A Atlus é este tipo de estúdio injustiçado. Apesar de a empresa já ser bem conhecida para aqueles que gostam de experiências mais tradicionais de títulos oriundos do Japão e do recente sucesso internacional de Persona 5, ver matérias dedicadas ao seu histórico não é exatamente algo comum. Foi pensando nisto que nós do Nintendo Blast decidimos elaborar uma matéria contando um pouco da história desta pequena porém notável desenvolvedora.
Capa de uma das versões de Megami Tensei |
A Atlus surgiu oficialmente dia 7 de abril de 1986 exclusivamente como uma desenvolvedora de jogos para outras empresas. Alguns meses mais tarde, em janeiro de 1987, começaram a vender também máquinas de diversão para uso comercial, embora hoje em dia já não seja possível descobrir quais tipos de equipamento eram vendidos pela empresa. Em 1989, ela incluiu no seu catálogo de produtos equipamentos de karaoke, atividade extremamente popular no Japão.
O primeiro jogo da Atlus foi a versão para SNES de Digital Devil Story: Megami Tensei, enquanto as outras versões do jogo ficaram por responsabilidade de outros estúdios. O RPG dungeon crawler foi lançado em 1987 e baseado em uma série de livros de relativo sucesso no Japão.
Na década de 1990, a Atlus se apresentou à indústria dos salões de jogos quando lançou a sua primeira máquina de fliperama, BlaZeon, em 1992. No mesmo ano o jogo foi portado para o SNES, embora com muito conteúdo removido ou alterado com relação ao produto original. A primeira colaboração com a Sega ocorreu em Julho de 1995, com a fabricação e venda de máquinas de Print Club, que possuíam o simples conceito de tirar uma foto, editá-la de várias maneiras ao adicionar bordas e outros elementos, e imprimi-la.
Capa americana da versão para SNES de BlaZeon |
Um exemplo da arte de Kazuma Kaneko |
Entre os anos de 1997 e 2000 a empresa tomou as primeiras medidas para se consolidar mundialmente.
Criou subsidiárias nos Estados Unidos e Cingapura, entrou para a Bolsa de Valores de Tóquio e formou uma parceria com a Kadokawa Shoten para a distribuição e venda de jogos eletrônicos. Em 2003, a empresa passou por sua primeira reforma de gestão, tendo agora Matsuo Iwata como presidente, cargo no qual ele permaneceu até meados do mesmo ano.
Tadashi Satomi, nome importante para a franquia Persona |
Eternal Punishment, no dia 29 de junho, Tadashi Satomi, principal roteirista da franquia até então, deixou sua posição. Isso fez com que mais tarde a franquia fosse completamente renovada no lançamento de Persona 3, outro jogo com impacto considerável na história de sucesso da Atlus. Ainda hoje, entretanto, muitos fãs veem a história da duologia Persona 2 como a mais bem escrita de toda a franquia, opinião muitas vezes capaz de gerar discussões dentro da comunidade.
Em outubro de 2001, Atlus comprou a Career Soft, fazendo dela mais uma de suas subsidiárias. O estúdio japonês foi responsável pela criação de outra franquia de sucesso da empresa, Growlanser. O primeiro jogo da série foi lançado em novembro de 1999, para PlayStation, antes da compra da Career Soft. O jogo da franquia que inaugurou a parceria entre as empresas foi Growlanser III (PS2), em dezembro de 2001.
2003 foi um ano de grandes mudanças, com duas subsidiárias estabelecidas na China e a compra da própria Atlus, que tornou-se subsidiária de uma empresa de brinquedos japonesa chamada Takara (atualmente Takara Tomy). Além disso, foi nesse ano que Matsuo Iwata saiu da presidência da empresa, entregando a função para Nobuyuki Okude.
Nesse período houveram lançamentos interessantes, incluindo outro jogo responsável pelo reconhecimento internacional da desenvolvedora: Shin Megami Tensei: Nocturne (PS2). Outros jogos notáveis foram SMT: Digital Devil Saga (PS2), Growlanser IV: Wayfarer of Time (PS2) e SMT: Devil Summoner (PSP), além de títulos que, independentemente da qualidade, nunca alcançaram o mesmo sucesso.
Shin Megami Tensei: Nocturne, um dos jogos mais aclamados da empresa |
Odin Sphere Leifthrasir (PS3, PS4, PSVITA), remake do original Odin Sphere |
Catherine, certamente uma ocorrência única na indústria de jogos |
Esse jogo, é claro, foi apenas o começo de toda uma história com a Sega, história essa que já rendera frutos únicos e bem trabalhados, incluindo Persona 5 (PS3, PS4), sucesso de críticas em todo o mundo. Desde que foi comprada pela Sega, a Atlus não passou por outras transições de poder, o que significa um conforto e estabilidade muito maiores para a criação e distribuição de jogos eletrônicos.
Já existem, inclusive, boas promessas da empresa para os anos seguintes, como o projeto chamado Project Re: Fantasy, que ainda não tem muitas informações divulgadas. Tem também Shin Megami Tensei V, mais um jogo principal de uma das maiores franquias da desenvolvedora, ainda sem data de lançamento. Esse, em especial, também promete ser um exclusivo do Nintendo Switch. Recentemente houve o lançamento de Persona Q2: New Cinema Labyrinth (3DS) e Etrian Odyssey Nexus (3DS).
Persona Q2, um dos jogos mais recentes da Atlus |
Revisão: Davi Sousa