SUPER HOT
Se teve uma coisa que não faltou após o lançamento do título aqui analisado foram vídeos de gameplay no YouTube reagindo e experimentando a jogabilidade única de SUPERHOT. Para aqueles que não acompanharam, o game é um FPS com uma proposta diferente: o tempo diminui a velocidade quando o jogador não se mexe, porém torna ao compasso normal quando houver alguma movimentação de quem estiver com o controle.De início, o jogador vai achar que tá por cima da carne seca por imaginar que o game simplesmente parou e que dá para tomar o tempo que quiser para realizar o próximo passo, mas não é bem assim que o jogo funciona. O tempo do game diminui, mas não para, ou seja, se tem uma bala indo em sua direção e você não agir, ela vai te acertar do mesmo jeito.
O jogador só pode levar um único dano, é uma das condições que remedia a grande vantagem que é paralisar o tempo quando não está em movimento. Essa funcionalidade é muito bem explorada em uma das primeiras fases, na qual dois inimigos estão paralelos um ao outro e atirando. O papel do jogador é andar de um lado para o outro até conseguir destruir os inimigos.
E o jogo se vale dessa jogabilidade para criar as dificuldades, pois as fases trazem muitas surpresas. Não é incomum você se deparar com inimigos aparecendo no meio do nada, além de simplesmente morrer por pura desatenção, pois foi acertado por trás. E SUPERHOT faz questão de te forçar a criar atenção para todos os cantos da fase, pois apenas o tempo parece jogar ao seu favor, mas o resto está lá para te destruir.
E o que mais diverte em SUPERHOT é como o jogo instiga a criatividade do jogador, pois não são em todas as fases que o jogador começará com uma arma na mão e com munição infinita. Em muitos casos é preciso aprender o ritmo da fase, a movimentação dos inimigos e a disposição das armas. Pode parecer estranho, mas é impressionante como é possível realizar a mesma fase de tantas formas diferentes.
Ao final de cada fase, depois que todos os inimigos são destruídos, o jogo repete SUPER HOT várias vezes enquanto mostra o seu trajeto vitorioso na fase em tempo real.
Você não está no controle!
Além da jogabilidade única, a história de SUPERHOT é discreta e provocativa. Se inicia numa conversa do “jogador” com um “amigo”. Essa interação começa com a indicação do amigo para jogar um game único de tiro, chamado… SUPERHOT. Depois das primeiras fases, a história vai se desenrolando em um fluxo que mistura jogatina e conversas. Essas transições são discretas e tornam a experiência muito fluída.O desenrolar se vale do fato de SUPERHOT ser viciante e ter se espalhado como vírus em suas primeiras versões e previu que isso ocorreria após o lançamento. Pois não somente o jogador vai ficar vidrado em jogá-lo, como o seu “eu” dentro do jogo também. E além disso, há questionamentos de os jogadores serem realmente aqueles que controlam o jogo.
Não serão poucas as fases que frases provocativas e até depreciativas serão lançadas na tela para o jogador. Pessoalmente, a cena mais impactante é numa cela minúscula em que diversos comandos piscam na tela e caso o jogador não os cumpra, não passa de fase e a frase final antes de finalizar é: “Bom cachorrinho”.
Apesar da campanha principal ser um tanto curta, há um extenso modo de sobrevivência, no qual o jogador deverá passar pelas fases em condições especiais. Tais condições são: usar apenas katana em todas as fases ou sem usar nenhum tipo de arma.
Apesar da magia da experiência sumir no Switch, pois o jogo imita as telas de computadores antigos, jogar no console híbrido é bem sossegado. Os comandos são bem responsivos e há a possibilidade de jogar utilizando o giroscópio dos controles. Não é uma funcionalidade que me agrada, mas acredito que alguém deva se sentir contemplado.
Presenciei apenas uma coisa que não estava presente na versão para PC. Em uma determinada fase o jogador verá um corpo de um inimigo sentado usando um óculos VR, porém o formato do corpo é completamente estranho e a movimentação mais ainda. Não sei se é um bug do modo com o giroscópio desligado. Isso não estraga o jogo, mas também não é prazeroso de se ver.
Apesar de eu, assim como muitos, achar que o título é ótimo e é a verdadeira definição de “time que está ganhando não se mexe”, é chato um game lançado há três anos chegar ao Switch exatamente como foi em sua primeira versão. Seria interessante o game ter recebido compatibilidade com o modo VR do console híbrido, pelo menos. Ou alguma expansão que fosse.
Por fim, o game é uma ótima oportunidade para aqueles que não puderam experimentá-lo quando foi lançado originalmente, mas, nem de longe, é uma opção para quem já tem uma cópia do jogo em outra plataforma.
Prós
- FPS com conceito e jogabilidade inovador;
- Experiência de jogo única;
- Fator replay forte;
- Jogo viciante.
Contras
- Campanha principal curta;
- Game veio sem nenhuma atualização;
- Não compatível com o modo VR do Switch.
SUPERHOT - Switch/PC/PS4/XONE - Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vladimir Machado
Análise produzida com cópia digital cedida pela SUPERHOT Team
Análise produzida com cópia digital cedida pela SUPERHOT Team