De qualquer forma, este quinto jogo da franquia demorou seis longos anos e precisou de uma campanha de financiamento coletivo para tirar o projeto do papel, continuando as aventuras de George Stobbart e Nicole Collard depois de Broken Sword: The Angel of Death (2006). Para alegria dos fãs de longa data, Broken Sword 5: The Serpent's Curse é uma volta às origens da série. Lançado originalmente em 2013 em dois episódios distintos, o game apresenta uma jogabilidade bem tradicional de point & click. Agora, o Switch recebe a versão definitiva do título, com características exclusivas para o console híbrido da Nintendo.
O reencontro de Nico e George
A história de Broken Sword 5 começa com o reencontro dos protagonistas depois de vários anos. E a reunião não poderia ser mais propícia para o início de um inédita: ambos se encontram em uma galeria de arte — Nico como a jornalista cobrindo o evento, George como o responsável pela segurança do local —, convenientemente no exato momento em que um criminoso invade o recinto, rouba um precioso quadro e assassina o proprietário. A dupla, é claro, se une mais uma vez para desvendar esse crime repleto de mistérios.Não há nada de revolucionário no enredo do título: é uma clássica trama de mistério no melhor estilo Broken Sword, com elementos históricos e folclóricos que apimentam a narrativa. Por outro lado, como fã do primeiro jogo da série, foi muito nostálgico e prazeroso voltar a encarnar esses heróis carismáticos para desvendar os segredos e puzzles como antigamente, no formato clássico dos games de apontar e clicar.
Como de costume na série, a história é apresentada com um humor muito sutil, sem os exageros que são comuns nos jogos desse gênero. Para apreciar as piadas e textos muito bem escritos, o game oferece dublagem e legendas em diversos idiomas (incluindo inglês e espanhol), mas infelizmente o português ficou de fora dessa lista.
Cartões postais europeus
Em Broken Sword 5: The Serpent's Curse, Nico e George são obrigados a viajar por uma vibrante e colorida Europa para solucionar os mistérios ancestrais da trama. Os cenários — todos repletos de quebra-cabeças — são verdadeiros cartões postais em versão desenho animado, com imagens clássicas de pontos turísticos da França, Inglaterra e interior da Espanha.
A mistura de gráficos 3D e 2D deixa tudo ainda mais belo. É um colírio para os olhos vasculhar os cenários recheados de detalhes por itens e pontos de interesse. Enquanto jogava, tentando achar novos puzzles e suas soluções, parei diversas vezes para dar uma olhada no capricho artístico das paisagens. Mas nem tudo são flores: apesar dos personagens terem modelos bem simpáticos, as animações são extremamente duras e desajeitadas. Nada que tire o brilho do lindo visual do game, é verdade.
É o modelo típico dos adventures, que sempre funcionou de forma perfeita nos PC's, mas que se adapta tranquilamente nos controles do Nintendo Switch. É exatamente o mesmo modo de comandos das outras versões para consoles do game, utilizando os analógicos para mexer cursor e câmera. Ao passar a seta sobre os objetos, opções de ação aparecem na tela e ficam distribuídas pelos botões do Joy-Con.
O game também é bem tradicional na estrutura de seus puzzles, que resumem-se às velhas fórmulas de coletar objetos achados pelos cenários, mesclá-los ou usá-los em ocasiões específicas, conversar com NPC's, etc. É uma espécie de jogabilidade com um ritmo lento e cadenciado, que pode repelir jogadores que não estão acostumados com o estilo.
Sempre fui um grande fã dos adventures point & click, portanto não tive dificuldades em solucionar os quebra-cabeças apresentados no game. Diferentemente de outros títulos do gênero, aqui os puzzles são, em sua maioria, bastante lógicos. Não há aquelas soluções sem pé nem cabeça que costumavam popular os jogos de antigamente.
Na maior parte do tempo o jogador fica limitado a um determinado cenário, precisando solucionar todos os quebra-cabeças e coletar todos os itens e informações ali disponíveis para poder seguir em frente na história. É bem simples, quase como uma lista de tarefas. Se mesmo assim sentir dificuldades, há um sistema de hints (dicas) para ajudar naqueles momentos de frustração.
Apenas aponte e clique
Broken Sword 5: The Serpent's Curse é uma volta às origens da série. O título deixa de lado os elementos de jogabilidade em três dimensões que fizeram parte de outros jogos da franquia e se reencontra com seu estilo mais tradicional: apontar e clicar. O controle dos personagens não é feito pelos direcionais, mas sim apontando o cursor em um determinado ponto ou objeto e apertando o botão.É o modelo típico dos adventures, que sempre funcionou de forma perfeita nos PC's, mas que se adapta tranquilamente nos controles do Nintendo Switch. É exatamente o mesmo modo de comandos das outras versões para consoles do game, utilizando os analógicos para mexer cursor e câmera. Ao passar a seta sobre os objetos, opções de ação aparecem na tela e ficam distribuídas pelos botões do Joy-Con.
O game também é bem tradicional na estrutura de seus puzzles, que resumem-se às velhas fórmulas de coletar objetos achados pelos cenários, mesclá-los ou usá-los em ocasiões específicas, conversar com NPC's, etc. É uma espécie de jogabilidade com um ritmo lento e cadenciado, que pode repelir jogadores que não estão acostumados com o estilo.
Sempre fui um grande fã dos adventures point & click, portanto não tive dificuldades em solucionar os quebra-cabeças apresentados no game. Diferentemente de outros títulos do gênero, aqui os puzzles são, em sua maioria, bastante lógicos. Não há aquelas soluções sem pé nem cabeça que costumavam popular os jogos de antigamente.
Na maior parte do tempo o jogador fica limitado a um determinado cenário, precisando solucionar todos os quebra-cabeças e coletar todos os itens e informações ali disponíveis para poder seguir em frente na história. É bem simples, quase como uma lista de tarefas. Se mesmo assim sentir dificuldades, há um sistema de hints (dicas) para ajudar naqueles momentos de frustração.
A versão mais "híbrida" está no Switch
No Nintendo Switch, Broken Sword 5: The Serpent's Curse apresenta todos os elementos que foram destaque nas outras versões e ainda adiciona algumas surpresas interessantes. Contudo, diferentemente dos ports para Xbox One, Playstation 4 e Steam, no console da Nintendo não há sistema de conquistas ou troféus.
Para compensar essa falta, o pessoal da Revolution Software — desenvolvedora do título — adicionou uma seção inédita ao menu de opções, com vídeos muito bacanas que mostram o processo de produção do jogo. O conteúdo é liberado conforme o jogador avança na história, o que proporciona uma leve sensação de recompensa para seguir adiante.
Outro destaque da versão para Switch é, sem dúvidas, a possibilidade de utilizar apenas a tela de toque, no modo portátil. Nessa modalidade, o dedo do jogador funciona como o cursor: é só arrastar pela tela até encontrar os elementos de interação ou personagens que as opções aparecem. O inventário fica disponível no canto inferior, e utilizar os itens funciona como em um PC: arraste e solte, simples assim. Tocar na tela também avança os diálogos, o que pode ser bem útil para pular aquela conversa repetida.
Inicialmente, a jogabilidade utilizando apenas a tela tátil não é muito intuitiva, demorei um pouco para pegar o jeito, mas depois de acostumar-me com os comandos, percebi que funciona de forma perfeita. É, sem dúvidas, uma ótima maneira de aproveitar o game de um jeito diferente, quase como um tablet. E essa forma híbrida de jogar — podendo escolher entre os Joy-Con e a tela de toque, no modo portátil ou na TV — só encontramos no console da Nintendo.
Um jogo de nicho
Indicar Broken Sword 5: The Serpent's Curse a novos jogadores em 2018 é arriscado. Eu, como fã do gênero e da série, considero este quinto capítulo das aventuras de Nico e George um enorme êxito em quase todos os sentidos: é bonito, bem balanceado, com quebra-cabeças interessantes e personagens muito carismáticos.Mas, por outro lado, é um jogo de nicho. Se o ritmo mais cadenciado dos adventures point and click não faz a sua cabeça, você provavelmente não vai achar nada de muito interessante aqui. Agora, se simpatiza com o estilo ou com a franquia Broken Sword, vai encontrar a melhor versão do título no Nintendo Switch. E se está se perguntando: sim, o bode está de volta!
Prós
- Lindo visual apresentando cenários detalhados e paisagens europeias;
- Jogabilidade clássica de um point and click, voltando às origens da série;
- Personagens carismáticos e humor sutil, sem exageros;
- Praticidade de jogar com os Joy-Con ou utilizando a tela tátil;
- Puzzles interessantes, evitando soluções sem pé nem cabeça.
Contras
- Animações dos personagens duras e desajeitadas;
- Sem dublagem ou legendas em português;
- Desafio baixo e exploração limitada a poucos cenários por vez.
Broken Sword 5: The Serpent's Curse — Switch/PS4/XBO/PC — Nota: 8.0Versão utilizada para análise: Switch
Análise produzida com cópia digital cedida pela Revolution