Os Rangers se popularizaram pelos uniformes coloridos, com cada um tendo uma cor única, temos as mais famosas: vermelho, azul, preto, verde, amarelo e rosa. Dependendo da versão e de seu respectivo time, essas cores podem mudar. Junto da trupe de heróis temos lutas cheias de ação e efeitos especiais, sempre finalizando as batalhas com um Megazord - robô gigante acionado e controlado pelos Rangers - quando, literalmente, se torna uma batalha entre gigantes.
Hora de Morfar
E agora temos Power Rangers: Battle for the Grid, o game que promete não ser apenas uma homenagem, mas também trazer frescor aos games da franquia; se destacando como mais do que um subproduto de uma franquia bem sucedida. E de início eu me senti bastante interessado pelo game, não apenas pela nostalgia da série, mas também por ser fã de games de luta.
O game tem o estilo de lutas em trios, ao estilo The King of Fighters e Marvel vs. Capcom, nos quais os personagens podem alternar e auxiliar durante a batalha. A mecânica de luta foi bem desenvolvida; as batalhas ocorrem de forma fluida e dinâmica e a mecânica de times abre espaço para estratégia; pois não somente contamos com lutadores distintos, porém equilibrados, mas personagens que sofreram dano podem se recolher e recuperar parte do dano tomado enquanto o parceiro cuida dos inimigos.
Os botões se dividem em Ataques Fortes, Médios, Fracos e Especiais e estes variam de acordo com o direcional, além disso é possível pedir auxílio, dos outros lutadores no trio, e de um Megazord (ou do Mega Goldar) e, de acordo com a sua barra de energia, soltar um combo mais poderoso ou um ataque especial único de cada lutador.
Os lutadores disponíveis foram bem desenvolvidos para batalha, a maior parte deles vêm da primeira e mais famosa geração - os Mighty Morphin Power Rangers (1993) - dos nove, seis são dessa geração (a escolha provavelmente vem da popularidade e nostalgia, além do impacto na cultura pop) os outros três são cada um de uma geração diferente.
Porém, apesar de uma boa mecânica de luta e personagens que caem como uma luva nas mãos dos jogadores, Battle for the Grid consegue trazer uma sensação bastante mista em quem pôr as mãos nele; pois mesmo possuindo um modo de batalhas bem desenvolvido e acessível, todo o conteúdo presente no jogo se limita a isso, um elenco inicial muito pequeno e ao buscar outros conteúdos, não se encontra nada. Não estranhamente já foi anunciado uma DLC gratuita com mais três personagens, para compensar o início tão pobre.
Faltou atenção às palavras de Zordon
Num game de luta exclusivamente com trios o que podemos esperar? Cada trio possui sua própria história no modo Arcade e alguma relação dentro do cânone, correto? Se nos lembrarmos de The King of Fighters, por exemplo, lembraremos que havia trios pré-estabelecidos, nos quais os três lutadores possuíam uma história em comum a ser contada, mesmo havendo a liberdade do jogador de misturar todo o elenco em trios personalizados. Como já foi dito anteriormente, não há qualquer relação entre os trios no game. Então, quando o jogador for para o modo Arcade, a única história é a do primeiro lutador escolhido.Outra coisa que possivelmente vai desencorajar os jogadores é descobrirem que, depois de jogarem o modo Arcade, perceber que o game não oferece qualquer tipo de conteúdo desbloqueável. Quando finalizei a campanha pela primeira vez, imaginei que havia desbloqueado o chefão Drakkon, eu nem tinha me tocado que ele já estava disponível para jogar desde o início. Então pensei “ah, a outra vestimenta da Ranger Rosa vai ficar disponível agora”, mas me enganei novamente e vasculhando o game descobri que todo o conteúdo inacessível está disponível para compra no eShop, isso inclui skins e mais três personagens não divulgados.
Os gráficos dos lutadores são bons, não chegam a ser impressionantes, mas é visível que houve cuidado em modelar e animar aqueles personagens. Entretanto, esse zelo parou nos lutadores, pois a qualidade das fases divergem fortemente, todos têm uma aparência bem simplória e quase nenhum dá uma sensação de cenário vindo dos Power Rangers, o único que chega perto disso é a sala do Zordon, mas o próprio está modelado de forma tão desleixada que sua aparência ficou descaracterizada.
Enfim, o game chegou cru nas mãos dos jogadores, talvez por pressa ou falta de orçamento (ou os dois), mas é inegável que havia espaço para ser um jogo com muito mais qualidade, só precisava de mais tempo na mão dos desenvolvedores. Do contrário, não teríamos uma homenagem tão às avessas, com pouco personagem, sem história e sem propósito depois de uma luta ou outra. Quem sabe com as atualizações, e com tempo, o jogo possa trazer à superfície o brilho que encantou a tantos como a série de TV.
Prós
- Boa mecânica de batalha;
- Jogabilidade acessível e fluída;
- Disponível em português;
- Não exige assinatura da Nintendo Online.
Contras
- Elenco inicial pequeno;
- Pouco conteúdo disponível na versão de lançamento;
- Fator replay inexistente;
- Desleixo dos desenvolvedores em tudo o que não envolvia as lutas.
Power Rangers: Battle for the Grid - Switch/XBO/PS4/PC - Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Diogo Mendes
Análise produzida com cópia digital cedida pela nWay