A cada passo, uma vida
Em um reino pixelado e medieval, um feiticeiro maligno decide que deseja destruir o mundo. Sem a existência da internet, porém, os reis decidem entregar uma carta de paz ao homem, mas há um problema: ninguém tem a coragem para subir a torre na qual ele mora, pois ela é cheia de magias e armadilhas prontas para matar o primeiro que lá pisar.O feiticeiro e proprietário da torre fará todo o possível para impedir que você chegue ao topo. |
O objetivo em cada uma das salas é chegar à saída sem que as vidas acabem mas, a cada passo, o personagem perde uma delas. Por meio dos itens de três ou cinco vidas ao longo do ambiente, é possível se recuperar e obter passos suficientes para chegar à porta. Como em qualquer título de puzzle, mecânicas dificultadoras são inseridas ao longo da aventura.
Quando você coleta um item, seu contador é substituído pelo número coletado. |
Uma das principais frustrações que encontrei no título é o aumento da dificuldade quando todas as mecânicas estão juntas em uma mesma fase, pois há a sensação de que existem poucas soluções para o desafio diferentes daquela pretendida pelo desenvolvedor. Em qualquer jogo de puzzle esse poderia ser citado como um ponto positivo mas, quando numa sala grande, você se perde na tentativa e erro ao tentar acertar os movimentos exatos necessários para vencer.
As coisas podem ficar um pouco cabulosas... |
Para reduzir a frustração do jogador, o uso do botão B insere um checkpoint, de onde é possível continuar após a morte. Porém, muitas vezes você perceberá que inseriu um marcador após um movimento errado e precisará recomeçar. Essa sensação, nas fases mais difíceis, acaba tornando a experiência frustrante. Porém, certamente poderá agradar àqueles que aproveitarem-na de forma gradual.
Feito para curtir aos poucos
A dificuldade, que pode ser frustrante em algumas das fases, é, na verdade, um dos pontos positivos do título. Ao quebrar a cabeça por vários minutos em cada desafio, o jogo te incentiva a pausar e voltar para o gameplay em outro momento. Assim, uma experiência curta pode ser aproveitada durante vários dias em pequenas doses, seja aproveitando o estilo artístico retrô ou as trilhas sonoras em 8-bits.De longe, Warlock’s Tower é uma fiel recriação dos títulos para Game Boy. Com gráfico apresentado em uma sutil grade de pixels, a nostalgia está presente em todos os aspectos do jogo. Cada novo andar é representado por uma cor apenas, e a trilha sonora indica o progresso por meio da alteração das melodias. Porém, em longas sessões de jogatina, as faixas curtas se tornam repetitivas enquanto você pensa na solução das fases.
A tela de título mostra a qualidade e cuidado com a pixel art do jogo. |
Por fim, os momentos de uso do raciocínio são intercalados pelas aparições bem humoradas do feiticeiro que, com seus trocadilhos, avisa o carteiro sobre as ameaças que está inserindo. Será ele uma ameaça, ou um tutor? A impressão inicial de enredo simples mostra-se incorreta quando você se envolve com o feiticeiro tentando matá-lo.
Se você curte quebra-cabeças difíceis e fica nostálgico com lembranças da época do Game Boy, Warlock’s Tower é um título de qualidade da cena independente brasileira. Ele entrega uma experiência curta, mas que exibe cuidado dos desenvolvedores em cada detalhe. Porém, para longas sessões de jogatina, a alta dificuldade de algumas salas pode deixar o jogador frustrado, já que há poucas soluções para cada um dos desafios.
Prós:
- Puzzles de alta complexidade tornam a experiência desafiadora;
- Ambientação a la Game Boy.
Contras:
- Poucas soluções para os quebra-cabeças mais complexos podem frustrar o jogador.
Warlock's Tower — Switch/PS4/XBO/PC/Mobile — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vinicius Fernandes
Análise produzida com cópia digital fornecida pela Ratalaika Games