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Análise: Super Box Land Demake (Switch) é um jogo com puzzles simples e carismáticos

Com mecânicas simples e intuitivas, esse jogo funciona mais como um momento de relaxamento do que como uma dor de cabeça.

em 20/12/2019

Super Box Land Demake é um jogo de puzzle muito bonito e bem estruturado, mas ao mesmo tempo simples e curto. É o tipo de game para iniciantes ou para relaxar entre aventuras mais complexas e cansativas. Mas o que poderia ser um mérito traz consigo o problema de acabar afastando jogadores mais exigentes. Ainda assim, talvez o game sirva para um público mais específico, pois faz muito bem aquilo a que se propõe.

Movendo caixas

A premissa de Super Box Land Demake é simples e sequer envolve uma história. O objetivo é mover caixas pelos cenários para posicioná-las em pontos específicos. Quando isso é feito, um portão se abre e é possível seguir para área seguinte.

A quantidade de caixas e o layout das fases variam durante os estágios, mas não o suficiente para dar a sensação de progressão. E esse parece ser o grande problema do game. Durante a maior parte do tempo, parece que estamos jogando apenas pequenas variações da mesma ideia. Apesar disso, é importante dizer que os cenários e personagens são bonitos e a jogabilidade é fluida. Existem também opções de exibição dos gráficos em formatos diferentes, como se estivéssemos jogando em tevês antigas. Mas essas adições não chegam não a ser interessantes o suficiente para motivar o jogador a testar os diferentes formatos de visualização.


Pensando em conjunto

Super Box Land Demake possui 100 estágios, divididos em blocos de 20 fases. A cada bloco vencido aparece um minigame em que é possível conquistar mais baterias para utilizar nas fases seguintes. As baterias servem para auxiliar nos momentos em que é preciso rebobinar alguma ação. Como a proposta é empurrar os blocos para os locais corretos (e não é possível puxá-los), às vezes eles podem ficar presos em algum canto e, nesse caso, existem duas soluções: reiniciar o estágio ou rebobinar até determinado ponto anterior; e é para isso que servem as baterias. No entanto, como elas são abundantes durante as fases, os minigames são praticamente inúteis, servindo só como uma transição para o bloco seguinte.

Outro ponto a levantar é o nível de dificuldade praticamente inexistente. A não ser que você mova os blocos sem planejar minimamente o que vai fazer, raramente o jogador terá problemas para concluir as fases. O que pode ser ruim para jogadores mais experientes, mas se torna um ponto de interesse para o público não acostumado a jogos de puzzle ou games em geral.



Os controles são muito simples. Nos movimentamos com o analógico, podemos correr com o ZR, empurrar os blocos com o B e rebobinar com o A. Vale dizer que o jogo permite também um co-op, em que dois personagens colaboram na resolução das fases, tornando tudo ainda mais simples. É possível também controlar os dois jogadores sozinho, mas essa não é uma opção interessante como parece ser. No caso de jogar com outra pessoa, é importante pontuar que não é possível utilizar os Joy-Con separadamente. Assim, o multiplayer só funciona com dois pares de Joy-Con ou com um Pro Controller.

Puzzles inclusivos

Super Box Land Demake é um jogo simples e com ar extremamente amigável. Apesar da campanha curta e muito fácil, ele faz bem tudo o que se propõe, sendo um título mais voltado para jogadores iniciantes ou para aqueles que querem passar um tempo de descontração sem muito compromisso. Apesar dessas características possivelmente desagradarem os jogadores mais experientes, o game parece ter seu lugar e propósito. Ainda assim, é uma pena não existir um nível de dificuldade mais desafiador.


Prós

  • Visual carismático;
  • Multiplayer cooperativo bem estruturado.

Contras

  • Fases com desafios muito parecidos;
  • Puzzles simples demais, provavelmente desagradando jogadores mais experientes.
Super Box Land Demake — Switch — Nota: 6.0
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

Pesquisador nas áreas de estética e cibercultura com Mestrado em Cultura e Sociedade (UFMA) e Doutorado em Comunicação (UnB). Além de escrever sobre jogos, produz o Podcast Ficções e tem um blog sobre literatura, filosofia e cotidiano.
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