Em 1986, na Califórnia…
Você, no controle do jovem de cabelo azul, Chris, acorda com uma ligação do seu animado irmão mais novo –– ele achou algo incrível que você realmente precisa ver. O próximo passo? Sair pela pequena e adorável cidade de Tajunga reunindo o seu grupo de amigos: Matt, o geniozinho; Charlie, a garota (a única menina da gangue, típico dos anos 80); e Big Joe, o cara grande do grupo. Após encontrar o seu irmão, Kevin, na casa da árvore/covil secreto, ele logo leva você e todo o grupo para ver a "coisa incrível" com os seus próprios olhos, algo realmente impressionante para uma cidade pacata como Tajunga –– um cadáver. E não só isso, junto ao corpo você encontra um objeto misterioso que atrai a atenção de muita gente perigosa.Em posse de um artefato místico que consegue entrar em contato com o mundo dos mortos, o grupo de amigos logo entra na mira de uma organização secreta no maior estilo E.T. - O Extraterrestre. Na verdade, referências são o que não falta em Crossing Souls, desde os gráficos pixel art que, embora sejam bastante retrô, também são impressionantemente fluidos e atualizados: até as cutscenes têm estilo de desenho antigo, chegando a possuir um "filtro" chiado na melhor vibe fita VHS. Como tributo à década de oitenta, o título não poderia ter caprichado mais. A trilha sonora meio synth, meio John Williams é absolutamente incrível e chega até a emocionar. E a história não deixa nada a desejar aos clássicos do cinema da época como Goonies ou Gremlins. Os personagens são carismáticos, os diálogos têm uma real personalidade e, mesmo que por vezes excessivas, todas as referências, dos diálogos às situações, conseguem esboçar um sorriso no jogador mais saudosista (como eu).
Cada um dos membros do grupo possui uma habilidade especial e a sua própria barra de vida, sendo crucial a habilidade de orquestrar a hora certa da troca de personagem, principalmente nas divertidas (e até bastante complexas) lutas de chefe. As habilidades de cada um variam em utilidade na exploração e no combate. Big Joe, por exemplo, não pula e é um tanto lento, no entanto, ele é mais forte que qualquer um, tem mais vida e ainda consegue arrastar caixas (bastante útil nos vários puzzles de ambiente espalhados pelo mundo do jogo). Já o protagonista, Chris, não só consegue saltar e escalar, como carrega consigo o fiel taco de beisebol do seu pai, podendo rebater alguns projéteis inimigos.
Dada a proposta de Crossing Souls, é difícil apontar algum problema real. O jogo é muito divertido, tanto quanto as gostosas aventuras oitentistas que ele propõe replicar. Mesmo com o look old-school, a cidade de Tajunga parece bastante viva, habitada por várias personalidades interessantes e com várias coisas acontecendo. Os menus são belíssimos e cheios de pequenos detalhes. A história com certeza é simples, mas possui charme de sobra, principalmente nos diálogos. Por exemplo, é impossível não sorrir com as respostas e a personalidade sagaz do irmão mais novo de Chris, o Kevin. E, pensando bem, é difícil não sorrir jogando Crossing Souls.
Prós
- Gráficos pixel art de muito bom gosto;
- Trilha sonora oitentista de primeira;
- História charmosa e lotada de referências.
Contras
- Dificuldade mais elevada em alguns momentos;
- Gameplay pode ser um tanto simples para alguns.
Crossing Souls - Nintendo Switch - Nota: 9.0
Revisão: Vinícius Rutes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Devolver Digital
Análise produzida com cópia digital cedida pela Devolver Digital