Depois de alcançar 1 milhão de cópias vendidas em apenas 2 meses desde o lançamento original em 2015, Stardew Valley virou um fenômeno e foi portado para diversas plataformas, incluindo o Nintendo Switch, que recebeu um port em 2017 feito pela Sickhead Games.
Em 2019, Stardew Valley voltou a chamar atenção graças ao lançamento digital na Loja Nintendo brasileira, contando, inclusive, com uma tradução completa em português. Mas, afinal, será que esse título ainda merece tanto reconhecimento mesmo após 4 anos da sua estreia?
Como já dito antes, Eric Barone fez um sucesso enorme com o seu projeto. Por outro lado, o protagonista customizável de Stardew Valley ganhou a oportunidade de “recomeçar” a vida do zero em um lugar bem distante da cidade. Devido a falência repentina do seu avô, ele acabou herdando uma fazenda perto de uma pequena vila no “Vale do Orvalho”, ou Stardew Valley no original.
Chegando no lugar, o protagonista percebe que precisa colocar a mão na massa para fazer com que a fazenda volte a prosperar como antigamente. No entanto, “prosperar” em Stardew Valley vai muito além de cumprir a simples rotina de um fazendeiro. Antes de adentrar nos aspectos do título, é sempre importante frisar que ele não se trata de um simulador de fazenda, muito pelo contrário, na verdade ele é uma espécie de “segunda vida” para quem o joga.
“Recomece do zero e esqueça os problemas da vida real”: apesar de não ser explícito, esse é o verdadeiro conceito temático de Stardew Valley e dos outros jogos em quais ele se inspirou. Aqui não há obrigações de trabalho, não há objetivos, não há nada além da natureza e as pessoas que convivem com você. Então faça o que achar melhor e encontre uma maneira de ser feliz, mesmo que a sua vida fora do jogo seja o completo oposto.
Com o dinheiro em mãos, você irá decidir como gastá-lo. Quer aumentar o tamanho da sua casa? Quer equipamentos melhores? Quer comprar presentes para a vizinha bonita? São diversas opções, mas o jogo só se abre verdadeiramente quando se percebe que não há nenhuma necessidade de fazer nada disso. Stardew Valley só te oferece as ferramentas. O quê, quando e como você vai usar elas depende apenas da sua vontade.
O que melhor exemplifica a liberdade oferecida pelo título é a completa ausência de um tutorial detalhado. É bastante comum que novatos fiquem “empacados” nas horas iniciais, justamente porque ninguém te ensina nada de mão beijada. Se você ficar perdido (algo que provavelmente vai acontecer), então tudo está ocorrendo de acordo com a experiência que Stardew Valley quer passar.
Graças à falta de uma direção clara, o game design brilhante de Stardew Valley induz o jogador a experimentar todas as possibilidades oferecidas pelo mundo do jogo. Como consequência, a formação de laços emocionais com a natureza e as pessoas ao seu redor se constrói de forma orgânica e natural durante a gameplay. Tudo isso sem precisar “forçar” a socialização e a exploração que nem a grande maioria dos títulos desse gênero.
Uma segunda vida
Por ironia do destino, a história do protagonista de Stardew Valley começa exatamente na mesma situação em que o criador do jogo se encontrava durante o desenvolvimento do projeto. Ambos estavam cansados de trabalhar em frente ao mesmo computador todos os dias e exaustos de tanto viver em uma cidade cinza com pouquíssimo contato social. No entanto, mal eles sabiam que as suas vidas estavam prestes a tomar rumos totalmente diferentes a partir daquele momento.
Como já dito antes, Eric Barone fez um sucesso enorme com o seu projeto. Por outro lado, o protagonista customizável de Stardew Valley ganhou a oportunidade de “recomeçar” a vida do zero em um lugar bem distante da cidade. Devido a falência repentina do seu avô, ele acabou herdando uma fazenda perto de uma pequena vila no “Vale do Orvalho”, ou Stardew Valley no original.
Chegando no lugar, o protagonista percebe que precisa colocar a mão na massa para fazer com que a fazenda volte a prosperar como antigamente. No entanto, “prosperar” em Stardew Valley vai muito além de cumprir a simples rotina de um fazendeiro. Antes de adentrar nos aspectos do título, é sempre importante frisar que ele não se trata de um simulador de fazenda, muito pelo contrário, na verdade ele é uma espécie de “segunda vida” para quem o joga.
“Recomece do zero e esqueça os problemas da vida real”: apesar de não ser explícito, esse é o verdadeiro conceito temático de Stardew Valley e dos outros jogos em quais ele se inspirou. Aqui não há obrigações de trabalho, não há objetivos, não há nada além da natureza e as pessoas que convivem com você. Então faça o que achar melhor e encontre uma maneira de ser feliz, mesmo que a sua vida fora do jogo seja o completo oposto.
Liberdade orgânica
Recomeçar do zero, no entanto, não é tão simples quanto aparenta. Todo mundo sabe que dinheiro não é tudo para alcançar a felicidade, mas é inegável que ele pode aumentar as chances disso acontecer. Colher os frutos da fazenda, vender materiais raros, cumprir os pedidos dos vizinhos e explorar cavernas em busca de tesouros são apenas algumas das diversas formas de arranjar grana dentro do Vale do Orvalho.Com o dinheiro em mãos, você irá decidir como gastá-lo. Quer aumentar o tamanho da sua casa? Quer equipamentos melhores? Quer comprar presentes para a vizinha bonita? São diversas opções, mas o jogo só se abre verdadeiramente quando se percebe que não há nenhuma necessidade de fazer nada disso. Stardew Valley só te oferece as ferramentas. O quê, quando e como você vai usar elas depende apenas da sua vontade.
O que melhor exemplifica a liberdade oferecida pelo título é a completa ausência de um tutorial detalhado. É bastante comum que novatos fiquem “empacados” nas horas iniciais, justamente porque ninguém te ensina nada de mão beijada. Se você ficar perdido (algo que provavelmente vai acontecer), então tudo está ocorrendo de acordo com a experiência que Stardew Valley quer passar.
Graças à falta de uma direção clara, o game design brilhante de Stardew Valley induz o jogador a experimentar todas as possibilidades oferecidas pelo mundo do jogo. Como consequência, a formação de laços emocionais com a natureza e as pessoas ao seu redor se constrói de forma orgânica e natural durante a gameplay. Tudo isso sem precisar “forçar” a socialização e a exploração que nem a grande maioria dos títulos desse gênero.
Simplicidade e variedade
Analisando com um olhar menos “profundo”, Stardew Valley ainda carrega em suas veias a essência de um simples simulador de fazenda com elementos de RPG e, nessa questão, ele não tem muito de diferente. Então ainda é necessário plantar cada semente na temporada certa, regar elas diariamente e administrar quaisquer problemas que possam aparecer na plantação.
Além da fazenda, todas as outras formas de passar o tempo no jogo também são atividades calmas e relaxantes. Desde o som ambiente, até à pouca exigência de habilidade mecânica do jogador, é tão fácil relaxar jogando que todos os problemas simplesmente desaparecem da sua cabeça. Até mesmo os duelos contra os monstros da caverna conseguem ser calmantes. Nem preciso dizer que essa premissa combina perfeitamente com o modo portátil do Nintendo Switch, né? Se acalmar depois de um dia estressante no trabalho nunca foi tão fácil quanto agora.
Falando em maneiras de passar o tempo, é injusto não citar que Stardew Valley oferece milhares de atividades e opções diferentes para entreter o jogador. Pescar todos os peixes, alcançar o fundo da caverna e criar uma família com o seu interesse amoroso são apenas o começo de tudo que há para fazer no Vale do Orvalho.
Tem de tudo aqui. Modo multiplayer cooperativo, diálogos especiais em dias específicos, modos de dificuldade elevada, cenas secretas, minigames, eventos, missões diárias, dungeons aleatórias e muito mais. Todo esse conteúdo foi colocado dentro do jogo com tanto esmero e carinho que fica difícil não enjoar mesmo depois de 70 horas de jogatina.
Além disso, o jogo apresenta um framerate bem instável, que cai de forma brusca constantemente. Pode não ser algo que atrapalha o seu desempenho mecânico, mas ainda é um problema que suspende o sentimento de que o jogador faz parte daquele mundo. Quando menos se espera, a magia de viver no Vale do Orvalho desaparece com a queda de FPS e te lembra que tudo é apenas um jogo.
Além da fazenda, todas as outras formas de passar o tempo no jogo também são atividades calmas e relaxantes. Desde o som ambiente, até à pouca exigência de habilidade mecânica do jogador, é tão fácil relaxar jogando que todos os problemas simplesmente desaparecem da sua cabeça. Até mesmo os duelos contra os monstros da caverna conseguem ser calmantes. Nem preciso dizer que essa premissa combina perfeitamente com o modo portátil do Nintendo Switch, né? Se acalmar depois de um dia estressante no trabalho nunca foi tão fácil quanto agora.
Falando em maneiras de passar o tempo, é injusto não citar que Stardew Valley oferece milhares de atividades e opções diferentes para entreter o jogador. Pescar todos os peixes, alcançar o fundo da caverna e criar uma família com o seu interesse amoroso são apenas o começo de tudo que há para fazer no Vale do Orvalho.
Tem de tudo aqui. Modo multiplayer cooperativo, diálogos especiais em dias específicos, modos de dificuldade elevada, cenas secretas, minigames, eventos, missões diárias, dungeons aleatórias e muito mais. Todo esse conteúdo foi colocado dentro do jogo com tanto esmero e carinho que fica difícil não enjoar mesmo depois de 70 horas de jogatina.
Uma pedra na bota
Stardew Valley cumpre tudo o que promete, mas ainda peca em alguns aspectos. Entre eles, as mecânicas de tempo e cansaço são, de longe, os mais estressantes. O protagonista precisa dormir quando tem sono ou faz muito esforço, mas há tantas atividades interessantes para fazer, que a corrida contra o relógio e a manutenção da barra de energia, certas vezes, pode acabar causando ansiedade em alguns jogadores. Isso ocorre especialmente no início do jogo, onde não se tem muitos recursos que permitem administrar melhor o seu tempo.
Além disso, o jogo apresenta um framerate bem instável, que cai de forma brusca constantemente. Pode não ser algo que atrapalha o seu desempenho mecânico, mas ainda é um problema que suspende o sentimento de que o jogador faz parte daquele mundo. Quando menos se espera, a magia de viver no Vale do Orvalho desaparece com a queda de FPS e te lembra que tudo é apenas um jogo.
Sim. É apenas um jogo. Mas os personagens dele continuam sendo tão reais e interessantes quanto qualquer pessoa do mundo real. Cada NPC que você conhece no jogo tem uma rotina totalmente detalhada e distinta. Dependendo do dia, da hora e da estação, eles sempre estarão fazendo algo diferente. Seja passeando, interagindo ou brigando entre si, todos agem de forma natural como se fossem pessoas normais com problemas e vidas diferentes.
Plantando a felicidade
Com falhas ou não, a vida no Vale do Orvalho é praticamente uma relaxante terapia virtual. Todo o reconhecimento que o título recebeu não é à toa. Oferecendo uma experiência única com toneladas de conteúdo, Stardew Valley é a prova definitiva de que dar uma pausa na rotina estressante e solitária da cidade grande pode ser tudo que uma pessoa precisa para recuperar a felicidade na vida.Prós:
- Clima relaxante;
- Disponível em português;
- Conteúdo gigantesco;
- Liberdade única;
- Portabilidade do Switch é uma dádiva para o jogo.
Contras:
- Queda de FPS recorrente;
- Mecânica de tempo e cansaço gera ansiedade no início do jogo;
Stardew Valley - PC/Switch/PS4/XBO/Vita - Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vinícius Rutes
Stardew Valley está disponível na Loja Nintendo
Análise produzida com cópia digital cedida pela Nintendo