Análise: Dragon’s Dogma: Dark Arisen (Switch) é um grande jogo que sofre com erros de execução

Port para Switch apresenta problemas de otimização que atrapalham a experiência.

em 27/05/2019
Lançado originalmente, em 2012, para PlayStation 3 e Xbox 360, Dragon's Dogma não chegou a receber o reconhecimento que merecia. Na época, sua produtora, a Capcom, atravessava momento conturbado, com alguns projetos e decisões sendo bastante contestados pelo público e gerando polêmicas. Com isso, alguns games desenvolvidos pelo estúdio tiveram visibilidade abaixo do esperado.


No ano seguinte, em 2013, Dragon's Dogma recebeu uma atualização. Com o subtítulo Dark Arisen, trazia uma nova ilha para ser explorada, além de pequenas outras novidades. O problema, dessa vez, é que o jogo chegou ao mercado como pacote único e não um DLC. Logo, quem tinha adquirido o título anterior precisava comprá-lo novamente se quisesse ter acesso aos conteúdos inéditos.

Já em 2017, a Capcom remasterizou o jogo para comemorar os cinco anos de lançamento. Saindo inicialmente para PlayStation 4 e Xbox One, essa versão repaginada é a que chega agora para Switch. O grande benefício que o console híbrido da Big N apresenta para o game é a possibilidade de levar sua aventura medieval para qualquer lugar que você quiser, da mesma maneira que fazemos com os livros de RPG de mesa.
Transforme o seu Switch em um livro de RPG de mesa

A lenda do dragão

Dragon's Dogma: Dark Arisen narra a épica jornada de um herói que tem a difícil missão de acabar com o dragão que assola a terra de Gransys. Longe de ser um guerreiro habilidoso, nosso protagonista começa a história como habitante de uma vila que é atacada pela criatura alada. Para defender o local, ele luta contra a fera usando apenas uma espada simples. Sem recursos ou experiência, acaba derrotado e tem seu coração consumido pelo monstro.

No entanto, ele não morre e recebe o título de Arisen — concedido a todos que perdem o coração para o dragão e sobrevivem. Agora, para acabar de vez com a ameaça e recuperar o seu coração, o protagonista viajará pelo enorme mundo aberto, completar tarefas para coletar recursos, treinar a equipe de aliados e ir constantemente melhorando as técnicas de combate. Tudo para que a vingança seja certa no próximo encontro com a besta.
Tudo começa com o ataque do dragão

Assim como nos jogos de RPG de mesa, podemos customizar completamente nosso personagem. Com uma boa quantidade de opções disponíveis, é possível alterar praticamente todas as características físicas, além de optar entre homem e mulher. Apesar de praticamente todos no game te chamarem de Arisen, o verdadeiro nome do protagonista também é algo que deve ser definido pelo jogador.

Assim como o visual do personagem, a classe é uma decisão de quem está com o controle nas mãos. De início, as alternativas são guerreiro, mago ou assassino. Além do estilo de combate, essa escolha impacta nas armas e equipamentos que poderão ser utilizados. No entanto, não chega a ser algo definitivo, já que é permitido que a classe seja alterada posteriormente e sem nenhum tipo de prejuízo, inclusive, com a possibilidade de selecionar vocações indisponíveis anteriormente.

Ao invés do coração, leve meus olhos

O grande problema de Dragon’s Dogma: Dark Arisen no Switch está em seu aspecto visual. O jogo tem gráficos bastante datados, por exemplo, os cabelos longos praticamente não têm animação e boa parte dos personagens está com ausência total de expressões faciais. Porém, na realidade, seria até injusto criticar o game por esses detalhes, afinal, se trata de um título que já tem quase 10 anos e foi remasterizado há dois.

A falha estética mais gritante está justamente na otimização do jogo. Enquanto estamos caminhando pelo mapa, é comum observar os elementos sendo renderizados bem próximos do nosso grupo. A coisa mais normal é ver grama ou pedras surgindo bem ao nosso lado. Para piorar, em uma de minhas jogatinas, até mesmo um inimigo apareceu do nada e já foi me atacando. Sem tempo de reação, acabei sendo morto por estar com pouca energia.
Elementos do cenário vão surgindo conforme caminhamos
Esse problema é extremamente frequente no mapa do mundo aberto. Assim, nas caminhadas de uma missão para outra, o meu passatempo era tentar adivinhar qual elemento do cenário iria spawnar sem aviso prévio. Até mesmo dentro de ambientes mais fechados, como na cidade de Gran Soren, essa falha chegou a acontecer — porém, com uma frequência muito menor em relação ao cenário principal.

Esse tipo de problema não pode ser relacionado com o poder de processamento do Switch, afinal, o console é capaz de rodar de maneira muito melhor alguns games mais parrudos. O motivo mais provável é alguma falha na conversão para a plataforma da Big N, algo que pode ser resolvido com alguma atualização por parte da Capcom. Mas, enquanto isso não acontece, chega até dar dor de cabeça grandes passeios por Gransys.

Existem ainda algumas texturas que ficam muito borradas e a iluminação precária é outro ponto que atrapalha — principalmente — dentro de cavernas ou durante a noite. É verdade que a escuridão é proposital, e faz com que tenhamos que andar sempre munidos do lampião e potes de óleo para abastecê-lo. Mas, se por acaso o combustível acabar, fica praticamente impossível enxergar qualquer coisa que acontece na tela.

Em contrapartida, o game mantém 30 fps constantemente, tanto no modo portátil quanto no dock. Não cheguei a perceber em nenhum momento quedas bruscas na quantidade de fps, mesmo quando estava cercado de inimigos, com todos se mexendo e efeitos de iluminação, provenientes de ataques mágicos, pipocando na tela.
Não há queda bruscas de fps, nem nas batalhas mais frenéticas

É perigoso ir sozinho

Uma das mecânicas de maior destaque em Dragon's Dogma: Dark Arisen é o sistema de Pawns, única interatividade via internet que o game oferece. Por meio dessa funcionalidade, podemos recrutar personagens criados por outros jogadores para integrar a nossa equipe. No total, o time é formado por quatro integrantes — nosso protagonista, o aliado principal que também criamos, e mais dois Pawns.

É muito importante ter critério no momento de escolher seus parceiros de viagem, tendo cuidado para mesclar sabiamente as habilidades de cada um. Por exemplo, é praticamente suicídio sair para as missões sem um mago de suporte para ficar curando os aliados durante as batalhas, ou então, somente com arqueiros para enfrentar criaturas poderosas que são fortes contra ataques à distância.

Os amigos derrotados em combate podem ser reanimados ao se aproximar deles, porém, caso algum morra de vez é possível recrutá-los novamente usando portais espalhados pelo mapa. No momento de montar o time, os guerreiros que estão no mesmo nível que o seu ou aqueles criados por seus amigos podem ser escalados sem custo algum. Porém, os mais fortes custam Rift Crystals, ganhos ao derrotar monstros e completar missões. Isso faz com que a equipe esteja frequentemente balanceada, evitando que um dos Pawns assumo o protagonismo e resolva todos os problemas.
Levando os amigos para apreciar a bela vista

As vitórias de sua equipe rendem pontos de habilidade para todos os membros, além disso, o jogador pode equipar os aliados com armas ou equipamentos melhores. Assim, o time todo evolui junto no caminho para enfrentar o dragão. Os Pawns também ganham conhecimento sobre Gransys, ou seja, podemos encontrar companheiros que oferecem dicas para determinadas missões ou informações de como derrotar certos inimigos.

Mas, em alguns momentos, deixa um pouco a desejar a inteligência artificial desses amigos. Usando comandos pré-determinados, Arisen pode pedir ajuda para os Pawns, ou então, que eles o sigam ou se afastem. Porém, nem sempre o herói da história é obedecido. Foram inúmeras as batalhas pelo mapa que percebi que não teríamos como ganhar e optei por fugir. Porém, os aliados resolviam lutar por conta própria — mesmo com os pedidos para se afastarem — e acabavam derrotados, me deixando sozinho pelo resto do caminho.

Apesar de “burrinhos” em determinados momentos, é praticamente impossível terminar Dragon's Dogma: Dark Arisen sem o auxílio dos Pawns. Afinal, além de aliados nos combates, são boas companhias para as conversas que embalam as caminhadas entre um ponto e outro do mapa.
Caminhar sozinho não é uma boa ideia

Experiência recompensada

Na dificuldade “Normal”, as escolhas e ações do jogador determinarão o nível de desafio. Durante as explorações pelo mapa, existe a opção de evitar o combate com monstros ou bandidos pelo caminho. Apesar de deixar as viagens mais rápidas, essa escolha acaba limitando a quantidade de experiência acumulada. Com isso, a evolução do personagem acaba sendo mais lenta e as batalhas contra criaturas maiores ficam bem complicadas.

Por outro lado, encarar os obstáculos pelo caminho é o suficiente para crescer e confrontar de igual para igual os inimigos principais. Assim, as missões secundárias se tornam dispensáveis se o objetivo for colecionar pontos de experiência. Isso até acaba sendo positivo, pois as tarefas que não estão ligadas ao enredo central são, no geral, desinteressantes. Essas atividades quase não adicionam nada a história e não prejudicam a experiência se deixadas de lado.

Até existe potencial nas missões secundárias, por exemplo, envolvendo intrigas políticas e conspirações religiosas. Porém, essas tramas nunca são desenvolvidas a ponto de conseguirem fazer o jogador deixar a campanha principal de lado para acompanhar o desenrolar das histórias paralelas. Nem mesmo as recompensas dessas tarefas são muito interessantes, deixando as atividades atrativas somente para quem quiser aumentar a estadia em Gransys.
Cidade de Gran Soren é onde começamos a maioria das missões

Totalmente diferentes são as missões ligadas à vingança contra o dragão. Um problema comum em longos jogos de mundo aberto são atividades repetitivas de coletar um item em um ponto e leva-lo a outro, ou então, de chegar a determinado local e matar alguém. Já em Dragon's Dogma: Dark Arisen isso não acontece e cada novo objetivo costuma apresentar algo diferente de tudo vivenciado até então.

Seja escoltar a carroça que transporta a cabeça de uma Hidra ou recuperar um forte ocupado por Goblins, praticamente sempre haverá uma surpresa pelo caminho. Durante essas missões, a história de Arisen se desenvolve em ritmo aceitável — nem muito rápido ou lento —, porém, isso acontece mais pelas consequências de certos acontecimentos do que pelo papel desempenhado pelos personagens.

Não existe ninguém no enredo que seja extremamente carismático ou memorável. Apesar de me envolver bastante com a história, não criei nenhum sentimento pelos personagens, mesmo depois de várias horas. O próprio protagonista é vazio e sem falas, ele que deveria ser a personificação do jogador dentro do game acaba sendo apenas um corpo sem alma. Mecânicas de responder perguntas ou alterar o rumo de diálogos seriam interessantes para mudar esse sentimento, porém é algo que não faz parte do game.
Pawns estão constantemente falando com você, mas não há como interagir

Um mundo perigoso

Geralmente, para completar as missões é preciso sair de uma cidade e caminhar até um ponto específico do mapa. Não existem cavalos ou outros meios de transporte para tornar as viagens rápidas — até mesmo correr frequentemente está fora de cogitação, pois consome estamina que deve ser recuperada antes de novas aceleradas. Essas marchas não chegam a ser tediosas, pois sempre está acontecendo algo ao seu redor, mas podem deixar chateados aqueles que querem progredir de maneira mais rápida.

A única forma de driblar as andanças é com o uso de determinados itens. Ao visitar um cenário novo, é possível deixar por lá uma pedra (Portcrystal) e sua equipe será teletransportada para o lado do minério ao usar outro tipo de material (Ferrystones). Mas, mesmo com esses itens — que são um tanto quanto raros —, ainda é preciso andar pelo menos uma vez até certa área para poder posicionar a Portcrystal.

As trilhas, florestas, montanhas e demais paisagens são infestadas de criaturas que estão prontas para atacar o seu grupo. Há uma enorme quantidade de inimigos, sendo que cada um tem suas próprias fraquezas e pontos fortes. Desde grupos de bandidos até Ciclopes gigantes, passando por Harpias ou lobos, cada encontro pode ser fatal se o jogador não souber a maneira adequada de lidar com os obstáculos.
Com o arco e flechas fica muito mais fácil derrubar as Harpias


Ao ser abatido, seu grupo volta para o último ponto de salvamento — normalmente na saída da cidade em que a missão foi aceita. Inúmeras vezes eu estava chegando ao meu destino e fui surpreendido na estrada. Sendo derrotado, tinha que recomeçar novamente toda a caminhada. Esse medo constante de ter que repetir tudo torna as viagens muito mais tensas, como deveriam ser em um mundo como Gransys. Afinal, não estamos em um passeio no parque, mas em um reino medieval onde o perigo está em todos os lados.

Foi também em uma dessas viagens que percebi a importância de sempre andar bem equipado. Ainda no início do jogo, acabei morrendo três vezes para um grupo de ladrões que estava bem na metade do caminho. Cansado de ter que andar tudo de novo, resolvi dar uma olhada nas lojas da cidade. Troquei minhas adagas por outras mais fortes, comprei um arco reforçado e roupas que aumentavam a defesa física, além de itens para recuperar vida.

Na quarta tentativa, os bandidos não tiveram chance e o que parecia ser um desafio intransponível até que ficou bastante fácil. Depois dessa experiência, ao chegar em qualquer lugar novo, a primeira parada era sempre nas lojas para reabastecer meus suprimentos e verificar se tinha alguma arma ou equipamento mais fortes já disponíveis.

Além dos novos equipamentos, o jogo permite que o jogador melhore aqueles que já têm. Com níveis variando de um até três, para aprimorar armas e armaduras ao máximo é preciso dinheiro e alguns itens coletados durante as viagens. Por exemplo, para fortificar certas botas é preciso coletar a pele de lagartos que vivem em regiões úmidas ou perto de rios. Isso faz com que seja necessário partir em algumas caçadas para aprimorar os equipamentos ao máximo, aumentando ainda mais a exploração do mundo aberto.
Andar bem armado e com armaduras é fundamental

Ambiente vivo

Gransys é um mundo que tem vida própria, com ciclos de dia e noite, o horário é um dos fatores que influenciará no que encontraremos pelo caminho. Por exemplo, os grupos de lobos são bem mais numerosos durante a escuridão, além disso, as criaturas que preferem a penumbra costumam ser mais violentas. Derrotá-las geralmente é mais difícil, mas rendem quantidades maiores de experiência.

Os efeitos sonoros têm papel fundamental para trazer essa sensação de que o ambiente é vivo. Caminhar durante a noite pela floresta e escutar os grilos ou ouvir ondas batendo contra as pedras de regiões litorâneas ajudam demais no processo de imersão. Conversas que parecem vir de longe indicam que algum grupo de bandidos pode estar por perto ou a batida de patas contra o chão é o sinal de que algum animal se aproxima.

A trilha sonora segue pelo mesmo caminho, com músicas apresentando tom épico que sempre convidam para a aventura. O grande destaque fica para as canções com trechos cantados, como a que toca na tela de título. Essas faixas rementem para época medieval e sempre que eu as ouvia realmente me sentia parte de um mundo que já ficou no passado.
Apesar de poucas espécies, também existem alguns animais pelo cenário

Lute como quiser

O sistema de combate de Dragon's Dogma: Dark Arisen é composto, basicamente, por combos. Com um ataque rápido e outro forte, é possível mesclá-los para retirar o máximo de vida dos inimigos. Durante o progresso, estarão disponíveis novos movimentos que podem ser desbloqueados com o uso de pontos de disciplina — adquiridos após as batalhas. Os novos golpes tornam os duelos mais táticos e fáceis (quando usados com sabedoria).

O sistema de combos não é completamente obrigatório, sendo totalmente possível passar por toda a jornada sem a necessidade de utilizá-lo. Mas para quem se aprofunda nessa mecânica e entende as melhores maneiras de aproveitá-la, recebe como recompensa combates bem mais tranquilos. Os pontos de disciplina também podem ser usados para comprar novos movimentos para as armas secundárias, por exemplo, no caso do assassino é possível aprender a atirar flechas para cima e fazer com que caiam como uma chuva sobre os inimigos.

Durante os combates, senti falta de um sistema de mira para marcar e não perder de vista os inimigos — exatamente como o Z-targeting da série The Legend of Zelda. Por muitas vezes tive de enfrentar as criaturas que me atacavam e lidar com o ângulo da câmera simultaneamente, algo que seria completamente evitável com a mira automática.
Com os combos é mais fácil de derrubar os inimigos

Seria ótimo, se não fosse a otimização

Apesar de gráfica e mecanicamente datado, o título é um action RPG que merece ser conhecido e explorado. Cheio de conteúdo, rendendo facilmente mais de 40 horas, e com uma história principal interessante, o game consegue prender e transportar qualquer um para as terras de Gransys. A enorme quantidade de inimigos também impressiona e é muito divertido enfrentar Harpias, Quimeras, Goblins, bandidos, magos, Ciclopes e, claro, dragões.

No entanto, a relevância do jogo na biblioteca do Switch despenca devido à péssima otimização. São inaceitáveis os problemas de desempenho que fazem elementos do cenário serem renderizados quase ao lado de seu personagem. Se mundos muito maiores e mais complexos, como o de Breath of the Wild, são adequadamente construídos no console híbrido, Dragon's Dogma: Dark Arisen também deveria ser capaz de rodar com todo o seu esplendor.

Prós

  • História principal se desenrola muito bem;
  • Mecânica de Pawns permite criar combinações infinitas de equipes;
  • Jogador é bem recompensado ao explorar e enfrentar os perigos do mundo aberto;
  • Trilha e efeitos sonoros de alta qualidade;
  • Enorme quantidade de inimigos que demandam estratégias únicas para derrota-los.

Contras

  • Jogo está mal otimizado no Switch;
  • Missões secundárias pouco interessantes;
  • Personagens vazios, que não acompanham a qualidade da trama principal;
  • Inteligência artificial dos Pawns atrapalha em certos momentos;
  • Ausência de sistema de mira automática.
Dragon's Dogma: Dark Arisen — Switch/PS3/PS4/X360/XBO/PC — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Análise produzida com cópia digital cedida pela Capcom
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É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.
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