A Pokédex de Galar é um ponto a mais para o jogo. A dex nativa tem um traço especial (vale lembrar, antes de criticar, que os elogios são em relação a dex nativa). Tanto Cloppobus, Hatenna, Falinks e os outros 80 e poucos novos Pokémon têm um certo apelo no seu design. Com a maior certeza, pelo menos algum deles é o novo favorito de alguém.
As formas regionais, que dão sequência ao sucesso de Alola, também conseguiram trazer um novo ar a muitos Pokémon jogados pra escanteio com as gerações que os seguiram. Ponyta, Corsola e Zigzagoon são exemplos disso. Não suficiente, essas formas regionais podem ganhar novas evoluções em Galar, como Cursola, Obstagoon, ou o memético Sirfetch’d. O conceito de formas regionais foi levado a outro nível.
O "olhar 43" de Sirfetch'd foi uma das marcas da chegada da geração |
As tipagens inéditas, como Impdimp e seu Dark/Fairy, ou Arctozolt apresentando o Electric/Ice dão um novo ar ao jogo. Por falar em Arctozolt, e os fósseis? Pela primeira vez, Pokémon fósseis não compartilham mais do tipo pedra. Apesar deles terem um design relativamente estranho (justificado quando levado em conta a razão), eles compensam isso com um considerável potencial competitivo. Thank you, Mr. Fish!
Um golpe que dá 160 de dano caso ataque primeiro, com direito a STAB. Prazer, Fishious Rend |
Obviamente, a dex tem pontos fracos. Não como um Pokémon em específico ou outro. Longe disso. A estrutura das famílias evolutivas é uma das decepções que eu tive jogando. Uma grande parte dos Pokémon tem apenas um ou dois estágios de evolução, o que fica bem chato parando pra pensar nas opções que deixaram de existir com isso. Pincurchin que o diga.
As evoluções dos iniciais, apesar de criativas, quando comparados aos outros trios acabam sendo um tanto fracas. Essa foi a primeira geração em 20 anos a ter as formas finais dos iniciais de tipo puro, ou seja, sem uma segunda tipagem. Isso acabou levando muitas das escolhas a se pautar unicamente no design dos Pokémon, e não no seu potencial estratégico. As Hidden Abilities mesmo que não disponíveis ainda, se mostraram no mínimo úteis (o que faz o Cinderace o “Greninja de fogo”, diga-se de passagem). Porém, em um balanço geral, eu acredito que o novo trio inicial acaba perdendo um pouco do seu brilho, em relação aos seus antecessores.
Os iniciais são ruins? Não. Mas a tipagem pura foi como um balde de água fria em um Cinderace |
Míticos e lendários fizeram falta. A história inteira se baseia apenas nos lendários de capa (que incrivelmente tiveram sua história bem trabalhada), e no Eternatus. Aliás, o que exatamente é o Eternatus? Sim, dá pra saber que ele tem a ver com a lore (enredo) do Dynamax e tal, mas qual é o protagonismo dele? Adiantando o tópico do enredo aqui, em que momento alguém faz referência clara a ele durante o jogo? Além disso, é praticamente impossível definir algo no design dele. É um esqueleto? Bem, isso porque eu não estou levando em conta a sua forma Eternamax. Aí volta naquele ponto – 8 ou 80. Ou é uma referência maravilhosa ao Chaplin e ao Kiss, ou é um esqueleto de Dynamax.
E esse aqui é o Eternatus. O que ele é aí já não dá pra saber |
A principal falta do jogo, a ausência da National Dex não merece muitas considerações. Balanceamento não é desculpa. Fez falta sim, e isso foi o estopim para a onda de hate nos meses seguintes com o jogo. Um dos piores erros na história de Pokémon até hoje.
Apesar disso, Galar nos apresentou novos Pokémon muito interessantes, conseguindo manter a essência da franquia como nas sete gerações que a antecederam. O novo cérebro para a arte do jogo, James Turner, agora tem a função de continuar com isso para os próximos jogos na franquia. Exemplo são os novos Pokémon que virão nas próximas DLCs, como Urshifu e Calyrex, ou Zarude, estrela do próximo filme da franquia.
O mais recente Pokémon revelado na franquia, Zarude, dos tipos Grass/Dark |
Revisão: Felipe Fina Franco