Convivemos há um bom tempo com teorias que imaginam multiversos, realidades alternativas, essas coisas. E isso atiça o imaginário de muitas pessoas. Será que isso é verdade? Será que a linha do tempo que vivemos nada mais é que uma possibilidade que se concretizou de muitas? E se tudo o que conhecemos não for nada além de uma simulação? E se uma pequena diferença tivesse sido feita no passado, como seria tudo hoje?
Partindo desse pressuposto, vamos fazer um exercício de imaginação. Nada de teorias padrão. Vamos falar sobre realidades alternativas. Muitos já devem ter pensado em alguma coisa desse tipo, mas hoje vamos discutir e imaginar aqui – Como seria se Pokémon tivesse acabado na 2ª geração? Se segurem, porque vamos fazer uma baguncinha na Matrix! Então, vamos lá?
Antes de mais nada, vou esclarecer duas coisas. Primeiro, sobre a beta de Gold e Silver de 1997. É sim plausível o argumento de que caso não houvesse outras regiões, o espaço que seria Hoenn e Sinnoh nessa realidade alternativa passaria a constar no mapa da beta, baseado em todo o Japão, como realmente ocorreu. Porém nesse exercício de imaginação, vamos levar em conta que Pokémon Gold e Silver terminaram por retratar apenas o que chegou ao público, no caso a região de Johto.
Agora, respondendo a outro ponto: por que foi escolhido algo tão específico como a 2ª geração? Durante a parte final do desenvolvimento da 1ª geração de Pokémon, já havia sido iniciado o projeto para a segunda. A grosso modo, digamos que o projeto original da franquia contaria apenas com duas gerações. Prova disso é aquela famosa cena do Ho-Oh no primeiro episódio do anime. É aí que temos a ignição para começar o exercício de imaginação. Após o término da era de Johto, a “febre” que Pokémon tinha se tornado perdeu força e passou a ser, ainda que grande, um jogo mais dedicado à sua fanbase. (situação que, diga-se de passagem, durou até o lançamento de Pokémon GO em 2016).
Antes de mais nada, vou esclarecer duas coisas. Primeiro, sobre a beta de Gold e Silver de 1997. É sim plausível o argumento de que caso não houvesse outras regiões, o espaço que seria Hoenn e Sinnoh nessa realidade alternativa passaria a constar no mapa da beta, baseado em todo o Japão, como realmente ocorreu. Porém nesse exercício de imaginação, vamos levar em conta que Pokémon Gold e Silver terminaram por retratar apenas o que chegou ao público, no caso a região de Johto.
Agora, respondendo a outro ponto: por que foi escolhido algo tão específico como a 2ª geração? Durante a parte final do desenvolvimento da 1ª geração de Pokémon, já havia sido iniciado o projeto para a segunda. A grosso modo, digamos que o projeto original da franquia contaria apenas com duas gerações. Prova disso é aquela famosa cena do Ho-Oh no primeiro episódio do anime. É aí que temos a ignição para começar o exercício de imaginação. Após o término da era de Johto, a “febre” que Pokémon tinha se tornado perdeu força e passou a ser, ainda que grande, um jogo mais dedicado à sua fanbase. (situação que, diga-se de passagem, durou até o lançamento de Pokémon GO em 2016).
Uma ascensão "Miniórica"
Caso Pokémon tivesse acabado quando ainda estava em alta, ou seja, lá pelo começo dos anos 2000, ainda assim ele seria lembrado hoje como um dos maiores jogos de todos os tempos. O “sucesso relâmpago” que Pokémon poderia ser teria deixado um enorme legado, mesmo nos seus breves 5 anos de vida. Para ter uma impressão mais realista, acredito que seria algo similar a EarthBound (Mother, no Japão).
A saga de Ness teve dois jogos, sendo que apenas um foi originalmente localizado para o ocidente. Mesmo assim, muitos dos conceitos que foram criados por Mother ainda podem ser vistos em vários jogos (incluindo aí Pokémon). Com a franquia de Satoshi Tajiri acabaria acontecendo algo similar. Em 1999, mesmo com Pokémon extremamente jovem, Pikachu e Jigglypuff foram escolhidos como lutadores representantes de Pokémon na estreia de Super Smash Bros. Já Pichu entrou no roster de Melee, representando Johto em 2001. A franquia muito provavelmente não seria esquecida nos próximos lançamentos da série. Algum outro Pokémon das duas primeiras gerações acabaria aparecendo pelo menos em Brawl. Machamp? Hitmontop? Ao menos haveria opções disponíveis.
O fim do TCG provavelmente teria a ramificação mais próxima com a nossa realidade. Com o encerramento da produção das cartas originais, iriam acabar virando produto de colecionador, como realmente acontece em muitos casos. Quem não desse tal valor não poderia ir muito longe "treinando" as cartas, uma vez que o TCG já não constaria mais em qualquer torneio.
A saga de Ness teve dois jogos, sendo que apenas um foi originalmente localizado para o ocidente. Mesmo assim, muitos dos conceitos que foram criados por Mother ainda podem ser vistos em vários jogos (incluindo aí Pokémon). Com a franquia de Satoshi Tajiri acabaria acontecendo algo similar. Em 1999, mesmo com Pokémon extremamente jovem, Pikachu e Jigglypuff foram escolhidos como lutadores representantes de Pokémon na estreia de Super Smash Bros. Já Pichu entrou no roster de Melee, representando Johto em 2001. A franquia muito provavelmente não seria esquecida nos próximos lançamentos da série. Algum outro Pokémon das duas primeiras gerações acabaria aparecendo pelo menos em Brawl. Machamp? Hitmontop? Ao menos haveria opções disponíveis.
Sem Lucario e Greninja, seria possível imaginar Machamp no Smash? |
Pokémon foi um sucesso sem precedentes no mundo em geral, como muita gente sabe. Em termos atuais, é possível dizer que a chegada da franquia foi algo “viral” no mundo à época. Isso com uma Internet que ainda dava seus primeiros passos no cotidiano das pessoas. Em menos de dois anos, um jogo completamente alheio ao público se tornava o título mais vendido do Game Boy. Isso levou a muitas outras mídias relacionadas à franquia terem seu período de bonança, como o anime (que no ocidente saiu antes dos jogos) e o TCG. Simplesmente se desfazer de tudo isso na época seria muito difícil.
Com uma “despedida” de Pokémon na saída da 2ª geração, isso acabaria sendo benéfico a princípio. Sem um cronograma de jogos, os fãs da época que ainda não teriam aproveitado a 2ª geração iriam fazer isso com menos pressa. Gold e Silver, ainda que com um número pouco expressivo, poderiam acabar vendendo mais do que venderam.
O fim do TCG provavelmente teria a ramificação mais próxima com a nossa realidade. Com o encerramento da produção das cartas originais, iriam acabar virando produto de colecionador, como realmente acontece em muitos casos. Quem não desse tal valor não poderia ir muito longe "treinando" as cartas, uma vez que o TCG já não constaria mais em qualquer torneio.
Ash Ketchum, campeão de Johto(?)
Por sua vez, o anime poderia ter um final completamente diferente. Com Campeões da Liga Johto, poderia se esperar que tudo que Pokémon não teve nesses 21 anos acontecesse de uma vez. Vitória na Liga, ship com Misty, ele conhecer seu pai, e Brock enfim desencalhar (com o mistério em relação a Prof. Ivy enfim descoberto). Poderia a Pokébola GS ter finalmente seu desfecho revelado? Todas as lacunas que levaram um bom tempo para serem respondidas, ou que ainda nem sequer tiveram essa chance viriam a luz do dia. Ou não.
GS Ball, vitória na Liga e família de Ash: questões que poderiam ter tido um fim com o final da série em Johto |
Obviamente, mesmo que não fosse mais uma febre, muitas pessoas ainda estariam aficcionadas com Pokémon. Uma forma arcaica da fanbase, diga-se de passagem. Fansites como a Serebii continuariam existindo, porém teriam um funcionamento similar ao da Bulbapedia, registrando e catalogando cada evento, tanto na história real dos acontecimentos ligados a Pokémon quanto em cada uma de suas mídias. Com mais tempo para conseguir colecionar todos os produtos da franquia, é provável que muitos fãs comprassem o mangá, que tardiamente acabaria por ter uma maior visibilidade. E, com apenas duas gerações existentes, não é impossível que hoje existisse uma espécie de “Team Magma & Aqua” na fanbase, dividida entre os fãs de Kanto e Johto.
"The power of technology is amazing!"
A evolução da tecnologia surpreendentemente acabaria trazendo a franquia de volta, ainda que não nos níveis de 1996. Com computadores mais potentes, que agora conseguiriam emular Game Boy e Game Boy Color, as hackroms viriam em massa. Claro, já existiam hacks de Pokémon desde a época dos seus lançamentos, porém essa acessibilidade do público em modificar as roms das duas primeiras gerações poderia levar a fangames muito mais avançados e elaborados. Talvez até mesmo mais elaborados que os jogos originais algum dia.Na realidade sem Hoenn, essa cena poderia se repetir facilmente |
Com o aniversário de 10 anos do lançamento de Red/Blue em 2006, haveriam algumas comemorações, um momento de memória ou coisa similar da parte da Nintendo e Game Freak (Lembre-se que nessa realidade, não haveria mais a necessidade da existência da The Pokémon Company). Aos 20 anos, assim como na nossa realidade, a chance de haverem relançamentos dos jogos no Virtual Console do 3DS seria enorme. E esse seria o “Pokémon GO” dessa linha do tempo (vale lembrar aqui que nessa realidade nenhum jogo novo da franquia foi lançado. Pokémon GO, sendo um spin-off, entra nessa lista).
Com o intuito de alavancar as vendas do Virtual Console e apresentar a franquia a potenciais novos fãs, existe uma grande chance que a Twitch acabasse por fazer a lendária stream da “Twitch Plays Pokémon” dois anos mais tarde, e não em 2014, como realmente ocorreu.
Helix ou Dome? |
E a Game Freak? Continuaria existindo. Obviamente ela não iria trabalhar mais com Pokémon, mas com certeza não iria fechar as portas. Muita gente sabe que a Game Freak, além de desenvolvedora de Pokémon, produz outros jogos, como Little Town Hero (Switch). Com o dinheiro obtido das duas primeiras gerações, eles poderiam terminar como uma subsidiária da Nintendo (provavelmente ocupando o lugar da Retro Studios como “sucessora” da Rare).
Existe uma chance de que nessa realidade a Game Freak terminasse por produzir muitos clássicos para o Wii. Seria no mínimo curioso, para não dizer interessante ver o nome de Satoshi Tajiri nos créditos de mais jogos da Nintendo, além dos que ele já participou antes de Pokémon, como Yoshi (1991), para NES e Game Boy.
Ending
Por fim, mesmo que Pokémon tivesse se restringido a apenas duas gerações, ele já teria deixado sua marca na indústria em geral. Os 5 anos de mercado da franquia teriam reflexos ainda hoje. Pokémon continuaria sendo um ícone da cultura nerd. Seria uma fanbase com menos fãs, mas ainda seria uma fanbase aguerrida. Teríamos perdido muitos momentos épicos nos jogos, anime, TCG e mangá, porém a nostalgia com a franquia seria algo extremamente forte. O mundo Pokémon seria totalmente diferente, mas em alguns aspectos acabaria por ser surpreendentemente igual.E vocês? O que acham? Será que com o fim de Pokémon na 2ª geração a franquia teria tomado esses rumos? Gostariam que a franquia tivesse acabado ali? Ou não? Deixa aqui nos comentários!
Revisão: Davi Sousa