Análise: Blacksea Odyssey — está aberta a temporada de caça (espacial) no Switch

Aquela combinação de pesca submarina e monstros gigantes espaciais que você estava esperando.

em 01/01/2019

Com apenas uma breve cena de abertura para contextualizar a história, Blacksea Odyssey acredita que pouco mais é necessário para apresentar a sua simples premissa. A cada década, em meio a um vasto abismo entre o espaço e o tempo, quatro caçadores espaciais reúnem-se para averiguar quem consegue eliminar os monstros mais formidáveis e, assim, decidir qual deles possui as melhores habilidades de sobrevivência. Será que você tem o que é necessário para caçar um Cthulhu? Se essa dúvida sempre pairou sobre a sua cabeça, esse jogo certamente possui a resposta.

Caça às baleias espaciais

Em relação a Blacksea Odyssey, quando falamos de "caça" e "caçadores" o ideal é imaginar algo mais próximo à uma perseguição de baleias e/ou outros grandes seres marinhos do que a tradicional caça na floresta. Enquanto "navega" os profundos "mares" do espaço a bordo da sua nave (que mais parece um barquinho) e encontra diversas criaturas hostis, você tem basicamente duas armas à sua disposição: um arpão e uma lança — ou melhor, um arpão com uma longa corda para "fisgar" inimigos e um número infinito de lanças para serem lançadas.



Dominar a combinação entre essas duas ferramentas é essencial para se dar bem no jogo. Com o ZL você usa o arpão, podendo segurar bastante o botão para carregar um ataque de longuíssimo alcance, e com cada apertada do ZR você lança uma lança (risos), que pode ser considerado um ataque mais rápido. Os combates se dão através dessa sincronia perfeita entre prender o inimigo (ou partes específicas dele) com o arpão e jogar lanças nos lugares certos. A utilidade do arpão é interessante, criando basicamente duas grandes táticas de combate: ou você fica voando agarrado no monstro e, assim, se prepara melhor para atirar várias lanças da melhor forma possível, ou foca em uma de suas "partes" (como membros, caudas, bulbos) para então arrancá-la, causando um dano considerável.

O maior desafio, entretanto, é a própria jogabilidade, principalmente a "mira" controlada pelo analógico da direita. Parece que o cursor se move muito mais lentamente do que seria o esperado, deixando o timing das ações primárias do jogo — jogar as lanças e o arpão — meio esquisito e desagradável. Claro, após certo tempo até que você se acostuma falta de precisão, mas é inegável que esse detalhe leva a premissa de combates rápidos e frenéticos meio que por água abaixo. 



Além do básico, durante a sua jornada para fisgar os maiores monstros mitológicos do vazio entre o espaço e o tempo, algumas outras opções estão ao seu alcance. Um turbo em três níveis auxilia bastante a movimentação (principalmente como esquiva) e itens equipáveis (encontrados em baús durante a caçada ou comprados na loja) providenciam todo tipo de efeito passivo, ativo e os tradicionais boosts para os diferentes atributos, como a velocidade de varredura do radar do minimapa, por exemplo, entre vários outros. A progressão do título é típica dos jogos rogue-lite, porém sem as inúmeras camadas adicionais esperadas pelo gênero. 

Permadeath, alta dificuldade, loots e níveis randomizados estão presentes, mas a simplicidade (tanto mecânica quanto na apresentação) de Blacksea Odyssey rapidamente torna a experiência apenas repetitiva. Poucos novos personagens e novas lanças (essas drasticamente alterando as passivas de cada nova partida) são adicionados ao longo da jogatina e o prazer inicial de agressivamente arrancar pedaços de monstros gigantes flutuando pelo espaço possui um prazo de validade curto.


Prós

  • Ideia diferente e interessante; 
  • Um bom desafio para quem se acostumar às mecânicas.

Contras

  • Gameplay se torna repetitivo;
  • Jogabilidade pouco precisa;
  • Apresentação simples e pouco conteúdo.
Blacksea Odyssey - Switch/PC/PS4/XBO - Nota: 6.0

Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Diego Franco Gonçales
Análise produzida com cópia digital cedida pela Digerati
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