Da série The Legend of Zelda, relembre dez personagens secundários marcantes

Não é só dos portadores da Triforce que a franquia se sustenta.

em 25/05/2019


Link é, sabidamente, um protagonista mudo. Dessa forma, a narrativa toda da série é construída primariamente a partir dos personagens e do universo à sua volta, mesmo que as ações do protagonista — realizadas pelo jogador — direcionem o caminho da história. Isso permitiu que os personagens secundários brilhassem à sua forma com seu carisma próprio, memoráveis para gerações de jogadores.


A seguir, descontando a trinca principal da série — Link, Zelda e Ganon — e os antagonistas de destaque dos mais diversos jogos (como Agahnim, Ghirahim ou Zant), montamos uma lista com os dez coadjuvantes mais marcantes da série The Legend of Zelda — mas cuidado, ela pode conter spoilers.

10. Avó de Link

A Avó de Link em The Wind Waker (GC) é uma personagem simbolicamente emocional. Apesar de aparecer por pouco tempo na tela, ela nos lembra que o Link de tal jogo não é um herói impávido durante 100% do seu tempo. Ele é mais do que isso. Ele tem sua vida e uma família para quem voltar. Sua jornada não é para livrar a terra do mal, mas para resgatar sua irmã, Aryll, que é sequestrada pelo pássaro Helmaroc.

A avó toca no coração do jogador e nos faz lembrar do quão delicada é a história do título. Ela entende que Link precisa salvar o mundo, mas nem por isso deixa de sentir saudades de seus queridos netinhos — tornando-a uma válvula que nos faz lembrar constantemente que o protagonista não é uma máquina, mas um ser humano (ou quase).


9. Fi

A primeira aparição de Fi se deu em uma artwork de Skyward Sword (Wii), quando a ausência da Master Sword fez os fãs teorizarem a respeito da relação entre a robótica entidade e a lendária espada capaz de banir o mal. De fato, ela se trata justamente de um espírito místico forjado como a lâmina suprema ao longo dos acontecimentos do game.

Apesar de não ser um poço de carisma, a forma que a personagem assume acaba sendo simbólica. Mesmo que a personificação da espada tenha aparecido apenas uma vez no título para Wii, é válido ressaltar que sua vontade e presença são constantes na série, visto a importância do artefato para a sua mitologia.


8. Skull Kid

Skull Kid é um personagem trágico. Não exatamente um antagonista, ele é apenas um pobre espírito brincalhão da floresta que acabou sendo possuído pelos poderes malignos emanados da entidade selada na Máscara de Majora, que, para controlá-lo, se aproveita de toda a rejeição pela qual o personagem passou. Apesar disso, ele não deixa de ser um indivíduo de bom coração. Tudo o que ele queria era ser aceito pelos cidadãos de Termina.


7. Groose

Groose é o típico personagem de filme colegial dos anos 80 e 90: sendo inicialmente um valentão que pega no pé do protagonista visivelmente mais frágil e atleticamente incapaz, ele aos poucos passa por uma mudança profunda no seu comportamento ao perceber que Link era na verdade parte de algo muito maior do que ele, passando a agir, inclusive, como um aliado.


O brucutu é constantemente encarado como um exemplo interessante de evolução de personagem, visto que é clara sua mudança drástica de personalidade, promovida de uma maneira perceptivelmente orgânica, sem parecer forçada.


6. Midna

Midna, a Princesa do Crepúsculo amaldiçoada e reduzida a uma forma diminuta, aparece somente em um único título, Twilight Princess (Wii/GC). O que chamou atenção na personagem é a sua presença ambígua no início do jogo ao surgir para um Link que havia acabado de ser arrastado de forma forçada para dentro do Twilight Realm e se transformado em uma besta-lobo. Aos poucos, seu papel como governante deposta daquela realidade paralela vai se tornando claro, bem como o relacionamento que vai construindo como herói ao longo da aventura.

Até a presente data, o título de estreia de Midna ainda é o único da série principal em que ela marca presença, se não contarmos suas aparições na série Super Smash Bros. e em Hyrule Warriors (Wii U).

5 . King of Red Lions

Link é um herói silencioso. Dessa forma, logo mostrou-se necessário introduzir outros personagens ao seu lado para dar uma voz ao personagem. Navi e Tatl, de Ocarina of Time (N64) e Majora’s Mask (N64), respectivamente, têm essa função de agirem como a consciência do protagonista.

O barco King of Red Lions, por sua vez, também tem sua existência justificada dessa forma, embora agora seja a primeira vez que tal personagem teria uma importância considerável na narrativa do próprio título. Responsável não apenas por servir de transporte, mas sendo uma das revelações de The Wind Waker é que o carismático leão vermelho se tratava, na verdade, do Rei de Hyrule, em uma das primeiras aparições formais de um personagem detentor de tal título real na série.

4. Linebeck

Linebeck é, sem dúvida alguma, o grande destaque de Phantom Hourglass (DS). O capitão fanfarrão que ajuda Link em sua jornada para resgatar Tetra das garras do navio fantasma é um exemplo concreto de desenvolvimento de personagem, que parte de um covarde ganancioso para um verdadeiro aliado que aprende a abrir mão da fortuna caso precise salvar seus companheiros.

É notável como ele acaba deixando de lado todas as riquezas das quais estava atrás para simplesmente acompanhar Link e Tetra em novas aventuras numa nova dimensão que nem mesmo era a dele, julgando pelo barco à vapor navegando sozinho no Great Sea naquele que é literalmente a última cena do título. Apesar do game do DS ser sua única aparição, Linebeck III, seu neto, marca presença na sequência direta, Spirit Tracks (DS).


3. Tingle

Antes de tudo, o que é um Tingle? O personagem introduzido em Majora’s Mask e que fez participações subsequentes em outros jogos da série é tranquilamente um dos nomes mais destoantes e peculiares da lista. Uma das teorias é que ele é uma espécie de representação caricata do fã que respira a série vinte e quatro horas por dia. Extremamente fascinado com as fadas da floresta, seu objetivo final é tornar-se uma — para isso, veste-se de verde, como Link, como uma forma de se aproximar delas.


A popularidade do personagem rendeu-lhe não apenas participações extras em mais de um jogo da série, mas também spin-offs próprios para o Nintendo DS, além de aparecer como um troféu em Super Smash Bros. e em Hyrule Warriors como um personagem jogável via DLC.


2. Sheik/Tetra

Até que ponto tais facetas da Princesa Zelda podem ser consideradas personagens individuais chega a ser debatível. Entretanto, é notável como ambas têm papéis definidos na trama a um ponto que se sobressaem em relação às suas formas originais.


Ao ser treinada nas artes Sheikah por Impa após sua fuga do castelo de Hyrule, Zelda aparece disfarçada de Sheik e pontualmente tutelava o protagonista de forma misteriosa até se revelar como a princesa que ele conhecera no passado. A revelação de que ambos os personagens eram, na verdade, um só, é considerada um dos principais pontos altos da história de Ocarina of Time.

Tetra, por sua vez, é a encarnação da princesa em The Wind Waker. Forte e destemida, ela não age apenas como a capitã de sua tripulação de piratas, mas também como uma espécie de figura materna em quem todos confiam pela sabedoria de seus conselhos, mesmo sendo bem mais jovem do que eles.


A individualidade de ambos os personagens renderam participações extras além de seus jogos de origens. Enquanto Tetra é pivô em Phantom Hourglass e influencia fortemente os acontecimentos de Spirit Tracks, Sheik abocanhou um lugar de destaque na série Super Smash Bros.. Além disso, ambos os alter-egos da princesa aparecem em Hyrule Warriors.

1. Impa

Há várias aparições de Impa que podem ser consideradas aqui. Enquanto nos primeiros jogos ela era resumida a apenas uma espécie de ama de companhia da princesa, seu papel cresce exponencialmente em Ocarina of Time, em que ela é uma juvenil guarda-costas e guardiã da sabedoria dos Sheikah, sendo sua última representante — assumindo o papel, inclusive, de Sábia das Sombras.


Outra participação de destaque da guerreira-ninja é em Skyward Sword, em que ela aparece no auge de sua forma física como uma viajante do tempo no intuito de proteger a reencarnação da deusa Hylia, ao mesmo tempo em que age como a sábia anciã do Sealed Grounds, responsável por guiar Link, Zelda e até mesmo Groose na jornada contra Demise.

A personagem aparece de forma mais discreta em A Link Between the Worlds (3DS), Breath of the Wild (Wii U/Switch) e na dobradinha composta por Oracles of Ages (GBC) e Oracle of Seasons (GBC). Também faz parte do elenco de Hyrule Warriors.

Revisão: Diogo Mendes
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É jornalista formado pelo Mackenzie e pós-graduado em teoria da comunicação (como se isso significasse alguma coisa) pela Cásper Líbero. Tem um blog particular onde escreve um monte de groselha e também é autor de Comunicação Eletrônica, (mais um) livro que aborda história dos games, mas sob a perspectiva da cultura e da comunicação.
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