Nunca julgue um bloco pela… aresta?
Para começar, a clara defasagem gráfica e musical de Tetra’s Escape deixa uma amarga ideia do que esperar do jogo. Não me leve à mal, afinal é um jogo que custa cinco dólares, então seria injusto compará-lo com Captain Toad: Treasure Tracker (Switch/3DS), por exemplo. Mesmo assim, as primeiras fases do jogo somadas a telas de carregamento lentas persistem com a ideia negativa.
O game se preocupa, e muito, em explicar ao jogador como jogar. Isso leva cerca de 20 níveis até que seja possível encontrar um desafio interessante que, de fato, te faz pensar em como resolvê-lo. O objetivo do jogo é bem simples: existem bloquinhos coloridos, cada um com transformações específicas em blocos de Tetris, que precisam ser dispostos de forma que um deles alcance uma espécie de vórtex para completar a fase.
É basicamente isso. Não que seja ruim, mas no início é entediante. Felizmente, a partir do quarto mundo, por volta da trigésima fase, os obstáculos são inteligentes e podem dar uma boa dose de trabalho para os jogadores que anseiam por todas as três estrelas e o troféu extra. De novo, é simplesmente isso. Não há chefes, tampouco fases secretas como no nostálgico Super Mario World (SNES).
Da facilidade ridícula até o mais complexo desafio
É interessante perceber que, por mais simples que Tetra’s Escape seja, a dificuldade aprende a ser dosada durante os 64 níveis de uma forma bem positiva. Para os fãs de gênero puzzle, o game consegue pegar os clássicos formatos dos blocos de Tetris e dão a eles uma utilidade bem peculiar.Após alguns níveis, o jogador recebe novas mecânicas interessantes. Por exemplo, é possível “espelhar” o bloco e, nos níveis mais avançados, há como “matar” os bloquinhos caso eles toquem na lava ou caiam de uma altura maior que três blocos. No final das contas, ajudá-los acaba sendo agradável, mas apenas em alguns momentos.
Caso o jogador anseie pelos troféus escondidos em todas as fases, a campanha pode tomar cerca de 5 horas em média, porém se o objetivo for apenas completar todas as fases, isso será possível em um curtíssimo período de tempo. O que pode aborrecer os jogadores são pequenos bugs ou problemas gerados pelo port aparentemente apressado que, somados às lentas telas de carregamento em algumas ocasiões, tornam o jogo pouco atrativo para se revisitar.
Por fim, julgo relevante mencionar que as músicas chegam ao ponto de serem irritantes para alguns, caso você fique muito tempo ouvindo elas. Acredito que a intenção desse jogo não deva ser para jogá-lo na televisão, mas, sim, em um momento tedioso de alguma longa viagem ou enquanto se espera em alguma longa fila no banco. Mesmo assim, com uma biblioteca de jogos tão extensa como a do Switch, não sei se uma “revolução” dos blocos de Tetris possa ser a melhor opção.
Assim, Tetra’s Escape, no final das contas, trás uma amarga mesclagem entre puzzles satisfatórios e a sensação de que o game foi feito às pressas. Além disso, ainda falta, de certa forma, um “polimento” que possa, enfim, trazer um certo destaque aos pequenos bloquinhos genéricos de um mundo genérico, que têm uma música genérica e por aí vai.
Prós
- Puzzles avançados trazem bons desafios;
- Modelo de jogo simples e compreensível para qualquer jogador;
- Passatempos decentes para jogar on the go.
Contras
- Telas de carregamento relativamente demoradas;
- Eventuais bugs;
- Primeiros mundos ridiculamente fáceis e desinteressantes;
- Música enjoativa e gráficos ultrapassados.
Tetra’s Escape - PC / PS4 / PS Vita / Xbox One / Mobile / Switch - Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vinícius Fernandes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games