Análise: Monkey Barrels (Switch) traz tiroteio intenso com heróis estilosos

Pegue armas curiosas e destrua tudo neste ótimo título de ação produzido pelos criadores das aventuras de lã de Kirby e Yoshi.

em 27/11/2019

Um mundo tomado por eletrodomésticos armados é o cenário de Monkey Barrels, título de tiro e ação do gênero twin stick. O jogo, que foi produzido pela Good-Feel (responsável por Wario Land: Shake It!, Kirby's Epic Yarn e Yoshi's Crafted World)  explora alguns conceitos consagrados na forma de uma aventura variada e com muito estilo. Mesmo sem muitos diferenciais, Monkey Barrels oferece uma experiência sólida e divertida.

Macacos armados enfrentando um exército de eletrodomésticos assassinos

A Crabbenwold Electro era uma empresa conhecida por seus produtos excelentes e baratos que conquistaram a simpatia do mundo, e praticamente todos os lares tinham um eletrodoméstico da companhia. O que ninguém sabia é que, na verdade, tudo não passava de um plano de Dr. Echizen Crabbenwold, o presidente da empresa. Armas foram escondidas em todos os produtos da Crabbenwold Electro, e um dia todas elas foram ativadas, destruindo a humanidade.

O excêntrico doutor se tornou o rei do mundo, mas ele ainda não estava satisfeito. Desejando criar uma arma suprema, o tirano raptou um macaco chamado Kotetsu. Revoltados, os amigos do símio chamados Masaru e Hanako, decidem resgatá-lo, e para isso vão ter que enfrentar um exército de eletrodomésticos assassinos. Para isso, a dupla contará com a ajuda de Shibayama-san, um gorila que inventou armas a partir de inúmeros itens.


Monkey Barrels é um jogo de tiro e ação de visão aérea do gênero twin stick, ou seja, uma alavanca movimenta o personagem e a outra controla a mira da arma. A aventura é dividida em estágios e o objetivo é chegar até o final, destruindo tudo o que aparece pelo caminho. Após avançar por algumas fases, os heróis precisam derrotar um imenso chefe para conseguir prosseguir.

Para dar conta dos eletrodomésticos assassinos, Masaru e Hanako contam com inúmeras armas. A variedade é grande: pistolas feitas com latas de refrigerante, pequenas antenas parabólicas que lançam lasers, filmadoras armadas com mísseis, rifles no formato de frascos de maionese e muito mais. Há também armamentos secundários de uso diverso, como granadas, escudos, torretas e muito mais. Os heróis levam para os estágios duas armas principais e duas secundárias, sendo possível alternar entre elas livremente. 98 diferentes armamentos estão disponíveis em Monkey Barrels.


As fases estão repletas de inimigos que não param de atirar um só minuto. Por sorte, os macacos têm alguns recursos para tentar sobreviver. O principal deles é um salto que torna o herói invencível por toda a duração do movimento. A esquiva é essencial para escapar de perigos, mas seu uso precisa ser muito bem calculado, pois o pulo é lento e deixa o personagem completamente vulnerável no fim. Outra opção é o Wild Power, uma técnica que cria uma explosão poderosa ao ser ativada e torna a munição infinita por um curto período.

Tiros, variedade e alguns problemas

O maior destaque de Monkey Barrels é a ação intensa, como um bom twin stick shooter deve ser. Cada um dos estágios do jogo apresenta momentos repletos de tiros, inimigos e perigos, exigindo perícia e agilidade do jogador. A aventura começa bem simples e fácil, mas a partir da segunda área as coisas ficam mais complicadas e difíceis. No começo eu usava uma dupla de armas básicas e conseguia terminar as fases com tranquilidade, no entanto isso rapidamente mudou e fui forçado a dominar a esquiva e a experimentar novas armas. Há, inclusive, trechos extremamente frenéticos com projéteis recheando a tela no estilo bullet hell, principalmente nas batalhas contra os chefes. A dificuldade é moderada, e é possível usar uma pequena ajuda que aumenta a vida máxima ao morrer demais em algum trecho.


A jornada dos heróis símios tem grande variedade de situações. Em um estágio, por exemplo, dirigimos uma moto com metralhadora em uma progressão que lembra shoot’em ups. Já outra área tem vários caminhos e corredores na forma de um mapa complexo. Uma fase em um trem tem como desafio conseguir escapar de tantos tiros em um espaço apertado. Há também momentos em que controlamos um tanque de movimentação diferenciada, o que torna a experiência um pouco diferente.

Não há nada de diferente ou excepcional no título, mas ele não deixa de ser divertido com sua execução competente. A campanha conta com 22 estágios e há segredos escondidos neles, como esquemas para novas armas. Há também um modo online competitivo para até seis jogadores, no entanto não consegui encontrar nenhuma partida no meu tempo com o jogo. A quantidade de conteúdo é razoável e dura algumas horas, mas senti falta de extras, como dificuldades adicionais ou desbloqueáveis.


Apreciei bastante a atmosfera estilosa de Monkey Barrels, principalmente seus personagens carismáticos e coloridos nas cenas não interativas. Os inimigos, em especial, são bem criativos: TVs com pistolas na tela, torradeiras que lançam mísseis, geladeiras repletas de lixo e mais. Destaque para os chefes, que são imensos e bem diferentes. Uma trilha sonora energética repleta de composições com temática urbana dita o ritmo acelerado da ação. Os gráficos utilizam modelos 3D e texturas em baixa resolução que remetem ao estilo pixel art, o que traz um ar retrô ao mundo do jogo.

Um problema no jogo é a clareza visual. Em muitos momentos mais intensos, é difícil entender o que está acontecendo na tela, principalmente a localização de alguns inimigos. Faltou um pouco de contraste visual para deixar a ação mais clara, às vezes perigos e cenário se confundem. Além disso, Monkey Barrels apresenta lentidão em certos trechos, principalmente quando há muitos elementos na tela. Infelizmente isso atrapalha bastante o fluxo de jogo e muitas foram as vezes que fui atingido por causa da falta de fluidez da ação. Por sorte são problemas que não acontecem com frequência, mas não deixam de incomodar.


Uma boa aventura

Monkey Barrels é um bom representante do gênero de ação e tiro twin stick. A experiência é estonteante e repleta de momentos complicados que exigem agilidade e técnica para serem superados — é muito recompensador sair vitorioso dos trechos cheios de inimigos e projéteis. Seus maiores destaques são a grande quantidade de tipos de armas e a boa variedade de situações de estágios, além da atmosfera estilosa. Mesmo sendo tecnicamente simples, o jogo sofre com slowdown e confusão visual em momentos mais frenéticos, o que atrapalha as partidas. No fim, Monkey Barrels diverte, mesmo não apresentando algo único.

Prós

  • Ação frenética e ágil na forma de mecânicas de tiro com duas alavancas;
  • Grande quantidade de armas;
  • Boa variedade de situações nos estágios;
  • Direção de arte simpática e ótima trilha sonora.

Contras

  • Problemas de performance e confusão visual atrapalham em alguns momentos;
  • Poucos incentivos para revisitar os estágios;
  • Quantidade de conteúdo limitada.
Monkey Barrels— Switch — Nota: 7.5
Análise produzida com cópia digital cedida pela Good-Feel
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é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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