É hora de pensar fora da caixa
Com 99 puzzles no total, Box Align tem uma base intuitiva: ao alinhar três ou mais caixas, elas são destruídas. Cabe ao jogador encontrar uma forma de limpar a tela sem deixar sobrar nenhuma peça. Apesar da simplicidade, isso não significa de forma alguma que se trate de um jogo fácil.
Devido ao uso de três dimensões, muitas vezes a solução de um problema é uma questão de perspectiva. É necessário avaliar a forma como as peças estão integradas e prever os impactos de escolher destruir um grupo de caixas em detrimento de outro. Afinal, não é possível fazer qualquer movimento. Toda ação no jogo deve, necessariamente, resultar na eliminação de blocos. Caso contrário, o puzzle é reiniciado do zero.
Essa limitação é fundamental para tornar o jogo mais desafiador. Sem isso, muitos problemas poderiam ser resolvidos de inúmeras formas, potencialmente ignorando o layout das fases. O bom planejamento delas, aliado ao uso de mecânicas interessantes como a caixa-bomba e a caixa-surpresa, faz com que as fases sejam instigantes e diversificadas, forçando o jogador a pensar um pouco mais nas soluções.
Infelizmente, por se tratar de um jogo em que perspectiva é fundamental, a dificuldade das fases oscila muito. É possível travar em uma fase por horas e depois fazer uma dezena muito rapidamente. Esse desbalanceamento acaba se tornando um problema, especialmente porque o jogador não tem a opção de pular uma fase caso não consiga chegar na solução.
Uma questão de perspectiva
De forma geral, Box Align é um interessante jogo de puzzle e um prato cheio para fãs do gênero. Levando o conceito de match-3 para três dimensões e trabalhando com fases meticulosamente desenhadas, o título faz um trabalho muito bom em criar quebra-cabeças interessantes e oferecer variedade em suas fases.No entanto, a impossibilidade de avançar até resolver o puzzle e a dificuldade oscilante acabam sendo um tanto frustrantes. Além disso, outro problema está nos controles. Ao movimentar as caixas pela tela de toque, há um pouco de imprecisão, tornando comum elas acabarem em posições erradas. Esse erro não acontece ao usar os botões do Joy-Con, mas o toque é uma forma de controle mais intuitiva.
Também é importante destacar que a trilha sonora é fraca, exaustivamente repetitiva e sem variedade de repertório, o que acaba sendo um incômodo. Mesmo se tratando de um jogo minimalista, era esperado um maior cuidado com esse aspecto. Nenhum desses detalhes, no entanto, tira o mérito do jogo, que oferece uma boa experiência em termos de puzzle.
Prós
- Uso interessante de três dimensões e perspectiva;
- Quebra-cabeças interessantes e bem desenhados;
- Mecânicas como a bomba e a caixa surpresa oferecem variedade.
Contras
- A dificuldade oscila muito entre as fases;
- Restrição de progresso pela impossibilidade de alternar entre as fases;
- O uso do toque para controlar os blocos é um pouco impreciso;
- Trilha sonora completamente dispensável e potencialmente incômoda.
Box Align - Switch/PC - Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela QUByte Interactive