Todo brasileiro sabe que o Brasil é o país do futebol. Quando o assunto é bola no pé, não tem inglês ou alemão que bata de frente com a gente. Mas se em vez de futebol, essa discussão abordasse o famigerado “Soccer” virtual? Qual seria o console de videogame que mais gosta de futebol? Nessa questão, o Super Nintendo com certeza é um dos mais cotados para levar esse título.
No total, o console teve cerca de 60 jogos baseados no esporte mais popular do mundo. O SNES foi um terreno verdadeiramente fértil para esse tipo de jogo, se tornando o lugar de nascimento de várias franquias de sucesso. Para se ter uma noção, até o nosso amado Mega Man (!!!) chegou a tentar uma carreira no futebol virtual.
Muito antes do craque Allejo encantar o mundo com os seus dribles, Super Soccer já havia dado o pontapé inicial para os jogos de futebol da geração de 16 Bits. Desenvolvido pela Human Entertainment e publicado pela Nintendo, o título foi lançado originalmente em 1991 no Japão e um ano depois nos EUA como parte da biblioteca inicial de jogos do console.
Tiro de meta pra fora
É difícil encontrar uma pessoa que acredita que Super Soccer não envelheceu mal como a maioria dos títulos de esporte da época. O tempo realmente foi muito duro com ele, ainda mais se comparado aos outros jogos do gênero que viriam a ser lançados no mesmo console.Logo de início, o que mais prejudica o desempenho de Super Soccer é a sua câmera. Neste título, você acompanha as partidas com a visão sempre de costas para a bola. Uma maneira óbvia de tentar “forçar” a tecnologia de profundidade do chip Mode 7 dentro do jogo.
A ideia parece inofensiva, mas basta jogar um pouco para entender o tamanho desse desastre. Existe uma razão para que jogos atuais, como FIFA e PES, tenham receio de implementar esse tipo de câmera até hoje. Se já é difícil ter alguma noção da profundidade exata do campo com a tecnologia dos consoles atuais, imagine o desafio de tentar fazer isso com o efeito 3D do Mode 7.
Não tinha como dar certo e realmente não deu. A visão do jogador em Super Soccer é confusa, injusta e, de certa forma, “esquisita”. O time que ataca na mesma direção da câmera claramente tem uma vantagem enorme em relação ao posicionamento dos jogadores e das marcações do campo. Atacar na direção oposta da câmera é uma das experiências mais estressantes que você pode ter no SNES.
Mesmo que você esteja no melhor lado, ainda é difícil de “se encontrar” no campo, visto que é impossível enxergar as laterais do campo enquanto a bola está no meio. A péssima utilização da profundidade do Mode-7 e os pequenos sprites dos jogadores só contribuem ainda mais para essa grande confusão.
Tempo extra
Os times de Super Soccer são compostos por jogadores genéricos com nomes inventados, assim como a grande maioria dos jogos de esporte da época. As seleções disponíveis são: Alemanha, Argentina, Itália, Brasil, Holanda, Inglaterra, Camarões, Espanha, Irlanda, França, Romênia, Japão, Colômbia, Iugoslávia, Uruguai e Bélgica.Antes das partidas, é possível montar a formação tática do seu time, escolher os jogadores titulares e até mesmo decidir se você quer controlar manualmente o goleiro. Não é nada muito complexo ou nunca feito antes. Mas são detalhezinhos bem legais de se pensar
A jogabilidade, com ou sem a bola, é bastante rasa, se resumindo basicamente a passar, chutar, dar carrinho e empurrar. Se a palavra “empurrar” te chamou a atenção, então você já deve ter percebido que Super Soccer é mais um daqueles jogos de futebol onde as faltas não são marcadas. Na realidade, existe um sistema de faltas nesse jogo, porém ainda são acontecimentos tão raros que aparentam ser aleatórios aos olhos de qualquer pessoa que gosta futebol.
Jogar contra um amigo no modo multiplayer talvez seja uma das únicas coisas minimamente divertidas do título. Apesar de continuar sendo enjoativa, quebrada e repetitiva, pelo menos a gameplay ainda consegue divertir por uns 10 minutinhos ao lado de uma boa companhia.
Chute de canela
Os modos de Super Soccer são básicos e diretos ao ponto. São apenas duas opções: Exibição e Torneio. Na exibição você pode optar entre uma partida normal e uma disputa de pênaltis. A maior vantagem desse modo em relação ao torneio é que você pode customizar o tempo das partidas de acordo com o seu gosto. Opção esta que cairia muito bem nas partidas arrastadas e demoradas do modo Torneio.O objetivo desse modo “campanha” é derrotar todas as seleções do jogo, desde o confronto contra o time mais fraco até o desafio contra a toda poderosa Alemanha. A ideia em si não é totalmente ruim. O problema é que nesse modo cada tempo de uma partida demora 5 minutos, sem contar as incontáveis pausas para cobrança de laterais, faltas e etc.
“Maçante” é só um apelido. Por causa dessas pausas, a minha jogatina chegou ao ponto do meu time precisar ficar segurando a bola no meio de campo só para que não houvesse nenhuma interrupção no tempo e esse sofrimento acabasse logo. Se pelo menos a jogabilidade fosse divertida ou tivesse alguma recompensa por fazer mais gols no adversário...
Ao completar o modo torneio, o jogador ganha o direito de jogar contra a seleção especial da Nintendo, que é composta pelos desenvolvedores do jogo. Apesar de ser interessante, ainda não é algo que justifique passar por toda a lambança que acontece no modo Torneio. Definitivamente não vale muito a pena gastar o seu tempo na parte que deveria ser o principal atrativo Single-Player do título.
Confira, logo abaixo, outras matérias dos jogos que integram o catálogo do Super Nintendo no Switch Online.
- Brawl Brothers
- Breath of Fire
- Demon’s Crest
- F-ZERO
- Joe & Mac 2: Lost in the Tropics
- Kirby’s Dream Course
- Kirby’s Dream Land 3
- Pilotwings
- Star Fox
- Stunt Race FX
- Super Earth Defense Force
- Super Ghouls’n Ghosts
- Super Mario Kart
- Super Mario World
- Super Mario World 2: Yoshi’s Island
- Super Metroid
- Super Puyo Puyo 2
- Super Soccer
- Super Tennis
- The Legend of Zelda: A Link to the Past
Revisão: Vladimir Machado