As memórias da equipe Nintendo Blast sobre as aventuras Pokémon na região de Kanto — Parte 01

Enquanto esperamos a chegada de Let’s Go, Pikachu!/Eevee!, vamos relembrar histórias marcantes sobre a região que foi palco de nossa primeira jornada Pokémon.

em 01/11/2018
Os monstrinhos de bolso estão prestes a estrear sua primeira grande aventura no Switch. Pokémon Let’s Go, Pikachu!/Eevee! chega em 16 de novembro e nos levará de volta a querida Kanto. Para aumentar as expectativas pela jornada, resolvemos perguntar aos membros da equipe Nintendo Blast quais são as memórias mais marcantes relacionadas à região que proporcionou nosso primeiro contato com as criaturinhas.


Embarque conosco nessa viagem rumo ao passado para relembrarmos a época em que tínhamos que decorar os nomes de somente 151 Pokémon.

Vinícius Veloso — Diretor de Redação

Como boa parte das crianças da década de 1990, meu primeiro contato com a franquia veio do anime na TV. Comecei a assistir Pokémon logo em sua estreia no Cartoon Network e foi necessário somente um episódio para que eu caísse de cabeça nesse maravilhoso universo. Todas as tardes o ritual era o mesmo, independente do que estivesse fazendo, eu parava tudo pontualmente às 17h e corria para a sala a fim de acompanhar as aventuras de Ash e Pikachu.

Fiquei tão apaixonado pelo desenho que precisava ganhar qualquer produto que tivesse alguma ligação com os monstrinhos. O nível de fanatismo era tamanho que lembro que em uma das festas de Carnaval da escola eu queria ir fantasiado de Ash, porém, como não achei a roupa a tempo, resolvi improvisar. Peguei uma jaqueta novinha do armário e cortei as mangas para ficar parecida com aquela utilizada pelo protagonista do anime. Quando minha mãe viu a “solução” que eu tinha arranjado, ao invés de ganhar uma insígnia, recebi um belo castigo — além de ter perdido o baile de Carnaval e a blusa que havia usado somente duas vezes.

Sendo tão fissurado, imaginem como fiquei  quando soube da existência dos jogos para Game Boy. A missão da minha vida passou a ser conseguir um portátil a qualquer custo, o que infelizmente acabou não acontecendo (na época eu tinha um Super Nintendo). Só consegui sair em minha primeira jornada anos mais tarde, com Pokémon Yellow, mas foi como se tudo aquilo que eu havia vivido anos antes estivesse acontecendo novamente. Comandar minha própria equipe de monstrinhos e ir derrotando os líderes de ginásio era como estar seguindo os passos do “herói” Ash.

Foi algo tão marcante que até hoje consigo dizer o nome de todas as criaturinhas de Kanto na ordem em que aparecem na Pokédex. Com o passar do tempo, fui me afastando da franquia e hoje acompanho com menos fervor o que acontece nesse universo. No entanto, o lançamento de Pokémon GO reascendeu aquela chama de treinador dentro de mim e cheguei até a comprar um novo smartphone somente para entrar nessa onda — investimento que valeu a pena, pois sou um dos jogadores que permanece ativo desde a chegada do aplicativo na Google Play até os dias de hoje.

Com esse meu amor eterno aos primórdios da franquia, é bastante óbvio que fiquei extremamente entusiasmado e curioso ao saber que a primeira aventura no Switch seria um retorno à região que tanto me marcou. Tenho certeza que ao jogar Let’s Go, Pikachu!, esse Vinícius adulto e cheio de problemas para resolver vai voltar a ser aquele garotinho de oito anos que se empolgava e gargalhava ao ver o Pikachu usando o Choque do Trovão para fazer a Equipe Rocket decolar de novo.


Rhuan de Castro — Redator

Meus primeiros passos na região de Kanto foram dados por meio do jogo Fire Red. Assim como hoje, naquela época, pegar um Pokémon e viajar por lugares desconhecidos (nem tão desconhecidos assim) era muito divertido. Diante da escolha mais difícil, escolhi Bulbasaur, o meu inicial favorito, e iniciei minha jornada. “Como assim meu rival vai pegar o inicial mais forte que o meu?”, foi o que pensei na hora. Mas acabei vencendo, então...

Os principais objetivos eram dois: coletar oito insígnias e participar da Pokémon League. Naquela época, eu tinha uma visão muito influenciada pelo anime, então já tinha uma certeza de quais monstrinhos queria capturar. Não demorou muito para conseguir meu segundo: um Pidgey. E foi com ele e meu Bulbasaur que derrotei Brock em Pewter City.

Antes de seguir para a próxima cidade, retornei para as florestas nos arredores de Viridian City para capturar um Caterpie e um Pikachu. Ao adentrar no Mt. Moon fui atacado por vários Zubats (pena que eu não sabia da utilidade dos repelentes). Entre um ataque e outro, vi uns sujeitinhos de veste preta com um R estampado que percorriam a caverna. Embora tenha batalhado com alguns deles, consegui sair da caverna.


Em Cerulean City tive de enfrentar meu rival mais uma vez, atravessar uma ponte repleta de treinadores e outro sujeito de preto com R estampado na farda. Ele era membro da Team Rocket, um bando de criminosos que roubam os Pokémon alheios. De todo modo, conheci Bill e derrotei Misty. Vale ressaltar que consegui capturar um Abra nos arredores de Cerulean com a ajuda da minha Butterfree, que foi bastante eficaz na captura dessa criatura fugitiva.

A viagem seguiu seu rumo e fui passando por diversas cidades (Vermillion, Lavender e Celadon). Nesse tempo eu tinha capturado mais alguns monstrinhos, mas minha equipe permanecia com Venusaur, Pidgeotto, Butterfree e Pikachu. Com quatro insígnias na mochila, estava mais próximo do objetivo de participar do grande campeonato. Naquela época eu acreditava que a Pokémon League era repleta de vários treinadores.


A busca por insígnias me levou até Saffron City, onde a Team Rocket dominava cada rua da cidade. Com a ajuda do meu rival, conseguimos adentrar na Silph Co. e enfrentar cada membro do grupo maligno que lá se encontrava. Não demorou muito até que seu líder, Giovanni, aparecesse. Seus Pokémon do tipo rocha e venenoso eram impressionantes, mas nada que meu time não conseguisse lidar. Ao derrotá-lo, ganhei a Master Ball como gratidão do presidente daquele edifício.

A jornada continuou. Com um treino intensivo, estava com uma equipe forte (Venusaur, Pidgeot, Butterfree, Raichu e Eevee). E com este time obtive mais uma insígnia, assim como mais monstrinhos para a coleção. Nessa época eu desconhecia que alguns Pokémon precisavam ser trocados para evoluir. Como não tinha amigos que jogavam, acabei ficando sem ter Alakazam e Gengar na equipe. Aliás, me lembro de ter treinado um Graveler até o level 66 achando que ele iria evoluir em algum momento para Golem.

Na Cinnabar Island, consegui reviver um fóssil que havia conseguido no decorrer da jornada. Logo, visitei a Pokémon Mansion, local misterioso e repleto de informações sobre Mewtwo. Neste mesmo lugar encontrei a chave que me permitiria entrar no ginásio. Sem muita dificuldade, consegui minha sétima insígnia e precisava de mais uma para competir no torneio. (Derrotar Blaine foi complicado, uma vez que não tinha nenhum Pokémon de água ou terra na minha equipe). Derrotar Blaine foi complicado, uma vez que não tinha nenhum Pokémon de água ou terra na minha equipe, no entanto, consegui minha insígnia e agora precisava de apenas uma para competir no torneio.



Ao viajar por algumas ilhas,  meu Venusaur aprendeu seu movimento definitivo, o Frenzy Plant. Também desvendei o caso de uma menina que havia desaparecido de sua casa: a mesma estava sobre a posse de Hypno, o Pokémon hipnose. Bastou capturá-lo para libertar a menina. Enfim, segui para o último ginásio em Viridian City. Para minha surpresa, Giovanni era o líder do último ginásio. A batalha não foi das mais fáceis, mas obtive a vitória e a permissão para seguir até a Victory Road.

A Victory Road é onde se encontram todos os treinadores que almejam participar da Pokémon League. Venusaur, Pidgeot, Butterfree, Raichu, Flareon e Dragonite, derrotaram cada um deles e me fizeram chegar até o Planalto Índigo. Neste ponto minha equipe beirava o nível 60 e minha bolsa estava repleta de itens que não usei durante toda a jornada. Com isso em mente, adentrei nos portões. Imagine a minha surpresa ao descobrir que a Pokémon League se resumia em quatro dos mais poderosos treinadores do jogo. Foi difícil, mas consegui derrotá-los.

O último, conhecido como Lance, me parabenizou pela vitória, mas me alertou de que ainda faltava mais uma batalha para conseguir o título de campeão. Ao adentrar na última arena, me deparo com meu Rival. No fim, apesar de certa dificuldade, derrotei seu time, composto por Pidgeot, Rhydon, Gyarados, Exeggutor, Alakazam e Charizard. Após isso, fui levado até o Hall da Fama pelo Dr. Oak e parabenizado por me tornar o mais novo campeão da região de Kanto. Após os créditos, retornei para o meu quarto e sabia que ainda tinha mais monstrinhos para capturar.

Desde essa aventura, a região de Kanto sempre teve um lugar especial em minhas memórias. É perceptível meu carinho pela trilha sonora, os monstrinhos nativos e a própria equipe vilã que lá habita. O lançamento de outro remake me deixa feliz e espero desfrutar dessa jornada mais uma vez.


Rhuan Bastos — Redator

Ah, Kanto... Uma região tão simples, mas tão única ao mesmo tempo. Até hoje lembro com muito carinho da primeira vez que pude explorá-la em Pokémon Yellow (GB), quando tinha 12 anos de idade. Em comparação com a região de Sinnoh, que eu já havia me aventurado, Kanto tinha um clima muito mais pacato. A cidade de Pallet, por exemplo, só tinha 4 casas com apenas 1 cômodo cada. Realmente dava pra entender o porquê do protagonista querer tanto sair de lá para viajar pelo mundo.

Me aventurando entre as cidades de Pallet e Pewter, eu acabei ficando marcado pela linda melodia que tocava ao fundo. Na minha opinião, “Road to Viridian City” é a melhor música de rota que já houve em Pokémon, seja pela felicidade contagiante que ela passa ou pelo milagre que foi fazer algo tão incrível com o hardware limitadíssimo do Game Boy.

Por falar em Pewter, não há como não lembrar de Brock, um dos únicos líderes de ginásio iniciais que oferecem um bom desafio. Lembro que a minha primeira batalha contra ele foi inesquecível. Todos os meus Pokémon estavam desmaiados e só sobrou um Pidgey inofensivo para enfrentar o majestoso Onix. Apesar da muralha aparente, eu ainda consegui virar o jogo utilizando a estratégia apelona de bombardear sand-attack no bichano. Era injusto, mas eu me senti muito inteligente fazendo isso naquele dia.


Já no meio da aventura, a cidade de Saffron me gerava muita curiosidade por sempre estar bloqueada em todas as quatro entradas possíveis. Eu passei semanas imaginando o que diabos estava acontecendo naquela cidade para ela ser tão fechada quanto a Coreia do Norte. Felizmente, toda essa espera compensou quando eu finalmente consegui o acesso. Podia não ter quase nenhuma cor, mas eu achava muito lindo o contraste que aquela grande metrópole tinha com o resto da região. Não é à toa que ela é conhecida como “cidade de ouro brilhante do comércio” dentro dos jogos.

No fim da minha jornada pela região, acabei me deparando com um lugar ainda mais brilhante do que Saffron. Desde que pus os pés na icônica Liga Pokémon de Kanto, eu pude sentir na minha alma um clima épico que só ela poderia passar. Até mesmo as imponentes estátuas de Kangaskhan que decoram o cenário servem para preparar o clima para o grande final do jogo. Aliás, nem preciso comentar sobre o incrível desfecho da Liga de Kanto, né?

Acho que não importa quantas vezes visitamos Kanto, essa região sempre vai ter algo novo para nos mostrar. Afinal, eu ainda quero explorar o temido vulcão da ilha de Cinnabar. Ouviu, GameFreak?


João Pedro Boaventura — Redator

Cresci no olho do furacão da Febre Pokémon. Comecei acompanhando o Anime logo quando chegou no Brasil (lembro-me com bastante clareza que o meu primeiro contato foi com o segundo episódio). No Game Boy Color, minha incursão se deu no natal do ano 2000, quando ganhei o meu console junto de Pokémon Blue.

Sem saber inglês e sem praticamente nunca ter jogado um “videogame de verdade” até aquele momento, eu acabei tendo uns problemas. O simples fato de eu não conseguir passar daquele senhor que queria me ensinar a capturar Pokémon era um problema — eu não queria voltar à Pallet e não sabia que tinha que devolver aquele Oak’s Parcel. Eu só fui conseguir passar daquele trecho quando meu primo mais velho, na época bem mais versado do que eu, pegou o jogo para “me ajudar”. Leia-se que essa ajuda dele significava ele praticamente jogando sozinho. Dito isso, passei a minha primeira campanha de Pokémon Blue sem enfrentar pessoalmente alguns desafios, como o famigerado Mt. Moon.


Paralelamente a isso, a internet ainda engatinhava e fansites ainda eram alguma coisa. Então, quando meu primo não estava por perto e eu tinha que avançar no game sozinho, eu recorri ao buscador do Terra (que na época era o serviço provedor) e conheci a PokéLand. Também descobri o que é um detonado e foi assim que, aos trancos e barrancos, de uma maneira completamente desequilibrada com apenas dois Pokémon sendo utilizados efetivamente — Butterfree e Nidoqueen — consegui me aventurar pelo game.

Por conta própria me aventurei e me perdi. Quando se é criança, a gente tem um medo surreal de perder no jogo porque aquela torre que passou tanto tempo sendo desbravada deu trabalho e você não quer passar por tudo aquilo de novo. Mt. Moon e Pokémon Tower que o diga. Além disso, tem também a questão de nos metermos em um montão de ciladas e não conseguirmos sair dela com a mesma facilidade com que entramos. Lembro-me muito bem ficando preso por horas nas Seafoam Islands, no Team Rocket Basement e na Pokémon Mansion, de onde eu não conseguia sair e tinha medo de ter que resetar o jogo todo.



Apesar de ter jogado minha Blue demais, é irônico que eu nunca tenha conseguido passar da Victory Road. Por muito tempo fiquei rondando por lá e conseguindo resolver alguns dos quebra-cabeças, mas nunca vi o outro lado em meus tempos de moleque. O fato de minha bateria ter morrido e levado embora minha saudosa Butterfree, foi um problema também que me deixou frustrado e preferi focar minhas atenções no Pokémon Gold que comprei logo depois. Eu só fui derrotar a Elite Four de Kanto pela primeira vez nos remakes, em  LeafGreen.

Gosto de Kanto porque comecei por lá. É interessante como Pokémon cresceu tanto desde então, seja tecnicamente falando por conta da evolução tecnológica dos consoles, seja na prática, com seu universo em constante expansão. Hoje, há um mundo muito maior a se desbravar.
Na próxima semana, vamos continuar ouvindo as memórias de nossa equipe. Enquanto esperamos, porque você, caro leitor, não compartilha conosco aqui nos comentários as suas histórias? Conte-nos suas experiências com Kanto!
Revisão: Vinícius Fernandes
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É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.
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