Desenvolvido pela Ritual Games e publicado pela Ratalaika Games, Cybarian: The Time Travelling Warrior traz a história de um bárbaro no estilo Conan que encontra uma espada mágica que o transporta para o futuro. Seguindo uma linha retrô no design audiovisual, e na jogabilidade também, Cybarian lembra clássicos como Megaman e Ghosts’n Goblins.
O jogo começa com uma cena contando a lenda de uma espada mágica e mostrando o protagonista passando por uma jornada para encontrá-la. O que ele não sabia é que logo após removê-la pedra onde estava enterrada, um raio o atingiria e levaria ele e a espada para o futuro. Aparentemente essa era a desculpa para violência que o bárbaro precisava, pois chegando lá já começa a pancadaria sem nem questionar o acontecido.
Pancadaria Retrô
As fases são em 2D, com a jogabilidade consistindo em desafios de plataforma, como pulos arriscados e armadilhas, e obliterar qualquer criatura que apareça usando a espada mágica. O personagem responde bem aos comandos, fazendo com que quando o jogador caia em uma armadilha a sensação seja de ter sido um erro próprio, e não de os controles não terem sido precisos o suficiente.O combate é simples porém bem realizado, com uma camada a mais de complexidade na forma de um certo timing imposto pelo jogo, necessário para realizar os combos. Isso torna a experiência prazerosa e dá uma sensação de avanço na habilidade mecânica do jogador. Ao realizar um ataque, logo após o golpe o bárbaro e a espada ficam dourados, sinalizando o momento de atacar novamente. Se realizado com sucesso, isso gera uma sequência de golpes, e caso o jogador se atrase ou realize os movimentos cedo demais, o combo é cancelado e dá abertura para o inimigo.
Desviar é importante
Temos também um botão de rolamento. Durante a esquiva,o jogador torna-se imune aos danos, lembrando um pouco uma versão 2D de Dark Souls. Juntando isso ao sistema de golpes, temos um combate agradável com uma cadência quase rítmica.Por fim, após certa fase liberamos a habilidade de arremessar a espada e chamá-la de volta, como um bumerangue, o que é especialmente útil contra inimigos à distância.
O jogo conta com um formato curioso de progressão, onde não existem save points. Há um único checkpoint por fase, logo antes do chefão final, e este é resetado caso saia do jogo ou volte ao menu principal. Após completar um nível, libera-se o próximo para ser acessado diretamente do menu a qualquer hora. Então, a próxima vez que iniciar o game, o jogador pode escolher começar diretamente pela fase dois ou alguma das outras.
Choque de eras
Os inimigos, assim como os níveis, têm um visual futurístico, muitas vezes lembrando Robocop ou Exterminador do Futuro. Existe uma variedade nas armas e ataques utilizados por eles, e ao matá-los o jogador é recompensado com moedas. Essas servem para comprar corações para repor a vida, em máquinas que podem ser encontradas ao longo das fases.As boss fights seguem o estilo retrô do resto do título, onde o jogador precisa memorizar todos os golpes e mudanças de atitude que o inimigo desenvolve ao longo da luta, muitas vezes fazendo com que várias tentativas sejam necessárias para vencer, mas sem se tornarem maçantes.
A trilha sonora de Cybarian vem no estilo 8-Bit, combinando bem com a jogabilidade que ela complementa, porém tem pouca variedade e complexidade.
Barbaridade
Cybarian: The Time Travelling Warrior é um bom jogo no estilo retrô, inclusive na dificuldade, que remete àquela era onde não existiam memory cards, então era necessário decorar cada fase meticulosamente para sobreviver.O visual do jogo é bacana com sua ambientação futurista que contrasta com um protagonista bárbaro fora de época. A jogabilidade é bem construída, com mecânicas o suficiente para evitar uma simplicidade exagerada e dar ao jogador uma maior sensação de crescimento das habilidades. A proposta de ser uma experiência mais parecida com jogos das décadas passadas é bem realizada, e apesar de não ser extremamente longo, vale muito a pena para aqueles que são atraídos pelo gênero.
Cybarian: The Time Travelling Warrior - Switch/PC/XBO/PS4/PS Vita - Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: André Carvalho
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games