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A relação entre Game Boy e Pokémon

No final da década de 1990, a franquia Pokémon já era sucesso absoluto de renda e público, mesmo com poucos anos após seu lançamento. Quais fatores que levaram a isso?

em 14/08/2019

Lançado no aniversário de 100 anos da Nintendo, em abril de 1989, o Game Boy, ou tijolão para os íntimos, revolucionou o mercado de consoles, mostrando que um game podia ser jogado em qualquer lugar. Ele foi o berço de várias séries, sendo as mais conhecidas Kirby e, obviamente, Pokémon.



O Game Boy e a geração de Kanto parecem ter sido feitos especialmente um para o outro. Não é à toa que a aventura inicial da franquia foi o first-party mais vendido nos 12 anos de vida do console, com mais de 30 milhões de unidades . Para se ter uma noção do sucesso, de cada 3 consoles vendidos, um tinha uma das versões da 1ª geração rodando em seu sistema, isso sem contar os cartuchos paralelos, que não entraram nessa conta.

A história que lançou as bases da franquia já é conhecida por muitos. O protagonista sai de sua cidade natal, Pallet, para completar a Pokédex a pedido do Professor Carvalho (ele nunca te pediu para ganhar a liga, certo?). Para isso, você deve passar por testes e enfrentar várias aventuras, como a disputa da liga local.

O sistema de batalha e captura foi amplamente aceito pela então embrionária fanbase da época, logo se tornando uma mania, uma “febre” em todos os aspectos. A possibilidade de se jogar multiplayer, tirando o jogador da “bolha” na qual ficava, também foi um fator para a popularização e ampla monetização da ideia de Satoshi Tajiri.

Economicamente falando, a estratégia de vendas que funciona até hoje foi definitivamente uma jogada de mestre Pokémon (com o perdão do trocadilho) sem precedentes. Em vez de duas pessoas jogarem o mesmo jogo, por que não lançar duas versões levemente distintas? Faltava apenas uma questão: fazer os clientes comprarem a ideia.

Os exclusivos de cada versão incentivavam o jogador a interagir com outras pessoas caso quisesse completar a Pokédex


Mais uma vez, o time de vendas da Game Freak fez bonito. Com monstrinhos exclusivos em cada versão, a frequência de trocas do jogo deveria ser intensa para que os jogadores pudessem completar a Pokédex (Não havia National Dex na época, sabiam?), meta não-oficial, porém extremamente empolgante do jogo.

Funcionava como um álbum de figurinhas. Se eu tenho algumas repetidas, por que não trocá-las com quem não as tem? Foi um verdadeiro sucesso. As 151 espécies eram procuradas por todos, seguindo o lema da franquia (até então, ao menos) – “Gotta catch’em all!”, ou em português, “Temos que pegar!”. No final dos anos 90, a verdadeira ostentação era ter o lendário Mewtwo no time e impressionar todos os amigos na escola.

Ao mesmo tempo em que Pokémon fazia total sucesso, era lançado o sucessor da sua plataforma, o Game Boy Color, e um ano depois dele, o novo mundo de aventuras, também conhecido como Pokémon Gold e Silver, ambientados em Johto. Mas isso já é assunto para uma outra matéria.

Revisão: Davi Sousa

Estudante de História, "nascida" em Johto, é fã da Altaria e de Galar. Pokétuber e futura professora de História, nas horas vagas treina seus monstrinhos. Benfiquista e boleira, pode ser achada enquanto cria algo pelo Twitter: @gabsjohto
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