BGS 2018: Testamos Pokémon Let's Go Pikachu/Eevee (Switch) em primeira mão

Em uma demonstração fechada, tivemos acesso ao novo jogo da franquia Pokémon que chegará ao Switch em novembro.

em 10/10/2018

É interessante como sabemos, ao mesmo tempo, muito e pouco sobre Pokémon Let’s Go Eevee & Pikachu. Sabemos sobre o sistema de jogo simplificado em relação ao das últimas gerações e que ele terá como base o Pokémon Yellow original do Game Boy, mesmo que vagamente. A um pouco mais de um mês do lançamento do título, prestigiamos na Brasil Game Show 2018, em primeira mão, uma demo de oito minutos do próximo game de Pokémon para o Switch.


Nossa compacta aventura tem início na Viridian Forest. O Professor Oak aparece perguntando se nós podemos ajudá-lo em uma espécie de reconhecimento do local. Respondi “não”, só para ver o que acontecia, uma vez que a demo poderia simplesmente se encerrar ali. Como de costume, a maioria dessas opções são scriptadas somente na intenção de criar uma ilusão de poder de arbítrio para o jogador e a minha escolha não serviu para nada, visto que o professor me mandou para o trabalho do mesmo jeito com a justificativa de que o meu parceiro Pikachu queria.

Nisso, estamos livres para vasculhar o mapa fechado. Até aqui, não é nada de diferente do que já não vimos em materiais prévios do game. Os Pokémon não são mais encontrados de maneira aleatória nos famosos “matinhos”, eles aparecem no próprio mapa e não podem ser confrontados em batalha, apenas capturados, similar ao Pokémon GO. Na demo que tivemos acesso, a fauna de Pokémon era considerável. Além de Pidgey e Rattata, também era possível encontrar Bellsprout, Nidoran ♀, Eevee, Psyduck, Oddish, Meowth e Jigglypuff — se existiam outros, é provavelmente porque eles não apareceram durante nossa jogatina.

Tivemos a oportunidade de batalhar contra alguns treinadores. Foi quando pudemos utilizar os novos golpes chamados Partner Power. Enquanto na versão da demo em que tínhamos o Eevee como parceiro ficamos restritos ao Sizzly Slide, o seu golpe de fogo. Na demo com o Pikachu, nós tínhamos acesso a um golpe especial baseado no Sky Dash chamado Floaty Fall, a técnica que substitui o HM Fly e é baseada no Pikachu Balonista, que muitos irão se lembrar de sua pequena aparição em Pokémon Snap (N64).
Além de Pokémon Snap, o Pikachu que voa com o auxílio de balões também apareceu em algumas expansões do TCG
A maior das novidades que pudemos testar com exclusividade é a Poké Ball Plus. Ela, na prática, em gameplay, é como controlar o jogo com meio Joy-Con, com uma mão, apenas. São apenas dois botões (o analógico pressionável que funciona como A e um botão na parte de cima que age como o B). Além disso, tem o sensor de movimento que age da mesma forma que o do controle original do Switch durante as capturas.

O adicional é que toda vez que ele um Pokémon é capturado, uma luzinha diferente brilha sob o analógico, referente à sua cor. Provavelmente isso se repete quando transferimos algum dos monstrinhos ao periférico para passearmos por aí com ele como companhia, ajudando inclusive a servir de indicativo para termos noção de justamente qual Pokémon está lá dentro.

Tecnicamente, é um jogo competente. Apesar de ter uma modelagem de mundo 3D, o level design ainda é poligonal num estilo próximo aos dos 16-bit, similar ao Pokémon X/Y e algo que até Sun/Moon já abdicou a essa altura do campeonato. Há detalhes interessantes que surpreendem, como as texturas utilizadas que podem até parecer comuns nos vídeos de divulgação, mas na televisão saltam aos olhos — provavelmente consequência do costume do visual dessaturado dos games de 3DS. É notável também um leve serrilhado nos modelos dos Pokémon em batalha, mas isso possivelmente só acontece com o console no Dock.

Apesar dos fãs — e nós da imprensa incluídos — terem criado um clima apocalíptico a respeito do título, é notável que, com a demo em mãos, deu para perceber com mais clareza de que não se trata do fim do mundo. Provavelmente perderemos algumas horas consideráveis quando o jogo sair, mas  muito dificilmente será considerado um lançamento avassalador. Pode ser que ele se torne um passatempo interessante e completamente descompromissado até o vindouro game já anunciado da oitava geração.


É jornalista formado pelo Mackenzie e pós-graduado em teoria da comunicação (como se isso significasse alguma coisa) pela Cásper Líbero. Tem um blog particular onde escreve um monte de groselha e também é autor de Comunicação Eletrônica, (mais um) livro que aborda história dos games, mas sob a perspectiva da cultura e da comunicação.
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