Em 1988, coincidentemente pouco tempo após as Olimpíadas de Inverno de Calgary, no Canadá, a Nintendo lançava Ice Hockey, o décimo jogo do Sports Set, série de jogos esportivos para o NES iniciada cinco anos antes. O game foi o segundo trabalho de Hideki Konno. Ele ainda viria a dirigir e produzir todos os jogos de Mario Kart anos depois. O título tinha uma proposta simples. Escolha entre seis equipes, define tempo e velocidade, configure seus jogadores, e vá para o jogo.
Pré-jogo
Ice Hockey consiste de escolher entre as seis maiores equipes do hóquei mundial na época. Canadá, Estados Unidos, União Soviética, Suécia (substituída pelo Japão na sua versão oriental), Polônia e Tchecoslováquia, conhecidas como o “Big Six” do esporte. Havia três opções de tempo disponíveis: 7, 10 e 15 minutos de duração do período. A velocidade do jogo também era configurável. Pode-se considerar isso o mais próximo de níveis de dificuldade que o jogo apresentava, uma vez que enfrentar uma equipe mais técnica exigiria mais do jogador em uma velocidade alta.
Menu de pré-jogo. Na versão oriental, a seleção sueca dava lugar a japonesa |
Escalação
Configuradas todas essas informações, era hora de organizar a escalação. Diferentemente do hóquei real, onde jogam um goleiro e cinco skaters (jogadores de linha), a versão da Nintendo apresentava apenas quatro deles. O interessante, ou melhor, um dos principais atrativos do jogo eram as configurações. Único recurso tático na partida, o jogador dispunha de três tipos de peso para o atleta. Enquanto os skinny eram mais rápidos e efetivos no face-off (a saída do disco para o jogo), com certeza não eram o tipo de encarar uma dividida. Em contrapartida, os stocky eram mais robustos, venciam qualquer dividida e conseguiam aplicar uma força muito maior no puck (o disco de hóquei). Em compensação, eram lentos e ruins no face-off. Os jogadores average, médios, como o nome diz, tinham essas estatísticas regulares.
Tabela dos tipos de jogadores. A formação correta era essencial para vencer a partida |
Partida
Assim como no esporte no qual se inspirou, o jogo seguia as mesmas regras. O time que fizesse mais gols ganharia a partida, e em caso de empate, ocorreria uma disputa de pênaltis. Por haver um número par de jogadores de linha, a disputa de pênaltis também poderia acabar em empate. A solução encontrada foi criar um “4° período”, de dois minutos, no qual os goleiros não jogavam. A ordem (pênalti, tempo extra) se repete até sair um vencedor.
Truques
Ice Hockey tinha algumas singularidades. Para, por exemplo, você conseguir fazer um jogador skinny (que não tinha muita potência de tacada) aplicar força no stick (o taco de hóquei), era preciso pressionar o botão B por um tempo para “carregar” o chute, e assim torná-lo mais difícil de defender. Um “código” oculto para desativar os goleiros na partida sem a necessidade de empatar nos pênaltis era pressionar os botões A, B e START. E, para o puck nunca parar, você deveria pressionar os botões A e B após escolher sua equipe com ambos os joysticks, e em seguida o controle um tinha que pressionar START. Realmente, não era algo ao acesso de todos.
"Um dos 100 melhores do NES"
O legado deixado por Ice Hockey pode não ter sido tão impactante quanto um dos muitos clássicos da Big N, mas com certeza foi notado. Ele foi classificado em 2006 pela Nintendo Power como o 142° melhor jogo feito para um console da companhia, e em 100° melhor jogo para o NES, segundo a IGN. Ele também foi lançado para o Virtual Console do Wii e Wii U, estando também presente na biblioteca do Nintendo Switch Online, por coincidência no ano do aniversário de 30 anos do seu lançamento.
Revisão: André Carvalho