Os 10 melhores spin-offs da série Pokémon

Não é só na série principal que Pikachu e companhia mostram seu esplendor.

em 04/11/2018

O surgimento da série Pokémon se deu em RPGs portáteis que colocavam o jogador em um mundo cheio de amigáveis monstros que podiam ser capturados, treinados e então colocados para brigar entre si contra outros treinadores que fizeram o mesmo. Essa ideia logo se tornou um sucesso no mundo todo a um ponto de qualquer coisa que estivesse estampada com o logo da franquia se tornar um sucesso espontâneo, independentemente de sua qualidade.



Dessa forma, logo surgiram novas ideias e formas de capitalizar em cima desse sucesso, expandindo o universo dos games conhecidos em outras formas de se jogar. Foi assim que a Pokémon foi se expandindo em outros títulos paralelos que nós, como fãs, sempre nos sentimos tentados a adquirir. Alguns desses spin-offs fizeram tanto sucesso que se tornaram séries paralelas que contam com mais de um lançamento, apenas consolidando esse pensamento de que a franquia protagonizada por um icônico camundongo amarelo é uma impressora de dinheiro.

A seguir, montamos uma lista com os dez melhores spin-offs da marca Pokémon. Para tal, consideramos algumas séries como um todo, avaliando a performance média geral dos jogos que as compõem. Paralelamente, outros nomes aqui presentes não chegaram a se tornar séries, mas ainda assim são considerados marcos importantes e carregam luz própria para se destacarem e se tornarem marcantes no imaginário dos fãs.

10 - Pokémon Rumble

Surgido no Wii por meio do catálogo do WiiWare, Pokémon Rumble foi uma espécie de protótipo para a mecânica dorsal dos jogos no estilo Gacha, aqueles títulos como Fire Emblem Heroes (Mobile) ou Fate/Grand Order (Mobile), que incitam o jogador a colecionar diferentes personagens obtidos de maneira aleatória e que podem ser utilizados para jogar o game em questão e liberar novos personagens de maneira cíclica.



Utilizando versões dos Pokémon modelados de forma a parecerem pequenos bonecos a corda — e que na verdade foram recicladas de My Pokémon Ranch (WiiWare) —, o jogador é convidado a percorrer várias fases diferentes recheadas de outros poké-bonequinhos que podem ser derrotados com golpes simples. Uma vez sobrepujados, eles têm uma possibilidade de serem colecionados e, posteriormente, usados em novas fases que vão sendo liberadas e disponibilizam novos Pokémon.

Com sequências para o 3DS, Wii U e Mobile, a série tem como principal defeito o fato de ser repetitiva e não apresentar um motivo real, como uma história envolvente, que incite o jogador a investir seu tempo nela, quase como um caça-níquel que só existe para arrancar trocados dos fãs. Entretanto, é notável como essa ideia da repetição é responsável por conseguir viciar aqueles jogadores que pelo game se aventuram. Pokémon Rumble é o famoso título que quem se arrisca, se sente envergonhado por estar gostando — e isso, queira ou não queira, é um feito.

Título de destaque: Pokémon Rumble Blast (3DS).

9 - PokéPark

Composto por dois games diferentes no Wii, PokéPark nos coloca no controle de um Pikachu em suas aventuras num parque de diversão gerenciado pelos próprios Pokémon, lembrando até mesmo um pouco daquele curta-metragem d’As Férias de Pikachu. Situado num universo paralelo, o famoso camundongo amarelo foi arrastado por um buraco de minhoca aberto por um Mew, que pede ajuda para resgatar os quatorze pedaços de um mineral místico, chamado Sky Prism, espalhados pela localidade em questão.

Pikachu deve, portanto, participar das diversas atrações disponíveis por diferentes áreas — leia-se mini-games — ao mesmo tempo em que faz amizade com outros Pokémon e aumenta sua influência para abrir o acesso a novas zonas temáticas. A sequência, PokéPark 2: Wonders Beyond (Wii), nos apresenta um novo parque com uma nova história que coloca o Pokémon sombrio Darkrai como o vilão da narrativa, responsável por sequestrar o parceiro do protagonista, Piplup, para um universo paralelo onde ele é o comandante. 



Enquanto em Poképark Wii: Pikachu’s Adventure (Wii) havia uma variedade considerável de atividades diferentes que podiam ser jogadas não só pelo Pikachu, mas também por outros Pokémon com quem o protagonista fazia amizade, o segundo game conta com apenas quatro atrações principais, embora apresentasse uma história relativamente mais trabalhada e permitisse que o jogador controlasse em um mundo aberto não só o Pikachu, mas qualquer um dos três iniciais de Unova (Snivy, Oshawott e Tepig). 

Dadas suas simplicidades, ambos os jogos PokéPark têm como público-alvo a garotada mais infantil, o que acaba torcendo o nariz de alguns marmanjos já calejados com mecânicas cada vez mais elaboradas. Contudo, essa característica de tornar um produto mais amigável a novas audiências é importante justamente por servir como porta de entrada, desde cedo, para pequenos novos fãs que, num futuro próximo, conseguirão assimilar outros games mais complexos na série Pokémon.

Título de destaque: PokéPark Wii: Pikachu’s Adventure (Wii).

8 - Pokémon Trading Card Game 

Durante o ápice da Febre Pokémon, absolutamente todas as formas de se capitalizar em cima da franquia foram colocadas em prática. Dessa maneira, Pokémon logo deu origem à uma série de TCG que permanece sendo atualizada e expandida até hoje. Considerando o potencial praticamente infinito de lucro com a marca durante o período, um jogo digital dessa série de cartas foi produzido para o Game Boy Color. Ou seja, tiveram a ideia de produzir um game baseado em outro game.

O primeiro Pokémon Trading Card Game (GBC) foi concebido com um formato similar ao da linha de games principal que se estendeu nos consoles portáteis da Nintendo. No papel de um jogador do TCG em um universo onde os Pokémon não passam disso, devemos enfrentar os diversos líderes de ginásio especialistas nos diferentes tipos de energia que caracterizam tal card game e ir acumulando as insígnias que simbolizam cada vitória conquistada. Ao fim, uma batalha contra a Elite 4 é o que nos aguarda. O jogo era bem direto e não tinha um mundo aberto para ser explorado, apenas um mapa onde escolhíamos cada um dos ginásios que desafiávamos. Para incrementarmos nosso deck com novas cartas, era necessário conseguir os pacotinhos que vinham como recompensa a cada vitória.  



Apesar de não ser um primor técnico, o game impressionava na maneira como eles conseguiram utilizar o hardware precário do Game Boy para reproduzir com clareza as ilustrações do TCG original. Além disso, a trilha sonora do título é marcante para aqueles que tiveram a oportunidade de experimentá-lo,

Uma sequência chamada “Aí vem a Equipe Rocket” foi lançada para o mesmo aparelho, mas ficou restrita somente ao Japão. Com a popularidade crescente de card games digitais, especialmente no mercado mobile — vide Hearthstone (Multi) —, observou-se a oportunidade de expandir o TCG novamente em uma versão digital que serve de complemento para aqueles já acostumados a jogar a física. 

Título de Destaque: Pokémon Trading Card Game (GBC).

7 - Pokémon Stadium

Popular na era do Nintendo 64, Pokémon Stadium foi o primeiro responsável a impressionar crianças apaixonadas por esse fenômeno em seu auge, no fim dos anos 90 e no começo dos anos 2000. Ele consistia basicamente em um simulador de batalhas entre os monstrinhos de bolso, que podiam ser alugados do próprio jogo com um moveset próprio ou customizados, caso importados dos títulos do Game Boy através do periférico Transfer Pak, acoplado ao controle. 

Stadium também impressionava por ser o primeiro game a trazer um visual tridimensional em um hardware capaz de produzir detalhes e movimentos de uma forma vívida. Mesmo com a evolução tecnológica e com o bruto desse feito sendo reproduzido hoje pelo próprio 3DS, algumas minúcias presentes nesses títulos ainda servem de comparação na hora de realizar críticas à forma como a transição dos sprites para os modelos 3D foi lidada. 



Ao todo, dois Pokémon Stadium foram lançados no ocidente, enquanto o Japão recebeu três, sendo o primeiro americano equivalente ao segundo da franquia no oriente. Essa versão original que nunca deu as caras por nossas bandas contava com apenas quarenta e dois monstrinhos disponíveis e optou-se por pular para uma versão completa na hora de trazer a série ao público ocidental, com todos os cento e cinquenta e um da primeira geração. Já Pokémon Stadium 2 (N64), o terceiro título japonês, adicionou cem novos monstrinhos de bolso em uma experiência atualizada. 

Na mesma vertente de simulador 3D, Pokémon Battle Revolution (Wii) chegou anos depois, mas a qualidade sofrível dos Pokémon disponíveis para aluguel, bem como o visual que já nasceu datado por utilizar os mesmos modelos dos Stadium do Nintendo 64, acabou recebendo uma fria repercussão por parte do público, embora seja constantemente lembrado pelas difíceis batalhas contra os chefes. 

Título de destaque: Pokémon Stadium 2 (N64).

6 - Pokémon Conquest

Lançado em 2012, quando o 3DS já era uma realidade, Pokémon Conquest (DS) chegou bem tímido. O game é um crossover da tradicional, embora relativamente obscura, franquia de RPG de estratégia em turnos da Koei Tecmo, Nobunaga’s Ambition. O conceito de unir essas duas marcas tão distintas parece surreal, mas funcionou na prática ao trazer diversidade de gameplay à popular série da Nintendo. 



Ambientado no Japão Feudal, a história se sustenta em um mito a respeito de um Pokémon lendário responsável por criar a região — Arceus. Dessa forma, no intuito de chamá-lo de volta ao plano terrestre, o objetivo do enredo central do game é unificar todos os reinos que compõem a chamada Região Ramsei através da guerra. Na jogabilidade, seis Pokémon são utilizados de cada lado da batalha e se enfrentam em combates em turno em uma espécie de tabuleiro similar a Fire Emblem.  

Pokémon Conquest é constantemente encarado como uma pérola perdida dentre os spin-offs de Pokémon. Apesar de não se provar como um título essencial para quem quiser desbravar esses mares periféricos da franquia — como Mystery Dungeon — e unir dois universos completamente distintos, ele consegue se destacar por sua proposta única e até mesmo experimental realizada com competência.  É muito bom ver esse tipo de ousadia na indústria de games.

5 - Pokémon Colosseum & Pokémon XD: Gale of Darkness

Pokémon Colosseum é um RPG lançado para o GameCube em 2003 no Japão (2004 no resto do mundo) e, ao contrário dos Stadium do Nintendo 64, contava com uma narrativa própria em um viés similar aos títulos principais do Game Boy. Trazendo uma história considerada um pouco madura até para os padrões da série até então, somos apresentados a Wes, um ex-membro de uma equipe chamada Snagem, detentora uma máquina que permite a captura de Pokémon já capturados e comandados por outros treinadores da mesma forma que um Pokémon selvagem. 



Apesar de malfeitos anteriores, o protagonista agora antagoniza com os Cipher, outra equipe que corrompia o coração dos Pokémon e os tornava malignos no intuito de torná-los mais fortes para o combate. Wes, então, utiliza a máquina da Equipe Snagem para ir purificando, aos poucos, esses Pokémon sombrios. 

Pokémon XD: Gale of Darkness (GC), por sua vez, é a sequência direta de Colosseum e traz o Lugia Sombrio no epicentro da narrativa. Apesar de fugir um pouco do tradicional característico da franquia — sem Pokémon selvagens para serem capturados, por exemplo — essa dobradinha é sempre lembrada por tentar fazer algo que fugisse da zona de conforto dos games originais até agora. Além disso, a forma como a região de Orre é desolada em relação à abundância de flora e fauna das principais também é outra discrepância na abordagem do spin-off.

Título de destaque: Honestamente, ambos merecem ser jogados por conta da relação de continuidade que compartilham. Um complementa o outro. 

4 - Pokkén Tournament

A incursão mais recente da nossa lista surgiu nos Arcades japoneses e trouxe Pokémon ao circuito dos games de luta. Com dezessete personagens jogáveis no jogo base original, o título tenta oferecer diversidade nos lutadores disponíveis ao incluir nomes como Croagunk, Sceptile Weavile e Suicune ao lado de outros mais populares como Garchomp, Gengar, Lucario, Mewtwo e Pikachu.



Os combates se dão com golpes e combos inspirados no movepool dos Pokémon e a jogabilidade se alterna em momentos de arena — como os Naruto Ultimate Ninja Storm (Multi) — e no clássico formato de visão lateral, dependendo do fluxo da própria batalha. Além disso, outros Pokémon podem ser usados como assistentes para complementar um combo do jogador, incrementar os próprios status de ataque e defesa ou interromper uma sequência do oponente. 

O título chegou no ocidente com uma versão do Wii U ao fim do ciclo de vida do aparelho. Isso fez com que ele deixasse de receber alguns lutadores via DLC que ficaram disponíveis apenas no Arcade, como Scizor e Empoleon. Isso se deu até o lançamento de Pokkén Tournament DX (Switch), que além desses nomes, trouxe outros exclusivos como Blastoise, Decidueye e Aegislash. 

Título de destaque: Pokkén Tournament DX (Switch).

3 - Pokémon Ranger

Pokémon Ranger nasceu e aparentemente morreu na era do DS original. Com três títulos — Pokémon Ranger, Pokémon Ranger: Shadows of Almia e Pokémon Ranger: Guardian Signs —, a série em spin-off ficou conhecida por virtualmente acabar destruindo as touch screens de consoles do mundo todo. 

A premissa é o jogador, no controle de um Pokémon Ranger — algo próximo de um Guarda Florestal Pokémon —, acabar com as atividades ilegais de controle de Pokémon selvagens exercidas pelas equipes Go-Rock Squad, Team Dim Sum e Pokémon Pinchers em Fiore, Almia e Oblivia, respectivamente. O principal diferencial aqui é que a ideia central dos jogos não consiste em capturar o maior número de espécies possíveis, ao contrário do popular slogan da franquia, mas utilizar os Pokémon temporariamente a fim de realizar diversas tarefas do mundo aberto, como apagar um incêndio florestal ou liberar um caminho obstruído por um desabamento de pedras.



Os Pokémon nos dão essa mãozinha através da tecnologia do Capture Styler, uma espécie de pião de energia controlado pelo Ranger — e por nós jogadores através de desenhos na 
tela de toque do aparelho. A mecânica envolve traçar círculos em volta do Pokémon, que pode contra-atacar e, consequentemente, dificultar tal processo. Enquanto no primeiro game as voltas necessárias para cada espécie eram pré-definidas e precisavam ser ininterruptas, nos títulos subsequentes os Pokémon tinham uma barra de energia que seria deteriorada aos poucos, facilitando o procedimento ao mesmo tempo em que tornava as “batalhas” mais longas.

Vale lembrar também que essa série tem o mítico Manaphy como um de seus mascotes não-oficiais. O primeiro título disponibilizava uma missão secreta desbloqueável através de um código especial que só foi divulgado alguns meses antes do lançamento de Pokémon Diamond/Pearl e, quando completada, era possível enviar o Pokémon em questão ainda dentro de um ovo para os games principais da quarta geração. Nas sequências, além de Manaphy, Darkrai podia ser transferido de Almia, enquanto Oblivia nos presenteava com Shaymin e Deoxys.

Título de destaque: Pokémon Ranger: Shadows of Almia (DS).

2 - Pokémon Mystery Dungeon

Surgida na transição do Game Boy Advance para o Nintendo DS, essa franquia paralela nasceu no mesmo esquema da série principal, seguindo com lançamentos em duplas. Dessa forma, aproveitaram esse período para lançar uma versão desse RPG para cada um dos aparelhos em questão no intuito de atingir ambos os públicos: os que já tinham migrado para o novo portátil e os que ainda não tiveram tal oportunidade. A ideia aqui é controlarmos um humano misteriosamente transformado em um Pokémon — definido depois de um teste de personalidade. 



O objetivo central é percorrer diversas dungeons cujos mapas aleatórios são procedimentalmente gerados pelo próprio game. O pretexto para tais desbravamentos são, em sua maioria, missões de resgate em que temos que encontrar e resgatar outros Pokémon que acabaram se perdendo em tais labirintos. Paralelamente a isso há também um enredo maior que engloba temas como alterações no ecossistema natural do universo e amizade. 

Além de Pokémon Mystery Dungeon: Red Rescue Team (GBA) e Blue Rescue Team (DS), para o Nintendo DS também foram lançados Pokémon Mystery Dungeon: Explorers of Time e Explorers of Darkness, com Explorers of Sky servindo como uma terceira versão revisada no mesmo viés de Emerald (GBA), Platinum (DS) e Crystal (GBC). A série fez sua estreia no 3DS com Pokémon Mystery Dungeon: Gates to Infinity e Super Mystery Dungeon, além de ter uma incursão rápida pelo Wii através do serviço WiiWare, com três títulos exclusivos e restritos apenas ao mercado japonês. 

Título de destaque: Pokémon Mystery Dungeon: Explorers of Sky (DS).

1- Pokémon Snap

Pokémon Snap (N64) é um clássico título de locadora, desses que duram pouco menos de dez horas e conseguem ser facilmente zerados em um único fim de semana. No papel de Todd, personagem que apareceu em apenas alguns episódios no anime original, o jogador é apresentado a uma ilha habitada por diversas espécies de Pokémon e recebe a missão de catalogá-las através de um registro fotográfico. Ao todo, são vários percursos temáticos diferentes a serem feitos, recheados de segredos que podem ser descobertos ao solucionar os quebra-cabeças espalhados pelos trajetos percorridos em trilhos dentro de um veículo chamado Zero-One. 



Com uma proposta singular bem realizada, visuais impressionantes para o console e uma narrativa cativante, Pokémon Snap consegue segurar o jogador em uma aventura envolvente proporcionada por esse carismático título no rol dos clássicos do Nintendo 64. É uma pena que uma sequência jamais tenha sido desenvolvida, embora a Nintendo e a The Pokémon Company conheçam o apelo que o game em questão tem em relação aos fãs, visto que foi disponibilizado com destaque nos serviços de Virtual Console tanto do Wii quanto do Wii U.
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É jornalista formado pelo Mackenzie e pós-graduado em teoria da comunicação (como se isso significasse alguma coisa) pela Cásper Líbero. Tem um blog particular onde escreve um monte de groselha e também é autor de Comunicação Eletrônica, (mais um) livro que aborda história dos games, mas sob a perspectiva da cultura e da comunicação.
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