Banjo-Kazooie (N64): uma dupla divertidíssima

Após mais de 20 anos, conferimos como é estar de volta na companhia da dupla Banjo-Kazooie no que é considerado um dos melhores jogos de Nintendo 64.

em 27/06/2019

Há quem diga que os tempos do Nintendo 64 foram uma época de ouro para os games, e isso é especialmente verdade quando se trata da empresa Rare. Grandes títulos do 64 foram produzidos por essa companhia, como Perfect Dark, Diddy Kong Racing e 007: Goldeneye, famoso por seu divertido multiplayer. Mas dentre esses, talvez o mais icônico seja Banjo-Kazooie, um sensacional e carismático jogo de plataforma 3D.

Uma dupla do barulho

Banjo-Kazooie é protagonizado por uma dupla de animais que dão origem ao título: Banjo, um urso antropomórfico, e Kazooie, um pássaro fêmea rabugento que habita a mochila de Banjo. Juntos eles têm de derrotar a malévola bruxa Gruntilda para salvar a irmã mais nova de Banjo (e também acabar com toda sua maldade e feitiços).

Humor é o que não falta no jogo. Além de possuir várias piadas em seus diálogos, cada personagem tem uma divertida e única personalidade, como Gruntilda que só fala em rimas, e Banjo que faz a linha de bobão bem intencionado. Apesar de não falarem coerentemente, todos emitem sons vagos porém engraçados ao falarem, dando um toque a mais na história.

Colecionar nunca é demais

Para atingir seus objetivos a dupla percorre uma série de aventuras em mundos paralelos, representados por quadros (alguém disse Mario 64?), para encontrar notas musicais e peças de quebra-cabeça douradas. As notas servem para abrir portas no mundo principal onde se encontram os quadros e progredir, e as peças servem para reconstruir os quadros de imagens das fases e assim ganhar acesso a elas.



No jogo não é preciso coletar todas as peças para concluir a aventura em um mundo. Porém, pegar mais dessas do que apenas o necessário garante que o jogador não tenha que retornar a fases antigas após descobrir-se sem peças o suficiente para liberar um mundo futuro. Além das notas e peças, os mundos são repletos de outros colecionáveis:  caveiras de prata que te dão acesso às magias de Mumbo-Jumbo e uma caveira indígena que pode ser encontrada em algum local de cada fase - um artefato que pode jogar algum feitiço no jogador, como, por exemplo, transformá-lo em um cupim para que ele possa subir paredes.

Muitas aventuras

Os mundos são muito divertidos e criativos, com uma variedade de inimigos, chefões e muitos segredos para serem encontrados (ou não). Além do básico que se espera de um jogo de plataforma 3D como pulos e escaladas, a dupla principal conta com uma série de habilidades e golpes. Banjo pode, por exemplo, se abaixar para que Kazooie consiga atirar ovos pela boca ou, inusitadamente, pela sua traseira. Tanto Banjo quanto Kazooie possuem mais de um tipo de golpe, dando uma profundidade bem-vinda ao combate, uma vez que jogos do gênero tendem a possuir um sistema de golpes mais simples para focar mais nas acrobacias e quebra-cabeças.



Ao longo da jornada, a dupla passa por uma série de desafios. Seja um embate com um enorme gorila mal-humorado que atira laranjas, até uma batalha embaixo d'água contra um enorme e assustador tubarão mecânico. Sempre espera-se que o jogador  use a cabeça para descobrir qual  é o jeito mais criativo  de derrotar aquele inimigo.

Banjo é o que não falta

Transitar pelas várias áreas de Banjo-Kazooie sempre dá uma sensação de diversão e animação, e isso é em grande parte graças à sensacional trilha sonora. Com temas adequados a qualquer clima, desde uma alegre música campestre na área inicial até composições mais sinistras nos níveis mais avançados, a jogabilidade é sempre enriquecida por esse fator. E, não surpreendentemente, o instrumento banjo é utilizado de forma brilhante na mesma.


À moda antiga

Jogar Banjo-Kazooie evoca aquela sensação de imersão que só os jogos da década de 1990 traziam. Apesar da qualidade gráfica da época, o fator não era capaz de  emular fielmente o realismo do jogo, e a capacidade era limitada o suficiente para que não fosse possível criar enormes mundos cheios de acontecimentos e NPCs como os jogos de hoje em dia. Mesmo assim, os jogos possuíam um charme único, e o que faltava ou não percebíamos ou a nossa imaginação fazia tranquilamente o trabalho de preencher.

Aqui encontramos vários clichês de videogame como níveis secretos, chefões e as obrigatórias fases embaixo d'água. Ao revisitar o jogo após mais de 20 anos, a sensação é de estar de volta nos tempos em que tudo era mais simples porém mais divertido.

Com conteúdo de sobra, especialmente para quem gosta de completar 100% do jogo, nunca é tarde demais para conhecer ou revisitar a primeira maravilhosa aventura da melhor (e única) dupla formada por um urso bobão e um pássaro mal-criado. Banjo-Kazooie, junto de seu sucessor Banjo-Tooie, é daqueles  raros tipos de jogo que parece não envelhecer com o passar das décadas, só esperando a saudade bater mais uma vez.

Revisor: Vinicius Fernandes
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