Não é preciso dizer muito sobre a “cultura” de zumbis da virada do milênio. Uma popularização cativante de obras pós apocalípticas se espalhou por todos os meios de entretenimento, desde parques temáticos até mesmo os videogames. Zombie Driver: Immortal Edition (Switch) entra nesse contexto, um pouco mais tarde, trazendo tudo que já conhecemos sem uma oferta instigante que justifique devidamente seu destaque.
Zumbis… Novamente
O modelo do game lembra bastante o estilo primário de Grand Theft Auto (GTA), em que o jogador controlava carros em terceira pessoa com uma câmera superior muito semelhante. A diferença é que em Zombie Driver o jogador não sai do carro, ou seja, o personagem principal é literalmente o veículo. Essa falta de caracterização pode ser um fator negativo para alguns, até mesmo por não haver uma identificação clara, porém não atrapalhou minha experiência.A ideia do modo campanha é bem simples: você deve cumprir as missões entregues por sequência, que são cerca de trinta no total. Resgates e destruição de zumbis gigantes são algumas delas, com direito a explosivos e mísseis especiais, que se resumem em um modo campanha simples mas efetivo, mesmo sem inovações. No meio do caminho o jogador tem um mapa “aberto” para explorar, entretanto a ideia de liberdade não soa muito bem por tudo ser bastante limitado.
Com o decorrer da jogatina, o jogador libera customizações interessantes que, de certa forma, incentivam a progressão da história. Os veículos são dos mais diversos possíveis, desde o táxi inicial até carros esportivos diversos, que podem ser melhorados com o tempo, aumentando a blindagem e outros aspectos. A tela de customização é confusa, pois é muito poluída de informações, então levou um certo tempo para me acostumar com o padrão do game.
Além disso tudo, há alguns modos alternativos que são notáveis. O que mais chamou minha atenção foi o modo de corrida, visto que quebra um pouco o modo tradicional de gameplay e pode gerar boas risadas nas competições dos veículos. Tanto que, na minha opinião, tais extras poderiam ser melhor explorados e incentivados no conteúdo geral.
Um tanto genérico e com dificuldades visuais
É indispensável mencionar também que as configurações do game pecam em vários aspectos. Primeiramente com o controle da câmera e do veículo, que muitas vezes são confusos e imprecisos, o jogador pode se perder facilmente no início do game até entender quais mecanismos ele quer apresentar.O áudio e a trilha sonora podem ser resumidos em uma palavra: genéricos. Um tanto esquecíveis, Zombie Driver dá a impressão de que os acabamentos do game foram feitos sem muita minuciosidade, principalmente nas partes da campanha que são repetitivas e enjoativas, o que cansa bastante o jogador que tenta finalizar o game logo.
Mesmo com alguns dos problemas citados acima, acredito que o maior deles seja a disposição do game design para o Switch. Isso quer dizer que as letras e textos informativos são proporcionalmente minúsculos, de forma que beiram a leitura impossível no modo portátil. Logo, realizar esforço visual para entender o que está escrito na tela ou no pequeno mapa na parte inferior da tela é cansativo e exaustante, mesmo quando ligado à TV.
Em síntese, Zombie Driver: Immortal Edition é um jogo completo, porém peca no lado simples e genérico de explorar o gênero com interações audiovisuais nada atrativas. O maior problema de dificuldade de leitura com os textos e mapas extremamente pequenos atrapalham a gameplay, principalmente on the go, o que resulta em um grande desinteresse pelo atropelamento de zumbis, que já estão, de fato, saturados no universo dos games.
Prós
- Campanha satisfatória, mesmo sem grandes destaques;
- Modo de corrida é divertido;
- Customização dos veículos é um dos pontos mais chamativos.
Contras
- Câmera e controles por vezes incomodam;
- Áudio e visuais genéricos e desinteressantes;
- Algumas partes do game são entediantes e enjoativos;
- Letras e informativos extremamente pequenos e difíceis de ler.
Zombie Driver: Immortal Edition - Switch - Nota: 5.5
Análise produzida com cópia digital cedida pela EXOR Studios