Pokémon: é chegada a hora de uma série paralela aos games principais?

Talvez seja o momento de adaptar a jornada para uma nova geração de treinadores

em 21/04/2019

A fórmula clássica da franquia se mantém inalterada desde os seus primeiros títulos em 1996. São três iniciais, oito ginásios, quatro membros da elite e um campeão. Mesmo com a mudança para os Island Trials em Alola, ainda enfrentamos uma Liga Pokémon ao final do game. O mesmo pode ser dito das mecânicas de captura e combate. Enfraqueça o monstrinho, jogue uma bola. Batalhe em turnos, com um de quatro golpes a cada rodada.



Esses padrões são a estrutura básica de um game principal de Pokémon e estão longe de serem ruins, porém trazem alguns problemas tanto para jogadores veteranos como novatos. Para os mais cascudos tudo se torna repetitivo e previsível, quanto mais títulos da franquia forem jogados. Já para aqueles capturando seus primeiros monstrinhos estas mecânicas podem parecer datadas perto de tantos games com mundo aberto e combates mais dinâmicos.

A tendência é que o jogador cansado, ou desinteressado na campanha principal, passe correndo pelo conteúdo para chegar ao pós-game e focar exclusivamente no competitivo. Uma vez perdido esse interesse pelo treinamento hardcore, o jogo deixa de ser atrativo. Vale relembrar que estou me referindo, exclusivamente, a jogadores que desejam jogar no Mundo Pokémon, mas não se sentem atraídos pelas mecânicas do game ou estão cansados da falta de inovação das mesmas.
De Red & Blue a Sun & Moon. Cada vez mais bonita, mas ainda a mesma velha jornada.

Mas então? Qual a solução para essa galera?

Novos treinadores surgem todos os anos e as competições dos games mantém um público constante, mas não seria interessante para a Game Freak agradar também aqueles que desejam um ar de novidade na série? Sabemos que o combate não pode mudar devido ao cenário competitivo, e também já vimos que Sword and Shield (Switch) estão longe de ser aqueles games de mundo aberto que muitos sonham.

A sensação que fica é de extrema relutância por parte da Game Freak em alterar a fórmula clássica dos jogos, talvez temendo desagradar um público tão bem estabelecido. Então, como solucionar isso? A resposta está em uma dupla de games já lançados: Let’s Go, Pikachu! e Let’s Go, Eevee! (Switch).

Os dois títulos ousaram modificar alguns aspectos clássicos da série, mesmo que de forma branda. Mais notavelmente nas mecânicas de captura, que agora se assemelham a Pokémon GO (Android/iOS), e na interação com seu parceiro inicial: Pikachu ou Eevee. De resto os jogos são a velha jornada de sempre, mas já foi um passo interessante na direção das inovações.

Estes games dividiram o público entre os mais puristas e os que gostaram desse ar diferente na franquia. Pois então, se os games principais se encontram reféns de sua própria fórmula, porque não fazer de Let’s Go uma série paralela com total liberdade de inovação? Mundo aberto, narrativas diferenciadas, combates de ação e até mesmo finais alternativos. São todas opções viáveis para trazer uma nova perspectiva recorrente ao universo dos monstrinhos.
Dois games inesperados, mas que podem significar novas possibilidades para a franquia.


Pokémon é uma franquia com mais de duas décadas de existência e já está mais do que na hora da Game Freak explorar novos horizontes e formas de contar histórias. Os títulos de Pokémon Ranger (DS) e Pokémon XD: Gale of Darkness (GC) são exemplos de que é possível. Só que dessa vez tem que ser pra ficar.

Uma grande aventura a cada dois ou três anos, repleta de novidades substanciais e mecânicas criativas, renovando o amor pela franquia e expandindo o Mundo Pokémon. Imagine a série ganhando um Game of the Year. Só é possível se houver inovação.

E você? Concorda com a ideia de uma séria principal paralela?
Tem alguma temática que poderia ser explorada com os monstrinhos?
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Revisão: Diogo Mendes
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Mestre Pokémon de longa data, salvador de Hyrule em todas as encarnações do herói e ocasionalmente um encanador de bigode grosso.
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