Harry Potter e a Pedra Filosofal (GBC): uma aventura mágica muito carismática e desafiadora

O belo início de uma saga que duraria anos a fio, trazendo muita magia, combates desafiadores e horas de exploração pelos corredores de Hogwarts.

em 25/09/2019

Em 2001 chegava aos cinemas o primeiro filme da saga que se tornaria a terceira maior de todos os tempo em termos de bilheteria: Harry Potter e a Pedra Filosofal. E como era de costume na época, os grandes blockbusters sempre tinham um jogo de videogame para acompanhar o lançamento do filme e estender a popularidade da franquia. Portanto, também em 2001, chegava aos consoles e portáteis Harry Potter e a Pedra Filosofal.


O jogo ganhou versões para o Game Cube, Game Boy Advance e Game Boy Color, sendo desenvolvidas especialmente para cada plataforma e com grandes diferenças e características únicas em cada uma delas. Neste artigo falaremos da versão para o Game Boy Color e as qualidades que fizeram dessa versão um verdadeiro clássico do tijolinho colorido e um dos melhores RPGs do portátil.

O início de uma aventura mágica

Harry Potter e a Pedra Filosofal coloca o jogador no papel de Harry, um menino de 11 anos que acaba de se descobrir filho de poderosos bruxos, após receber uma carta informando ter sido aceito em uma das melhores escolas de magia e bruxaria do mundo! Após uma breve introdução, o jogo nos leva ao Beco Diagonal, já no controle de Harry, que ao lado de seu novo amigo Hagrid, devem encontrar os materiais escolares necessários para o início do próximo semestre letivo em Hogwarts.

É no beco diagonal que somos apresentados a alguns dos vários personagens icônicos da franquia – como o Sr. Olivaras, a coruja Edwiges e o nojento Draco Malfoy – e também a alguns sistemas do jogo como os combates por turno, os menus e equipamentos, a sua coleção de cartas mágicas e suas funções, dentre outros. O jogo possui o tom misterioso dos livros, mas com o humor característico da franquia e as bizarrices que esse mundo mágico oferece, e é assim que acompanhamos a saga completa do primeiro volume dos livros, desde a busca pela plataforma 9¾ e a viagem de trem a caminho de Hogwarts até o dia a dia nas aulas, jogos de Quadribol e a busca de respostas sobre o passado de Harry Potter.
Quem não gostaria de herdar uma pequena fortuna?

O dia a dia de um aluno de Hogwarts

Seja um bom aluno e consiga ponto para sua Casa.
As aventuras em Harry Potter e a Pedra Filosofal não estão restritas a apenas eventos do filme. Além deles, também podemos experimentar como é a vida de um verdadeiro aluno de Hogwarts. Podemos frequentar as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas do Professor Quirrell ou Herbologia com a Madame Sprout, por exemplo, ou ainda participar de partidas de Quadribol, ajudar Hagrid em suas tarefas do dia a dia, aprender novos feitiços, coletar ingredientes e preparar poções variadas, dentre várias outras atividades. A realização dessas tarefas além de render boas recompensas,  tornam a imersão no mundo mágico dos bruxos ainda mais divertida, com mini-games, puzzles e coletas de itens de forma bem elaborada e que nos permitindo ‘vivenciar’ a normalidade da vida dos protagonistas quando não estão lutando contra o mal.

 Combates mágicos e baralhos colecionáveis

Em Harry Potter e a Pedra Filosofal os combates são iniciados quando o jogador encosta em uma espécie de gosma azul, que aparece em todas as áreas do jogo, e é através desses combates que se ganha experiência para subir de nível, melhorando seus status e aprendendo novas magias. A luta acontece em forma de turnos, onde podemos escolher entre lançar feitiços, usar itens, usar cartas mágicas para poderosos combos ou fugir da batalha. Os inimigos são variados e contam com animações próprias durantes as batalhas, assim como Harry e seus companheiros.

As cartas de bruxos e bruxas famosos, como nos livros e filmes da saga Harry Potter, podem ser encontrados nas caixinhas de sapos de chocolate que compramos nas várias lojas por todo o jogo, também podendo ser achadas ao interagir com objetos nos cenários. Sua coleção de cartas é organizada em dois tipos de Livros - acessíveis no menu principal, pressionando o botão START - o Folio Magi, que cataloga suas cartas e as separa por categorias, e o Folio Triplicus, que as reorganiza de acordo com as possíveis combinações de ataques mágicos que elas podem realizar em batalha. Ao utilizar as cartas em batalhas elas são consumidas, assim, é preciso comprar mais sapos de chocolate e encontrar mais cartas. Há ainda a opção de trocá-las com seus amigos através da conexão pelo cabo Game Link entre dois portáteis, mas o difícil era achar alguém para fazer a troca…

Bela ambientação e com muito para explorar

Uma das características que mais chamam a atenção neste título é certamente seu visual. Harry Potter e a Pedra Filosofal é um dos mais belos jogos do portátil colorido: cada cenário ou área do Castelo de Hogwarts é única, com cores vibrantes, objetos de decoração e detalhes muito fiéis ao descritos nos livros e mostrados nos filmes. Temos ainda algumas cutscenes muito carismáticas para marcar transições na história ou conquistas importantes.


Ao interagir com tais objetos podemos encontrar itens importantes como cartas mágicas, itens consumíveis para recuperar sua energia, ingredientes para preparar poções ou até passagens secretas para áreas escondidas e atalhos entre os andares. A exploração de cada ambiente é estimulada e bastante recomendada, já que guardam segredos e recompensas que podem fazer a diferença na hora de lutar contra ‘você sabe quem’.

A fluidez dos diálogos e a fidelidade aos personagens

Certamente devido às restrições de armazenamento dos cartuchos do GBC e às 13 opções de idiomas do jogo (Sim! Temos Português BR como opção!), os diálogos dos personagens principais e dos NPCs não são os mais elaborados e geralmente contém dicas objetivas sobre segredos ou como
proceder na história do jogo.

Apesar disso, a fluidez da jogatina não é afetada negativamente. A compreensão do que está acontecendo naquele momento e a personalidade de cada personagem é perceptível em suas falas, sendo mantidas a rispidez do Professor Snape, a severidade na fala de McGonagall, o desprezo nas provocações de Malfoy ou as piadas sem graça do Pirraça. Seja com quem for a conversa, é sempre divertido associar as falas com os retratos que acompanham cada uma delas.

Um RPG completo

Além dos belos visuais e o enredo das histórias de Harry Potter, neste título para Game Boy Color temos vários dos elementos que formam um bom e clássico RPG: batalhas estratégicas por turno, melhoria de status e equipamentos, magias elaboradas, objetos para coletar e transformar, exploração de cenários variados, uma história cativante e que prende o jogador. Podemos ir direto aos objetivos impostos pela história do jogo ou andar e explorar calabouços à procura de itens e batalhas para ficar mais forte a fim de enfrentar um chefe, o importante é que o título oferece tais opções ao jogador. São essas as características que o torna bastante completo e uma das memoráveis franquias de sucesso nascidas no nosso saudoso Game Boy Color.

Harry Potter e a Pedra Filosofal ficou em nossos corações como um ótimo jogo por seu carisma único e inovações que moldaram os títulos posteriores anos à frente, dando uma cara única para os jogos da franquia, capazes de divertir fãs (ou não) apresentando-nos um mundo fantástico a ser desbravado.


Quais são suas memórias jogando esse título da vasta biblioteca do GBC? Esse também foi seu primeiro contato com a franquia? Quais os melhores momentos em sua opinião? Conta pra gente!

Revisão: Ícaro Sousa
Siga o Blast nas Redes Sociais

Estudante de Letras, apaixonado por vídeo-games e música. Gosta de conversar sobre hobbies em comum, receber dicas e recomendações e de capturar monstrinhos de bolso enquanto explora Hyrule.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 3.0).