Análise: BATTLLOON (Switch) traz frenéticas batalhas multiplayer entre balões

Empurre os oponentes em espinhos nesse curioso indie focado em embates locais para vários jogadores.

em 27/02/2019

De vez em quando queremos um jogo simples e descompromissado para curtir com os amigos. BATTLLOON, um indie com multiplayer para até quatro participantes, é mais um desses títulos. O conceito principal e os comandos são bem fáceis de entender, e o visual colorido é  convidativo, resultando em uma atmosfera divertida. A base do jogo é bem criativa, no entanto ele sofre por não desenvolver direito suas mecânicas.

Lutando para descobrir qual é o melhor balão

BATTLLOON, como o nome indica, se concentra em batalhas entre criaturas com forma de balões. Nos embates, o objetivo é empurrar os oponentes em espinhos localizados nas extremidades das arenas. Para isso, cada bicho-balão inala ar e depois o solta para se mover e atacar os outros jogadores. Os comandos são bem simples, porém controlar os personagens demanda algum treino e adaptação, pois a movimentação é fortemente baseada em inércia, sendo um pouco difícil mudar de direção rapidamente.

A movimentação curiosa é o aspecto mais marcante do jogo. No começo, controlar os personagens é uma tarefa desajeitada, mas bastam algumas partidas para entender a mecânica e conseguir atacar os outros jogadores. Para vencer, é essencial tomar vantagem disso: uma boa maneira de ganhar pontos é incitar oponentes a fazerem movimentos perigosos, desviar no último segundo e aproveitar para contra-atacar. Com quatro combatentes na arena as coisas ficam um pouco caóticas, entretanto a bagunça faz parte da experiência, claro.


Algumas características deixam os combates de BATTLLOON mais complexos. A mais importante delas é a presença de personagens com atributos diferentes. Mr. Balloon se move mais rápido quando está próximo de paredes, o que permite escapar melhor dos espinhos. Já o passarinho Birdie Jay é ágil e bem fácil de controlar, porém seu tamanho reduzido empurra menos os oponentes. O polvo Tako-san inala ar rapidamente, no entanto só consegue guardar poucas quantidades, o que limita suas opções de ataques. Fora os seis personagens, as arenas contam com alguns elementos que animam as partidas, como molas, cometas que atordoam participantes e bolas de espinhos que rebatem pela tela.

A atmosfera do jogo é convidativa com a presença de visual pixel art colorido e cartunesco, com uma paleta focada nas cores roxo e rosa. Os vários competidores esbanjam carisma e referenciam elementos da cultura pop, como o gatinho que deixa um rastro de arco-íris ao se mover. Já a música apresenta composições no estilo 8-bits, porém, infelizmente, ela é muito desagradável por usar timbres estridentes e que não combinam em nada com o visual.


As vantagens e as inconveniências da simplicidade

Mecânicas despretensiosas tornam BATTLLOON bem acessível, bastando poucos minutos para entender como as partidas funcionam. Há uma curva de aprendizado, afinal a movimentação dos personagens não é usual, mas uma vez dominados esses detalhes, o título se revela um multiplayer estratégico e frenético — as partidas são repletas de caos e confusão divertida. Os combates são ágeis e rápidos, logo é muito comum jogar vários embates em seguida sem ver o tempo passar. Recomendo partidas com três ou quatro participantes, pois a bagunça deixa a experiência mais prazerosa.

A simplicidade reina no jogo, fazendo com que ele seja ótimo para partidas casuais, no entanto ela é também seu maior defeito. Para começar, BATTLLOON apresenta somente a modalidade de partidas multiplayer local, e todos os participantes precisam ser controlados por pessoas — ou seja, é um jogo no qual é impossível aproveitar sozinho. Eu entendo que o foco é a experiência local com várias pessoas, contudo acredito que  a ausência de oponentes guiados pelo computador, outras modalidades solo ou até mesmo um modo online, é uma oportunidade perdida.


Depois de reunir os amigos e jogar algumas partidas, fica aparente que o jogo tem pouco conteúdo a oferecer. Fora algumas poucas arenas (cuja a principal diferença é a aparência) e personagens, não há mais nada em BATTLLOON. Para piorar, o título conta com uma única modalidade de batalha e as regras são fixas, ou seja, é impossível customizar detalhes dos combates, como arenas ou a quantidade de pontos necessários para a vitória. Sendo assim, rapidamente vemos o que o jogo tem a oferecer e seu apelo acaba rápido — o que é uma pena, já que a ideia principal é bem criativa e o visual é bem charmoso.

Confrontos ágeis, mas momentâneos

BATTLLOON oferece uma experiência multiplayer bem curiosa na forma de batalhas entre criaturas que lembram balões. Os comandos são simples e fáceis de aprender, porém a movimentação é um pouco estranha. Uma vez dominados os conceitos, o jogo fica bem divertido, principalmente por causa do caos constante nas partidas. A atmosfera é colorida e cativante, contudo, infelizmente, o título carece de conteúdo, como modos, estágios e opções de customização de partidas. No fim, BATTLLOON é uma diversão intensa, mas muito breve.

Prós

  • Batalhas rápidas e divertidas;
  • Comandos simples de entender;
  • Visual agradável.

Contras

  • Ausência de modalidades para um único jogador;
  • Impossibilidade de customizar as partidas;
  • Pouca variedade de conteúdo.
BATTLLOON — PC/Switch — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vinícius Fernandes
Análise produzida com cópia digital cedida pela UNTIES

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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