Análise: I Am The Hero (Switch) busca modernizar os clássicos beat'em ups

Dê muita porrada com belos efeitos visuais e apanhe muito durante quedas de frame.

em 06/12/2018
Jogos de beat’em up eram sucesso na década de 90. Se era nos fliperamas, em um bar ou em casa com um console, todo mundo queria atravessar a cidade descendo a mão em um punk e comer frango assado escondido em um barril de ferro. Os controles eram simples, tinham apenas um botão para atacar e ainda conseguiam divertir por horas. Com o passar do tempo esse estilo foi perdendo espaço para jogos 3D e ao invés de pessoas comuns, os inimigos agora são monstros, demônios ou deuses. Desde então, poucos jogos tentaram modernizar os antigos jogos de pancadaria simples para o atual sistema de controles. Os desenvolvedores da Crazyant tentam atualizar o estilo com combates mais rápidos, combos e golpes especiais combinados a efeitos visuais modernos com o estilo de arte em pixels.

A boa e velha violência gratuita


Em I Am The Hero, o jogador controla um misterioso herói que já completou vários atos de heroísmo e, dessa vez, precisa acabar com uma poderosa organização criminosa. Sem nenhum motivo aparente, além do personagem ser o herói, o player é colocado em uma rua e tudo o que precisa ser feito é andar para a direita e bater em quem aparecer no caminho, para completar o objetivo inicial. Os inimigos de cada fase conversam antes da luta, porém, é mais provocação do que uma explicação do que está acontecendo. Uma possível história é contada mais pelos cenários do que pelos diálogos. O jogo consegue passar essa necessidade da aventura sem muita conversa. Você ser um herói e precisar acabar com os vilões é motivo suficiente para incentivar o jogador a andar por aí golpeando pessoas aleatórias.

O bom e novo gráfico


I Am The Hero é um jogo bonito, sua arte em pixel é incrível e os efeitos especiais e sonoros encaixam perfeitamente nas animações de ação. A arte vai além do pixelado e apresenta visuais mais modernos. O game apresenta efeitos de luz e sombra, reflexos em espelhos e poças de água. Um dos efeitos passam a sensação de profundidade no jogo 2D, onde o lado esquerdo da tela seria mais longe que o direito. Assim, os personagens mudam de tamanho, diminuindo quando na esquerda e aumentando quando estão do lado direito. Outro fator que deixa o jogo bonito é a animação. Está muito bem feita e bem caricata com boas expressões faciais durante as lutas que demonstram impacto e comédia.  

A boa e velha pancadaria

O jogo traz uma variedade de golpes para o arsenal do jogador. Uma combinação de combos terrestres e aéreos com botões diferentes proporcionam várias maneiras de se enfrentar os inimigos, além do desafio de acertar o combo. Além da sequência de ataques, há também os golpes especiais que são usados como nos jogos de lutas, com uma combinação dos botões de movimento somados a um botão de ataque, fazendo com que o personagem solte um ataque mais devastador. A lista desses golpes pode aumentar ao fim de cada fase, onde o jogador pode escolher entre um personagem novo ou um ataque novo. 



Mesmo com boa velocidade e desafio na hora dos golpes, o personagem possui um movimento mais duro que o desejável. Os pulos e golpes travam o movimento do personagem, frustrando e dificultando o jogador a se acostumar com os controles. Muitos golpes especiais falham ao sair por causa da direção do herói e para virá-lo, é preciso segurar o botão de direção contrária ao invés de apenas apertá-lo.

A boa e velha dificuldade 

I Am The Hero possui um bom desafio para o jogador. Possui inimigos rápidos, fortes, de curta distância, de longa distância, com golpes rápidos e explosivos, terrestres, aéreos e aqueles que invocam outros inimigos. Há uma variedade boa de desafios para cada inimigo diferente e sua quantidade no jogo, o que, com o passar do tempo, fica cada vez mais difícil. Para dar uma pequena facilitada, após as fases o jogador pode escolher se ganha um personagem novo, por exemplo. Os personagens são os inimigos e você pode trocar entre ele e o herói durante a batalha. Ele também serve como uma vida extra e seus golpes, apesar de mais limitados, também servem como estratégia dependendo do grupo que o jogador enfrenta. 


Infelizmente, algumas fases acabam colocando muito inimigo na tela e o jogo sofre com a lentidão, principalmente os inimigos que invocam outros oponentes ou itens de ataques. E momentos como esse atrapalham e muito a jogatina, o que  pedirá paciência do jogador para enfrentar a onda de inimigos várias vezes seguidas por causa da queda de frame. Essas dificuldades de processamento acontecem também quando se joga com dois players. Aliás, vale ressaltar que, nesse modo de jogo, isso acontecerá ainda com mais frequência.

O bom e velho beat’em up


I Am The Hero é um ótimo jogo de ação. A animação e os efeitos especiais são uma boa adição para os combos rápidos e golpes especiais do herói e dos inimigos. As fases possuem um bom desafio apesar da falta de maleabilidade ao controlar o personagem e a possível queda de frame. E caso o jogador queira mais, após o final da campanha principal, há a opção de se jogar em modos mais difíceis. Além disso, o jogo possui desafios para o player, como sobreviver o máximo de ondas possíveis. Todos esses modos podem destravar novos e mais fortes golpes ou inimigos para controlar. É uma boa quantidade de conteúdo para manter o jogador descendo a divertida porrada em inimigos aleatórios por um bom tempo.

Prós

  • Boa velocidade de combate;
  • Variedade e velocidade de golpes;
  • Boa animação e efeitos visuais;
  • Bons desafios.

Contras

  • Queda de frame;
  • Controle difícil.
I am the Hero – Switch/PC/PS4/XBO/iOS/Android – Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vinicius Fernandes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games
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