Vasara Collection é um título lançado pelo estúdio brasileiro QUByte Interactive (99Vidas), que reúne os dois jogos da série Vasara, originalmente lançados para os Arcades, sendo o primeiro lançado no ano de 2000, e sua sequência logo no ano seguinte, 2001. Os dois títulos chegam agora aos consoles de nova geração, trazendo novidades e a chance de jogar o título inédito no Ocidente aos donos do Nintendo Switch.
Samurais Hi-Tech
Logo quando iniciamos Vasara Collection temos algumas opções: o modo Vasara Classics, que reúne os dois títulos lançados da franquia, e o modo Timeless, que é uma versão em 3D que traz todos os heróis dos jogos anteriores em uma aventura para até quatro jogadores. E por fim temos os menus “Opções” e “Extras”. Explicarei cada um deles, mas a princípio falarei do botão “Opções”. E aqui realmente eu percebo algo negativo. Apesar do jogo ser portado no ano de 2019, não temos opções para pessoas com necessidades especiais. Não há a opção para daltônicos e nem sequer uma opção para remapear os botões.
Também tem o menu extra do jogo, mas este só pode ser acessado após iniciar um dos dois títulos. Aqui basicamente escolhemos quantas vidas podemos ter, stock de bombas, subtítulos etc. Um elemento extra bem legal adicionado são as ilustrações dos personagens. É bem legal ver os veículos e os personagens com mais detalhes.
Quando escolhemos um dos jogos podemos escolher de que modo o jogo será exibido: modo standard, vertical left, vertical right. Aconselho se for jogar no Switch em modo portátil usar o modo vertical, a visibilidade é bem melhor. Existem acessórios que possibilitam o uso do Switch no modo vertical, e servem muito bem para este tipo jogo.
Começando do Começo
Começando pelo primeiro título lançado da série, Vasara se passa no ano de 1600dc no Japão Feudal. O atual governante está morto e Ieatsu Tokugawa pretende usurpar o poder para si. Cabe aos três personagens da trama pôr fim às ambições de Tokugawa. E quem são eles? Yukimura Sanada, que tem o veículo mais equilibrado entre os três heróis e usa uma katana como ataque especial. Keiji Maeda é o mais experiente dos três e tem a nave que aplica mais dano, porém também é a mais lenta, e usa uma lança como arma especial. Por último a jovem Saiga Magoichi, é a que possui a máquina mais rápida de todas, porém é também a que causa menos dano aos inimigos, o seu golpe especial é um círculo de fogo que devasta os inimigos.
A ordem das fases mudam dependendo do personagem que escolhemos. E como são as fases? Passamos por montanhas, vilas do Japão feudal em diferentes épocas do ano, pelos mares etc. O cenário é realmente notável, bem desenhado e bem variado. O grande problema é conseguir observar estes detalhes; com tantos tiros e com a tela do jogo que ocupa pouco mais de um terço do monitor no modo standard.
Domine ou morra
Quando nos vemos encurralados temos a opção de usar a bombas, que criam um campo de energia que dissipam os tiros inimigos. Mas o título ainda esconde outra mecânica que é a chave para o triunfo. No geral seguramos o botão A para disparar, mas se segurarmos o botão B o nosso personagem vai soltar um tiro carregado, que além de dar mais dano nos inimigos, também nos protege dos seus disparos. E realmente o jogador tem que dominar essa habilidade caso queira chegar ao final da campanha, que realmente não é para qualquer um.
Vasara 2
O segundo título se passa 18 anos antes do primeiro jogo, e Oda Nobunaga está pronto para conquistar o Japão, mas desta vez temos quatro personagens dispostos a frustrar o plano do vilão da trama. Em quesito de história, acho que o primeiro jogo fez isso melhor e mais simples, no segundo título as coisas são meio confusas para pessoas que não têm um grande conhecimento da história e das personagens históricos do Japão. Desta vez temos quatro heróis a disposição, são eles: Takeda Nobukatsu, que tem uma nave com velocidade e ataque equilibrados e usa uma espada como arma. Momochi Sandayu tem o veículo mais rápido entre os quatro e usa shurikens como arma.O terceiro personagem é Akechi Mitsuhide, o samurai com maior poder de fogo, e consequentemente com a nave mais lenta. Akechi usa uma espada. Por fim, Zuifu Seiryubo, que também tem uma nave com os atributos equilibrados e usa esferas azuis para abater os inimigos como. Estes são os personagens que estão disponíveis na aventura, porém existe um quinto elemento. Para selecioná-lo é necessário fazer um código, mas admito que ainda não sei como.
No segundo título não podemos mais contar com o poder de deflexão de tiros com as nossas bombas, o que faz com que tenhamos menos opções nos combates, isto foi compensado ajustando a mecânica do ataque especial, agora não temos que esperar tanto tempo para usarmos o ataque Vasara. É verdade que a habilidade especial dura menos tempo, porém a barra de energia foi fracionada em três partes, o que nos permite usar o ataque bem mais. Ainda assim é necessário usar o seu ataque Vasara de modo estratégico, para não acabar chegando em partes mais complicadas sem o auxílio do especial, já que não contamos mais com as bombas.
Reformulando a série
O interessante da jogabilidade do modo Timeless é que os heróis têm as habilidades exatamente como em seus respectivos títulos. Os personagens do primeiro jogo, por exemplo, conseguem usar a bomba para repelir ataques. Outro ponto legal, mas este vale para todos os personagens, é a barra de estamina, que nos possibilita dar um dash em qualquer direção e esquivar de tiros e hordas inimigas. Uma vez que agora o espaço de navegação é bem mais amplo, já que agora jogamos em modo widescreen.
Tem estilo
Os jogos dessa série realmente conseguem ter um visual único, mesclando muito bem a estética conhecida de samurais e animes que tratam da era feudal, com máquinas de combate modernas. O estilo é um dos pontos mais fortes destes títulos, e seria impossível não mencionar em uma análise.
Os personagens principais usam um tipo de moto High Tech, enquanto os inimigos portam aeronaves, porta-aviões gigantescos, e os mais legais na minha opinião, os robôs gigantes (megazords).
Além do som dos tiros...
A música é um show à parte nos jogos da franquia, usando do que tem de melhor no estilo e nos instrumentos clássicos do japão; pilotamos ao som de taikos e kotos. E realmente recomendo que antes de iniciar o jogo diminua um pouco os efeitos sonoros para que possa apreciar as músicas, pois são realmente bem elaboradas e encaixam perfeitamente com o título.Só para burguês.
Algo que eu pensei jogando esses títulos foi: só sendo muito rico para zerar esse game no fliperama. O port do jogo nos consoles de nova geração é exatamente o mesmo do fliperama: colocamos fichas apertando L. E prepare-se para gastar um milhão de fichas no modo normal, e algumas centenas no modo easy. A aventura é curta, mas por se tratar de jogos originais de Arcade, a dificuldade é muito alta, até no modo "easy".O interessante aqui é que, contrariando meu pensamento de que "só burguês para zerar o jogo", para superar a última fase, o jogador não pode contar apenas com o número de fichas disponíveis, pois se perde todas vidas, terá que voltar a fase do início.
Prós:
- Performance. O jogo rodou estável tanto no modo dock quanto no modo portátil;
- Desing: design das fases, inimigos e dos personagens são muito unidos e carismáticos;
- Trilha sonora: Instrumentos típicos japoneses embalam a aventura de forma fantástica;
Contras:
- Falta de acessibilidade;
- Personagem secreto. Para uma edição comemorativa, acredito que os fãs deveriam ter acesso a todos os extras do jogo sem ter que recorrer a algum código de desbloqueio na internet.
Vasara Collection - Switch/PS4/XBO/PC - Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vladimir Machado
Análise produzida com cópia digital cedida pela QUByte