Campeonato Nacional de VGC na Inglaterra em 2014 |
Os impactos da comunidade sobre as desenvolvedoras
No final do mês de Fevereiro tivemos a eleição do Pokémon do Ano de 2020, tendo como vencedor Greninja. Dentre os 10 mais votados, estão (em ordem): Lucario, Mimikyu, Charizard, Umbreon, Sylveon, Garchomp, Rayquaza, Gardevoir e Gengar. Dessa lista, somente o tubarão martelo de Sinnoh, o dragão verde de Hoenn e o sapo ninja de Kalos não estão presentes nas novas versões. Porém, já sabemos que dois deles (Garchomp e Rayquaza) estão presentes na DLC, logo, pode ser que o Greninja seja adicionado, podendo assim recuperar parte dos fãs que votaram nele mas não compraram o jogo porque ele não estava presente.
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| Garchomp poderá voltar as batalhas |
E vocês, o que acham disso tudo? A Game Freak é parceira de seus fãs ou não dá a mínima atenção para a sua comunidade? Acham que de alguma forma, poderia ser melhor ou não tem como ficar pior? Deixem seus comentários para debatermos sobre esse tema.
Revisão: Ícaro Sousa
