Análise: Runbow (Switch): uma corrida colorida entre amigos

Runbow diverte fácil até jogando sozinho, mas brilha de verdade em seu modo multiplayer.

em 08/07/2018

Runbow saiu para o Wii U em 2015 e ficou conhecido como um dos melhores jogos indie da plataforma. Algo sobre esse jogo de "corrida", "luta" e plataforma com estilo de sobra cativou os jogadores que tiveram a oportunidade de testá-lo no console da geração anterior da Nintendo. Nos últimos anos, ele foi "portado" para toda a geração de consoles atual, incluindo o PC, e o único que restava era o nosso querido Switch. Runbow volta para sua primeira casa esse mês e continua tão divertido (e inusitado) como sempre.


Plataforma com foco na palheta de cores

Comecemos pelas regras do jogo: o próprio criador, ainda antes do lançamento inicial, comparou Runbow a Mario Kart e, por mais que os jogos sejam de estilos completamente diferentes, essa comparação não é difícil de ser feita. Runbow é um jogo de corrida sem veículos, com foco em obstáculos, gimmicks (como itens e efeitos especiais) e competição entre amigos. O "esqueleto" do jogo são os elementos de plataforma, mas em meio à mistura maluca de conceitos do título, é estranho caracterizá-lo apenas como um jogo de plataforma.
 

A principal forma de se jogar Runbow, tanto no modo "single player" (Adventure), quanto no principal modo "multiplayer" (Run), é pela sucessão de curtos estágios onde o objetivo é chegar primeiro, ou só chegar, até a outra ponta. Além dos itens espalhados pela fase – que ativam efeitos como um boost de velocidade para um jogador ou a troca de posição entre dois jogadores – o principal componente que o transforma em uma experiência única é a cor. Desde os personagens originais até os menus, o uso da cor em Runbow é gritante. À primeira vista, o primeiro comentário de um jogador inexperiente em frente ao jogo facilmente seria "nossa, que colorido", no entanto, a cor tem um papel muito mais importante do que simplesmente compor a estética do título.

A maioria dos elementos "relevantes" nos estágios são coloridos – coisas como plataformas, barreiras e escudos de inimigos – e a cor "principal" do cenário sofre de mudanças constantes. A cor do background é essencial para o entendimento do gameplay do título. Em certos momentos, ela é constante; na maioria das vezes ela troca completamente, em um loop previsível de velocidade variada; e, por outras vezes, a cor se fragmenta de distintas formas. Essa cor vigente influencia diretamente os outros elementos coloridos da fase, fazendo com que, por exemplo, plataformas apareçam ou tornando uma barreira intangível em dado momento. O comportamento da cor é diferente em cada fase e cabe ao jogador (ou aos jogadores) aprender esse comportamento para conseguir concluir cada estágio.   


Bastante conteúdo para um grande número de jogadores

Claro que jogando com amigos – até oito em multiplayer local e nove no online (sim, é uma verdadeira bagunça) – a "simples" tarefa de se chegar até o outro lado fica bem mais complicada. Ademais dos componentes que naturalmente já atrapalham bastante o progresso, os outros jogadores também vão te irritar profundamente. Seja no modo Run, que é realmente uma competição para ver quem completa mais fases, ou até mesmo no modo Adventure, onde você está livre para "zerar" o jogo com até 7 amigos ao mesmo tempo. Uma dinâmica interessante é criada e cada estágio é separado por dois momentos distintos: logo no começo, os jogadores "caem na porrada" constantemente e então apenas um ou dois geralmente tentam, de fato, concluir o estágio. Você quase que precisa conquistar o seu direito de tentar completar a fase, e isso é extremamente divertido.

Você certamente pode se divertir jogando Runbow sozinho, afinal, atrás de todo esse frenesí, existe um competente jogo de plataforma que se reinventa constantemente. Pessoalmente, porém, eu acredito que o foco do título é a experiência multi-jogador. Completar uma das várias opções de estágio em meio ao mosaico do modo Adventure – dividas em três cores que representam dificuldades ascendentes – é muito mais gratificante quando você ganha esse direito após socar (virtualmente) o seu grupo de amigos do que simplesmente ganhar sozinho, e isso inclui até as estressantes batalhas de "chefe".



Outras opções para jogar com outras pessoas são o modo Arena e o King of the Hill, mas eles são consideravelmente menos divertidos do que a clássica corrida até o final. A situação na Arena é basicamente como um jogo de luta: bata nos seus amigos até você ser o último sobrando. E no King of the Hill os jogadores competem pelo controle de um ponto específico no mapa. O difícil, principalmente nesses modos alternativos, é manter um grande grupo de pessoas interessadas por muito tempo já que, apesar da dificuldade saudável e da constante aparição de pequenas novidades entre os estágios, o gameplay pode se tornar repetitivo.

Runbow também pode ser comparado com a amada série Super Smash Bros., não só por algumas escolhas temáticas parecidas, mas pelo nível de polidez do jogo. Desde o próprio gameplay, onde o jogador, além de um pulo duplo, possui um um soco que o impulsiona para cima, muito como a clássica combinação de "Cima + B" da série de luta da Nintendo, até a estética de certos menus, opções de personagens e até o sentimento geral que Runbow passa. Ao longo do jogo, você vai destravar constantemente personagens e artworks novas, personagens esses que são convidados de outros títulos indie, como Juan de Guacamelee ou o Drifter de Hyper Light Drifter, entre vários outros icônicos personagens de jogos independentes.



Outro ponto importante é trilha sonora original que ganha pela qualidade, mas peca na falta de variedade. As músicas realmente grudam na cabeça, no entanto, talvez isso seja só por que as opções de trilha não são muito variadas. Claro que isso não chega a atrapalhar a experiência do jogo, já que Runbow é um título necessário no Switch para se jogar com os amigos. Principalmente se você achar um grupo de amigos realmente dispostos. Senão, talvez ele acabe meio parado em meio a sua lista de jogos, afinal, as opções single player no híbrido da Nintendo são vastas e muitos mais interessantes.

Prós

  • Multiplayer com 8 amigos em qualquer modo de jogo;
  • Divertido e desafiante;
  • Um encontro dos personagens indie mais icônicos a la Super Smash Bros.

Contras

  • Pode se tornar repetitivo;
  • Dificuldade pode ser frustrante para alguns;
  • Trilha sonora boa, mas com pouca variação.
Runbow - Nintendo Switch - Nota: 8.5
Revisão: Arthur Maia
Análise produzida com cópia digital cedida pela 13AM Games
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