Com uma comunidade gigantesca e uma quantidade exorbitante de conteúdo em seus jogos, The Sims é uma série mundialmente conhecida. Neste ano a franquia completa seu vigésimo aniversário, e por isso preparamos uma retrospectiva de sua participação em consoles Nintendo.
A dinâmica do jogo funciona muito bem em computadores, tanto por conta da interface quanto pela execução dos comandos, que acontece bem melhor com o uso de mouse e teclado. Já nos consoles de mesa não é bem assim, já que joysticks acabam não sendo muito práticos na jogabilidade dos games da série.
Ainda assim, de versões adaptadas dos games da série principal a spin-offs exclusivos para Wii e DS, a presença de The Sims é bem notável nas plataformas da Big N. Mas será que estes são bons jogos? A adaptação para os consoles foi adequada? O que é o spin-off MySims? Confira abaixo neste especial!
Onde tudo começou...
Apesar da série estar completando 20 anos, sua origem nos consoles aconteceu apenas em 2003, três anos depois do lançamento de The Sims - primeiro game que leva o mesmo nome da série - para PC. Nessa versão “aprimorada” lançada para GameCube existem dois modos de jogo: Play The Sims e Get a Life.
A primeira opção, tal como o nome indica, é apenas uma adaptação da clássica experiência de simulação (criar famílias, construir casas e viver a vida de seus Sims) para videogames de mesa. As restrições impostas pelos consoles, entretanto, prejudicam levemente a gameplay, principalmente a quantidade limitada de mobília que é possível colocar em uma casa e a disposição dos comandos em apenas um controle, deixando de lado vários atalhos presentes no teclado da versão de PC.
Já o segundo modo é exclusivo para os consoles e, apesar de ter a mesma jogabilidade, possui outros objetivos. Nele, o jogador deve criar um Sim e cumprir várias missões para completar os níveis e assim desbloquear alguns itens que podem ser usados em Play The Sims. Basicamente, é um modo história que representa as metas da vida ideal de um Sim: arranjar um emprego, ser promovido(a), ter filhos e dar festas.
Apesar de bem simples, esse modo é uma adição interessante para o game. Como o foco está em controlar um único personagem, não há tanta necessidade em alternar entre as câmeras dos Sims, o que pode ser um incômodo durante a gameplay em joysticks.
Meses depois, é lançado o The Sims Bustin' Out (GC/GBA), primeiro exclusivo da série para consoles. Seguindo os mesmos passos do jogo anterior, Bustin’ Out adicionou algumas novidades como conteúdo das expansões para o The Sims de PC e a possibilidade de explorar lugares fora da casa dos Sims, tal como o título sugere.
O “modo história” se manteve nesse jogo, desta vez com o nome de Bust Out Mode. A versão de GameCube é bem semelhante à anterior, porém com algumas alterações no enredo. Por outro lado, no GameBoy Advance é tudo bem diferente: além de não possuir mobília desbloqueável, os Sims são controlados diretamente, e não mais no clássico sistema de point-and-click da série.
Um diamante a ser lapidado
O próximo jogo da cronologia é um tanto quanto peculiar, mas foi responsável por trazer algumas adições para a série, como as variações de clima e a passagem de tempo em lugares fora de casa. Em The Urbz: Sims in the City (GC/GBA/DS), o nome dos Sims é substituído por Urbz e a temática do jogo muda um pouco. Nele, o objetivo é acumular o máximo de reputação possível em vários distritos urbanos, e a partir daí conseguir novas recompensas.
Depois disso, os lançamentos foram focados nas séries principais e suas expansões. Em 2005 foi lançado o The Sims 2 (GC), jogo que revolucionou a franquia ao implementar gráficos completamente tridimensionais. Em seguida, várias versões com mais conteúdo foram lançadas, sendo elas:
- The Sims 2: Pets (GBA/DS/Wii), que adiciona mascotes (gatos, cachorros, pássaros e porquinhos-da-índia) ao núcleo familiar dos Sims;
- The Sims 2: Castaway (DS/Wii), outro spin-off que se distancia do estilo tradicional da série ao abordar a sobrevivência em uma ilha tropical como tema principal do game;
- The Sims 2: Apartment Pets (DS), que mescla elementos do jogo The Sims 2: Pets e do pacote de expansão The Sims: Apartment Life.
Após alguns anos, uma sequência com ainda mais conteúdos e interações disponíveis é lançada: The Sims 3 (DS/Wii/3DS). Infelizmente, a principal novidade do game não está presente na versão para os consoles da Nintendo: a personalização de estilos dos itens. Além disso, algumas idades dos Sims não estão presentes, como bebês, crianças pequenas e idosos (sim, após a gestação seu filho nasce e instantaneamente se torna uma criança). Isso sem contar os vários glitches que atrapalham bastante a experiência.
A edição mais recente do jogo, The Sims 4, não está presente em nenhum console da Nintendo. Apesar de vários rumores terem surgido na época de lançamento para Xbox One e PS4, a chegada do game para o Switch é uma realidade quase impossível.
Exclusividade (ou quase)
Voltando aos spin-offs, é impossível não comentar sobre a série de jogos MySims, que a princípio seria um exclusivo para consoles Nintendo, no caso o DS e o Wii. Em 2008, ano seguinte ao lançamento do primeiro jogo para essas plataformas, a EA anunciou uma versão para computadores.
Na série, o jogador controla um Sim que tem o dom de fazer construções com o poder das Essências. Ao chegar em uma cidade que está passando por dificuldades devido ao sumiço do antigo arquiteto (que tinha a mesma habilidade), o(a) protagonista deve ajudá-la a prosperar ao construir mais estabelecimentos e atrair novos moradores.
A jogabilidade lembra alguns games como Animal Crossing e Harvest Moon com elementos de construção similares à montar objetos de LEGO. E para combinar com o visual mais colorido e cartunesco, a gameplay quase beira o infantil, pois as missões e os minigames são bem simples de serem completados.
Desta série surgiram várias “sequências” com temáticas diferentes que fogem completamente do gênero “simulação de vida”, sendo elas:
- MySims Kingdom (DS/Wii) - jogo que se passa em um reino medieval com vários elementos de fantasia.
- MySims Party (DS/Wii) - jogo de minigames similares aos de Mario Party.
- MySims Racing (DS/Wii) - jogo de corrida de karts com power-ups e personalização de veículos.
- MySims Agents (DS/Wii) - jogo de investigação de mistérios com agentes secretos.
- MySims SkyHeroes (DS/Wii) - jogo de controlar aviões em missões especiais.
Uma boa ideia?
Mesmo com tantos jogos lançados em seus consoles, a recepção dos jogadores geralmente não é tão positiva. Por maior que seja o esforço para adaptar os games, a interface, os controles e o estilo de jogo da série funcionam de maneira bem mais prática e confortável no teclado e mouse.
Como The Sims não é um jogo que exige uma máquina tão potente, não há muitos motivos para optar pelas outras versões além das de PC. Dessa forma, a EA tentou criar modos de jogo alternativos para atrair o público para essas versões.
Porém, ao se distanciar muito da experiência tradicional, o jogador abre mão do aspecto mais marcante da série: a liberdade de simular uma vida da maneira que quiser. Tanto que um reflexo do desinteresse dos jogadores pela série em consoles é a ausência de um The Sims (ou qualquer spin-off) no Wii U ou no Switch.
Revisão: Icaro Sousa