O nome Hungry Baby: Party Treats definitivamente já passa aquela impressão negativa logo de primeira. Afinal, poucos jogos imperdíveis da vasta biblioteca de videogames atuais focam a base do seu gameplay em um bebê faminto que precisa comer "guloseimas de festa" o mais rápido possível — e é exatamente isso que esse jogo propõe, ou melhor, o nome aqui já diz tudo. No entanto, títulos do tipo às vezes surpreendem no aspecto "diversão generalizada com os amigos" e conquistam o público por meio de um multiplayer divertido, competitivo e viciante, escondido atrás de um visual pouco chamativo. Só que esse não é necessariamente o caso de "Hungry Baby", infelizmente.
Um jogo de memória entre amigos
Logo de cara, você vê que o jogo é tão simples quanto aparenta. Apenas dois comandos do controle são utilizados, por exemplo, o botão A e o direcional de sua preferência (até mesmo o da direita, se esse for o seu estilo). O analógico, naturalmente, é utilizado para transportar o personagem de "bloco" em "bloco" do cenário enquanto o A serve para ativar um power up aleatório que você recebe de acordo com a quantidade de passos dados (contabilizados por uma 'barrinha' especial no canto da tela).O jogo funciona assim: você (junto a alguns amigos, de preferência) encarna uma "comidinha" (como um sorvete, um pirulito ou até mesmo um abacate) e caminha em um espaço pré-determinado coletando despertadores para então acordar o bebê gigante que está dormindo em algum lugar longínquo do mapa. Ao contrário do senso comum, o objetivo aqui é ser engolido pelo bebê e, assim, acabar a fase. O desafio é o seguinte, diversas armadilhas estão espalhadas pelo cenário e é impossível vê-las ou saber onde elas estão exatamente — a não ser com a ajuda de itens específicos, como o radar, que permite ver o que se esconde nos quadrados adjacentes e o escudo, que deixa você vivo mesmo após ser atingido.
Esse é o foco de todo gameplay de "Hungry Baby", basicamente um jogo da memória em que você precisa lembrar mais ou menos onde estão as armadilhas e, assim, encontrar o melhor caminho para os despertadores e o bebê faminto. Cair em uma armadilha significa morte certa, mas a penalidade é "pequena": voltar para o começo.
As fases nunca mudam sua estrutura, então, para cada estágio, o caminho é sempre o mesmo, infelizmente. Depois que você decorar uma determinada área, todo o desafio ali presente acaba para sempre. Então, como você já pode imaginar, não vale muito a pena continuar jogando. As primeira tentativas (jogando com os amigos, claro) até que divertem — e existe aquele clássico desafio de conseguir três estrelas dependendo da performance —, mas isso é algo que com certeza retira muito do valor de replay do jogo.
Os estágios começam bem pequenos e, gradualmente, aumentam de tamanho de forma considerável, o que faz com que as gigantescas fases finais sejam mais desafiadoras no contexto do "jogo de memória" — afinal, fases grandes resultam em uma quantidade enorme de armadilhas. Só que justamente quando o game está ficando mais difícil, as fases novas não só terminam (são bem poucos estágios novos e diferentes) como provavelmente seu grupo de amigos já perdeu o interesse pela fórmula um tanto batida de "Hungry Baby".
Feito para o multiplayer
Não tente alimentar o bebê sozinho, pode ser bem frustrante. O único real ponto positivo do título é poder jogá-lo com outras pessoas em sua totalidade. O single player é simplesmente um modo mais difícil e mais irritante de um jogo que já não é muito incrível — muito da graça do jogo se perde automaticamente. Por exemplo, a quantidade de itens presentes na campanha é bem pequena, apenas uma bandeira de checkpoint e um ímã, além dos dois já citados (escudo e radar), só que o ímã sozinho consegue render umas boas risadas em uma jogatina multiplayer. Com ele é possível puxar todos os outros jogadores automaticamente para o lugar em que você está, o que pode ser usado tanto para ajudar (o que é de fato bastante útil), quanto para atrapalhar (o ponto alto do jogo muitas vezes).Pelo menos, mesmo com aquele jeitão descomplicado de "jogo de flash", Hungry Baby: Party Treats oferece um modo Party além da tradicional campanha, o que adiciona algumas variações à mesma fórmula (e até alguns itens diferentes, mais focados em ataques aos outros jogadores). Ao contrário da campanha, os modos de jogo do party perdem o aspecto co-op e se aproximam mais de um versus sangue no olho.
Os modos são: Classic, basicamente o mesmo da campanha; Last Ice Standing, a mesma coisa só que com morte permanente, Go! Go! Pan!, em vez do bebê, o objetivo é chegar na panela o mais rápido possível; Icy Race, literalmente uma corrida em que você precisa completar laps antes dos outros; e Food Cart, um modo com uma pegada um pouco mais puzzle, cada jogador precisa apertar o botão na sua área para que um carrinho possa passar pelo meio. De todos esses modos, a corrida é o que acaba sendo mais interessante e competitivo entre os jogadores, mas a verdade é que todos eles enjoam tão rápido quanto à campanha.
Mesmo sendo consideravelmente genérico na maior do tempo, Hungry Baby: Party Treats possui alguns respingos de genialidade, como, por exemplo, a música de abertura que consiste apenas de um cara aleatório cantando as palavras hungry baby sem parar com uma voz fininha e bem estranha. Só que, mesmo assim, esse é um jogo que você dificilmente vai querer jogar mais de uma vez — e nunca vai querer jogar sozinho. Basicamente, se você estiver com o amigos muito à toa algum dia, sem fazer nada em casa, e por acaso alguém ver que Hungry Baby: Party Treats está em uma super promoção, vá em frente e pense a respeito. Se esse não for o caso, é melhor só deixar pra próxima.
Prós
- Divertido por um tempo com os amigos;
- Música de abertura tão zoada que atravessa para o campo do genial.
Contras
- Pouca variedade de estágios (e na campanha, eles sempre são os mesmos);
- Visual meio genérico e pouco marcante.
Hungry Baby: Party Tricks - Switch - Nota: 5.0
Revisão: Luigi Santana
Análise produzida com cópia digital cedida pela Qubic Games
Análise produzida com cópia digital cedida pela Qubic Games