Análise: The Ninja Saviors: Return of the Warriors (Switch) é fantástico mesmo duas décadas depois

The Ninja Saviors: Return of the Warriors é um ótimo remaster que chega ao Switch para provar que jogo bom não envelhece.

em 19/10/2019

Em 1994 foi lançado The Ninja Warriors para o SNES, game desenvolvido pela Natsume e publicado pela Taito no Japão e América. Agora, mais de duas décadas depois, membros do time original de desenvolvimento se juntaram para produzir um belo remaster, intitulado The Ninja Saviors: Return of the Warriors.

Golpe de estado

A história do jogo é apresentada através de uma narração escrita junto de cenas ilustrativas antes do início do jogo. Em seu contexto, um líder maligno deturpou uma nação e levou seu povo a uma era de escuridão. Para combatê-lo, androides capazes de assassinar o líder e restaurar a glória do país estavam sendo desenvolvidos.

Mas como todo bom vilão está sempre um passo à frente, a resistência foi destruída antes de completar seu projeto. Agora, mesmo com o plano não indo de acordo, cabe aos mesmos androides finalizar a missão para a qual foram criados. Daí pra frente é só tiro, porrada e bomba.

Choose your fighter

The Ninja Saviors: Return of the Warriors é um beat em’ up no melhor estilo, trazendo todo o espírito absurdo de diversão da década de 90. Ao iniciar um jogo novo o jogador escolhe um entre três personagens jogáveis, eventualmente desbloqueando outros dois após progredir. Cada personagem tem uma sensação completamente diferente de peso e velocidade, contando também com um estilo de luta próprio.



Além do estilo próprio, cada personagem tem ferramentas específicas. O primeiro personagem da seleção é Ninja, um robô enorme e bruto que bate forte embora seja mais devagar, e tem como particularidade um jato de propulsão nas costas que permite dar investidas contra os inimigos cruzando a distância entre eles rapidamente. Já Kunoichi vai na direção contrária, atacando e se movendo com agilidade e podendo atirar estrelas ninja para lidar de longe com os inimigos. O último personagem inicial é Kamaitachi, um androide com lâminas saindo dos antebraços, trazendo um estilo mais balanceado entre força e velocidade.

Tem que se cuidar

O jogo te joga no meio de tudo isso com pouca cerimônia. A partir do primeiro momento de jogo já chegam ondas e ondas de inimigos de variados tipos, e se o jogador não se cuidar a morte chega rápido. Existem variados tipos de inimigos com ataques e forças diferentes, então torna-se necessário conhecê-los e lidar com as ameaças em uma ordem específica para evitar dificuldades.

Ao longo dos níveis existem checkpoints fixos. Isso é importante pois as cinco vidas que o jogo oferece no início vão embora logo logo, e ao morrer e voltar no checkpoint restaura-se o número de chances, além de encher a barra de vida. Isso é especialmente útil antes dos numerosos e difíceis chefões espalhados pelo jogo.



As boss fights são bem divertidas, com cada inimigo tendo movimentos e habilidades únicas. A dificuldade é boa, precisando de algumas tentativas antes de sair vitorioso. É preciso se familiarizar com os ataques para desviar deles, além de lidar cuidadosamente com os inimigos que inundam a tela a todo segundo.

Melhor com amigos

The Ninja Saviors conta com um divertidíssimo multiplayer. O esquema e as fases são idênticos, mas a companhia de um amigo é extremamente bem vinda diante das hordas de inimigos que o jogo apresenta constantemente. Isso possibilita uma divisão de tarefas que deixa a experiência mais agradável e com certeza muito mais divertida. Porém, isso é uma faca de dois gumes: a barra de vida é compartilhada, então o jogo pode se tornar mais fácil ou mais difícil dependendo do desempenho de quem está jogando.

Além da barra de vida compartilhada, os jogadores também dividem a barra de especial sendo necessário entrar em acordo sobre a hora certa de usar as habilidades. Além dos poderes de cada personagem, é possível gastar a barra inteira de especial para causar uma explosão enorme que atinge todos os inimigos na tela, trazendo um valioso tempo para respirar se usado na hora correta.



Os gráficos do jogo são muito agradáveis de se olhar, evocando o espírito dos anos 90 com maestria, porém contando com um belo polimento do remaster. As animações são bacanas e ilustram muito bem o exagero de pancadaria recorrente. A trilha sonora também completa bem a experiência, trazendo temas eletrizantes que com certeza enriquecem a jogabilidade.

Em uma sentada

Um aspecto que pode ser considerado negativo, apesar de se manter fiel ao padrão da era em que foi originalmente lançado, é a impossibilidade de salvar o progresso. Isso obriga o jogador a começar do zero toda vez, e é especialmente inoportuno ao jogar com um amigo.



Um fator interessante de The Ninja Saviors é que diferentemente de outros beat em’ ups da época a movimentação ocorre apenas em duas dimensões. Outros títulos do gênero como Double Dragon contavam com a possibilidade de se mover para trás e para frente além de lateralmente.

Pancadaria nostálgica

É seguro afirmar que The Ninja Saviors: Return of the Warrior é uma carta de amor ao gênero e à era em que primeiro existiu, e que fãs com certeza não irão se desapontar. Contando com muita porrada e diversão, é uma ótima pedida para uma tarde com amigos, já que a diversão só cresce ao adicionar um companheiro na jornada.

Embora apresente uma dificuldade que pode assustar alguns jogadores não familiarizados com o gênero, este é um remaster de qualidade que traz aos tempos atuais uma pérola do Super Nintendo.

Prós

  • Diversão frenética a todo momento;
  • Chefões variados;
  • Personagens diferentes com estilos próprios;
  • Modo multiplayer divertidíssimo.

Contras

  • Impossibilidade de salvar o progresso;
  • Dificuldade pode impedir alguns jogadores.
The Ninja Saviors: Return of the Warriors - Switch/PS4 - Nota 7.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Icaro Souza
Análise produzida com cópia digital cedida pela ININ Games

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