Todos sabemos que a Big N tem um certo feeling quando suas franquias são o assunto. Ao longo dos anos, seus personagens receberam diversos jogos que moldaram suas épocas e um deles, em especial, foi o gorilão de gravata. Projetado inicialmente como o grande vilão do principal personagem da empresa, Donkey Kong não só ganhou um jogo só para ele como também foi protagonista e passou a integrar o time dos bonzinhos. O sucesso foi tanto que hoje não tem como imaginar o universo dos games sem ele. Somente isso já pode ser considerada uma baita conquista e hoje, 25 anos depois, ainda podemos nos divertir e apreciar essa incrível obra que é a trilogia Donkey Kong Country. A seguir, veremos um pouco mais sobre como esses jogos foram importantes para a Nintendo e para o mercado de games. Boa leitura a todos!
O começo de uma lenda - Donkey Kong Country
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Rambi chifrando geral! |
Tudo começa em uma noite chuvosa, quando Donkey Kong pede para que seu sobrinho, Diddy Kong, proteja seu tesouro mais sagrado: as famosas bananas. Acontece que nessa noite, os Kremlings prendem Diddy em um barril e roubam todas as bananas, deixando um rastro pelo caminho. Então, DK salva o seu sobrinho e juntos partem em uma aventura para recuperar as bananas. Cenas como essa são a marca registrada da série Country e servem como ponto de partida para os jogos da franquia. Quanto ao estilo de jogo, temos um clássico exemplo de plataforma, em que o personagem principal avança subindo em plataformas enquanto desvia de obstáculos. Para auxiliar o gorilão, alguns animais da floresta se juntam à aventura e concedem características únicas, como Rambi, que pulveriza seus inimigos e pode correr mais rápido que da dupla de macacos.
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Como medir a ganância do jogador |
Ao longo de 40 fases, podemos alternar entre os macaquinhos, outro ponto que se manteve nos jogos futuros. Enquanto Donkey Kong pode bater no chão para causar dano, Diddy, por ser mais leve, pula mais alto, o que ajuda na coleta dos colecionáveis ou para alcançar barris de bônus. As tradicionalíssimas letras K-O-N-G surgiram aqui e quando coletadas, acrescentam uma vida à dupla. Falando em aumentar a vida, após pegarmos 100 bananas também é concedida uma extra, porém, não é só isso que elas fazem: ao longo das fases, passagens escondidas podem ser descobertas através de uma sequência de bananas e, em alguns casos, setas compostas pelas frutas mostram o caminho a ser seguido.
Com esse charme e simplicidade, Donkey Kong Country foi um sucesso de vendas no ano de 1994 e com o valor arrecadado foi possível manter no SNES em alta, mesmo com o lançamento de outro videogame - da concorrência - na mesma época. Em seu primeiro ano, foram vendidas mais de 6 milhões de cópias e, ao chegar à marca de 9 milhões, tornou-se o segundo título mais vendido do Super Nintendo, além de estabelecer o recorde de jogo vendido mais rápido de todos os tempos.
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Jungle Hijinxs, um dos clássicos cenários de DK |
Tudo que é bom, ganha uma continuação - Donkey Kong Country II - Diddy's Kong Quest
Com o sucesso de vendas do primeiro jogo, no ano de 1995, a Nintendo e a Rare - que na época era parceira da Big N e responsável por produzir os jogos da franquia - desenvolveram uma continuação direta, tendo Diddy e sua namorada, Dixie, como protagonistas. Desta vez, não controlamos mais DK, pois o mesmo foi raptado pelo Kaptain K. Roll, tendo como pronúncia a palavra "Cruel", em inglês.
Um dos elementos principais desse jogo foi a adição da Dixie, que com seus longos cabelos loiros chegava em locais mais distantes, sem falar do seu gosto musical. Aliás, o bom humor é um dos pontos que se destacam nesse jogo, que é o favorito de muitos jogadores, inclusive deste que vos escreve. Quem não se lembra da música das fases de bônus?
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A encantadora Dixie Kong |
Com gráficos melhorados e uma trilha sonora cativante, o jogo foi bem aceito pela crítica e público, tornando-se o sexto jogo mais vendido no ano de 1995 e o segundo mais vendido daquele ano para o SNES. Aqui, tivemos uma amostra do que a série havia se tornado e o que poderia almejar no futuro. Um jogo bom não se faz só de uma boa história. Os personagens, trilha sonora, cenários e até mesmo os vilões entram nessa. E é exatamente essa a premissa de Diddy's Kong Quest: proporcionar uma história divertida e ao mesmo tempo desafiadora, pois, naquela época, os jogos eram bem mais difíceis do que nos dias atuais.
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O icônico Pirate Panic |
Dessa vez, três não é demais - Donkey Kong Country III - Dixie Kong's Double Trouble!
Em busca de mais bananas, DK e Diddy partem em uma viagem para o Kremisfério Norte em busca de sua comida favorita. Como demoram para voltar, Dixie Kong tem a ajuda de Kiddy Kong, o membro mais novo da família Kong. A jogabilidade é um misto do primeiro e segundo jogos da série, embora os elementos marcantes dos games de plataforma estejam a todo vapor. Aqui, temos um bom exemplo do potencial que a franquia pode apresentar, afinal, os lançamentos foram seguidos, ou seja, tivemos três jogos ano após ano, e cada um deles com sua singularidade, sem perder a essência que um jogo de Donkey Kong tem.
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Mapa de Donkey Kong Country III |
O retorno
Depois de 16 anos sem um jogo do gênero plataforma para a franquia, vem a Nintendo e lança o "remake" Donkey Kong Country Returns para o Wii, e o resultado não poderia ser diferente: nostalgia pura combinado com um gráfico que, mesmo o Wii tendo hardware inferior aos consoles da época, era magnífico ver o DK e sua turma com modelos 3D. O cenário de fundo, a trilha sonora, a dificuldade elevada e, claro, o carisma da série foram renovados, tornando-o um jogo quase que obrigatório para os donos do console. Com a mecânica de movimentos do Wii Remote, a técnica de bater no chão apresentada no SNES agora era sentida pelos jogadores que podiam chacoalhar os controles para reproduzir o mesmo efeito. Quer mais imersão do que isso?
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Técnica Ground Slap utilizando o Wii Remote |
Seu parceiro Diddy também não ficou de fora. Se antes ele pulava mais alto, agora, equipado de uma mochila à jato, podemos nos manter por alguns segundos no ar antes de cair, permitindo o acesso à áreas que somente DK não conseguiria com seu pulo menos potente. O diferencial deste jogo está nas fases de penumbra, onde temos apenas as sombras dos personagens, podendo identificar a dupla pela gravata e pelo boné. Simplesmente incrível! Confesso que a primeira vez que tive a oportunidade de jogar uma fase com essa característica, algumas lágrimas escaparam.
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Prometo não chorar, só dessa vez... |
Dado o sucesso do retorno de Donkey Kong, a Nintendo continuou com a linha Country e novamente criou uma sequência, chamada Donkey Kong Country: Tropical Freeze. Mas não pensem que os jogos são iguais, longe disso. Agora, o enredo é totalmente novo e, com isso, novas mecânicas foram inseridas para acompanhar a história. Para nos aventurarmos pelo Kremisfério, temos não um, nem dois, mas quatro personagens diferentes: Donkey Kong (por razões óbvias), Diddy Kong, Dixie Kong e até o avô - Cranky Kong - está presente, sendo que cada um possui uma habilidade diferente. Pensando bem, faz sentido o quarto jogo da série ter quatro personagens jogáveis, pois se considerarmos Donkey Kong Country Returns como uma espécie de remake, não é um jogo novo em si, entretanto, Tropical Freeze sim. Seria essa uma referência escondida ou totalmente por acaso?
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DK e Dixie em Tropical Freeze |
Participações em outros títulos
Se engana quem pensa que o gorilão só pensa em bananas e enfrentar crocodilos malvados: DK é presença garantida nos embates ferozes de Smash Bros. e compete à altura contra outros personagens consagrados da série, como Mario e Link. Seu porte físico lhe favorece na questão do dano e com o passar dos anos, foi ganhando forma e ficando mais rápido, ou seja, uma combinação bem assustadora.
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Talvez não seja uma boa ideia provocá-lo |
E por falar em rapidez, também pode ser visto nas mais variadas pistas de Mario Kart. Oficialmente presente na série desde Mario Kart 64, o gorilão atrapalhou seus adversários diversas vezes com suas casas de banana, e melhor, na última curva. Em sua pista presente em Mario Kart 7, chamada DK Jungle, são encontrados diversos elementos da clássica fase Jungle Hijinxs, o primeiro cenário da série Country.
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Uhuull! |
A versatilidade que o personagem agrega aos títulos também é de se admirar, pois em todos eles, tornou-se uma figura cativa e de relativa importância. Até em filme ele apareceu: no ano de 2015, foi um dos vilões do filme
Pixels, estrelado por Adam Sandler, e que teve como cena final a mais que famosa e clássica fase das plataformas com escadas e barris rolando para impedir o progresso do protagonista. Resumindo: Não dá para imaginar esse universo de jogos eletrônicos sem o Donkey Kong!
A toda a família Kong e especialmente para DK, parabéns pelos seus 25 anos de história! Sem vocês, com certeza, o mundo dos games estaria menos divertido. Seu carisma e simplicidade vem conquistando gerações e dificilmente será esquecido. Na verdade, será lembrado sempre, seja pelo que representa ou pelo que ainda pode se tornar. Que venham mais 25 anos!
Revisão: Vinícius Veloso