Análise: Senran Kagura Peach Ball (Switch): um divertido pinball com as garotas ninjas

Jogo de pinball não é o melhor que a série Senran Kagura tem a oferecer, mas é uma boa fonte de entretenimento.

em 29/07/2019

Apesar da série Senran Kagura ser principalmente composta por beat ‘em ups, ela também não tem medo de explorar outros gêneros como ritmo (Bon Appétit) ou tiro em terceira pessoa (Peach Beach Splash). Em Peach Ball, é a vez das garotas ninjas enfrentarem um pinball excêntrico.

Soltando os bichos


Peach Ball tem uma história curiosa. Haruka, a garota do esquadrão Homura famosa por sua perversão e sua tendência a realizar experimentos estranhos, está cuidando de um fliperama. Em meio a um torneio de jogo de luta, uma das garotas dos esquadrões ninja acaba entrando em contato com uma invenção aleatória dela e se tornando um “animal”. Logo, todas as garotas do torneio são transformadas.

Sem contar com Haruka, cinco garotas estão presentes no jogo: Asuka, a líder da Hanzo, foi transformada em coelho; Ryōna, a masoquista da Gessen, agora é um cachorro; Yumi, a líder da Gessen, é um gato; Yomi, a garota pobre do esquadrão Homura, se torna um tanuki; e Murasaki, a antissocial garota da Hebijō, assume a vestimenta de urso. Apesar de ser um número de personagens reduzido para a série, a personalidade de cada uma é bem aproveitada pela história, cujo tom cômico combina bem com a série.

Em se tratando da série, como esperado, em vez de se transformarem totalmente nos animais, elas apenas vestem lingeries temáticas. Cabe ao jogador agora utilizar uma bola com poderes para retornar as garotas ao seu estado normal. É aí que entra a jogabilidade de pinball, já que as garotas são colocadas em mesas do jogo para que seja possível bater nelas com a bola e ativar seus poderes restauradores.

No modo história, é possível escolher uma delas para servir como protagonista. Isso muda a ordem em que o jogador enfrenta as personagens no pinball. Há também um modo livre para jogar de forma irrestrita até acabarem as bolas. Assim como nos outros jogos da série, também é possível customizar a aparência delas com outras vestimentas ou acessórios que podem ser adquiridos na loja do jogo.

Duas mesas, vários mecanismos

Com um gameplay tradicional de pinball, o jogo apresenta apenas duas mesas: Peach Land, baseada em parques de diversão tradicionais; e Spooky Shinobi Park, cuja temática está mais associada à cultura folclórica japonesa. Apesar dessa pouca variedade, cada mesa possui vários elementos dinâmicos e interessantes, incluindo, por exemplo, áreas de minigames em que é necessário acertar alvos com a bola.

Isso é explorado por um sistema de missões no canto direito da tela que indica as tarefas que o jogador deve realizar. Elas são atualizadas com frequência e completá-las é usualmente uma questão de tempo, mesmo que o jogador não foque nisso. A presença de um número grande de tarefas diversificadas é uma boa escolha, afinal, em se tratando de pinball, especialmente em jogadas casuais, é natural que o jogador não tenha um controle muito preciso do posicionamento da bola na mesa.


Por um lado, quanto mais artefatos da mesa são ativados, maior a pontuação do jogador. Por outro, realizar as missões abre novas etapas do tabuleiro que são necessárias para concluir a fase. O jogador pode então utilizar o máximo da sua habilidade de controle da bola para conseguir elevadas pontuações ou para terminar mais rapidamente a fase. Ou então se esforçar apenas para não perder a bola e aproveitar a fase de forma descontraída.

Ao acertar determinadas áreas da mesa, é possível ativar uma variedade de mecanismos que podem também deixar a garota atordoada, dar itens ou liberar missões especiais. Além de altas pontuações, cumprir essas tarefas pode oferecer um coração que aumenta a pontuação obtida ao acertar a personagem com a bola.


Em termos da progressão na mesa, existem três níveis a serem preenchidos com os pontos de desafio. Ao atingir o limite de cada um deles, o jogador precisa acertar a garota na mesa para abrir um estágio extra de desafio, o “Sexy Challenge”. Neles, o jogador tem um tempo limitado para acertar alvos variados. Quanto mais deles são acertados, maior a pontuação obtida e esta é classificada em um ranking que vai de “C” a “S”.

No último nível, em vez de alvos na mesa, há um “Super Sexy Challenge” em que o jogador deve atingir as garotas diretamente com as bolas utilizando os flippers da mesa para mirar. Apesar de divertido, pessoalmente me questiono como bater nas personagens com bolas seria algo “sexy” ou engraçado, sendo apenas um ato bem vexatório que termina com elas perdendo as roupas.

Um curioso e divertido pinball


De modo geral, Senran Kagura: Peach Ball é um divertido jogo de pinball. Apesar de não possuir muita variedade em termos de mesas e ter um elenco reduzido em comparação com os jogos principais, o jogo é dinâmico e divertido e sua história cômica é muito bem-vinda e aproveita bem as personagens. Não é o melhor que a série tem a oferecer, mas é uma boa distração que pode valer bastante a pena.

Prós

  • História cômica que aproveita bem as personagens;
  • Gameplay de pinball divertido cheio de pequenos mecanismos e minigames;
  • Sistema de missões bem pensado para que o jogador module sua evolução pela fase.

Contras

  • Apenas duas mesas diferentes;
  • Confunde “violência cômica” contra as personagens com algo engraçado e sensual;
  • Elenco reduzido.
Senran Kagura: Peach Ball - Switch - Nota: 6.5
Revisão: Vladimir Machado
Análise produzida com cópia digital cedida pela XSEED Games
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é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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