Análise: INK (Switch) é um viciante jogo de colorir caminhos invisíveis

Com jogabilidade e visual simples, o jogo oferece desafios rápidos e com dificuldade crescente que exigem habilidade e precisão.

em 02/07/2018

Cores sempre são associadas a sentimentos e sensações. Talvez seja por isso que gostamos tanto de jogos que trazem aspectos coloridos como parte de sua jogabilidade. No Nintendo Switch, além de Splatoon 2 e deBlob pintando o sete, INK chegou na eShop como uma opção interessante para quem curte tintas.

INK é um game de plataforma que coloca o jogador no controle de um pequeno quadrado branco. Em um cenário com fundo escuro, o protagonista quadrilátero precisa chegar até a saída, representada por um retângulo. Entretanto, todos os obstáculos para alcançar o objetivo são invisíveis a olho nu. O segredo é revelar o caminho com muita tinta.


Tinta pra que te quero

As plataformas são pintadas e reveladas conforme o quadrado se movimenta. Então, se você cair em um abismo significa que o caminho termina ali porque não há mais chão para pintar e é preciso encontrar outra plataforma. INK apresenta uma jogabilidade simples, você pode saltar e realizar um pulo duplo que, inclusive, dispara pingos de tinta para todas as direções a fim de revelar caminhos distantes.

Nos níveis iniciais, as plataformas são maiores e exigem menos precisão. Aos poucos, eles introduzem novas mecânicas, como a possibilidade do quadrado de saltar de uma parede para outra e até mesmo deslizar ou escalá-las ao pular pelas laterais. Dessa forma, INK vai se tornando um jogo que exige muita habilidade e precisão. Inimigos, que são retângulos coloridos, aparecem nos estágios e é obrigatório esmagá-los para desbloquear a saída; bordas pontiagudas, que devem ser evitadas, surgem nas laterais de paredes e em plataformas; blocos que se movimentam, chaves que desbloqueiam plataformas e círculos disparadores de projéteis que eliminam o quadrado ao primeiro contato são elementos posicionados em locais para desafiar o jogador. De certa forma, INK se transforma em Super Meat Boy (Multi) simplificado e mais colorido.



Como as fases são rápidas e curtas, INK se torna um jogo viciante. Alguns estágios oferecem a exploração na horizontal e até na vertical, mas como eles abusam de tentativa e erro para descobrir como superá-los, a passagem pelas fases fica mais instigante. INK não penaliza o jogador pela morte, já que, apesar de recomeçar no início da fase, tudo o que foi pintado é mantido após falhar. Basta refazer o seu caminho e encontrar a melhor forma de superar aquele trecho mais complicado. Além disso, até mesmo a morte pode ajudar, pois ao ser atingido por um projétil ou encostar em um espinho, o quadrado explode e respingos de tintas são espalhados.


Desafio colorido

Assim como a jogabilidade, o visual de INK é bem simples e agradável, mas traz pequenos detalhes que dão um charme. Por exemplo, a cor da tinta deixada pelos rastros ou respingos do quadrado é alterada aleatoriamente a cada salto, assim como os retângulos inimigos que mudam de cor cada vez que são esmagados, deixando os cenários extremamente coloridos.

Além disso, algumas fases também escondem uma pequena moeda em formato de coração. Da mesma forma que as plataformas do jogo, ela é revelada apenas ao respingar tinta e funciona como um colecionável, mas sempre está posicionada em locais nada fáceis. INK possui um total de 75 estágios, mas em apenas 20 deles há uma moeda para coletar.



O maior defeito de INK é a falta de variedade. São poucos os elementos nas fases e eles se repetem excessivamente. O jogador começa a dominar a forma de superá-los, já que apenas posições e ângulos são alterados. Certamente o que torna os níveis finais mais complicados são os projéteis teleguiados. Eles fazem curvas absurdas para acertar o quadrado e quando vários estão presentes na tela é quase injusto. Muita insistência e paciência são necessárias nessas últimas fases. INK possui ainda batalhas contra chefes em formatos geométricos. São poucas, mas com bom um nível de desafio e focadas em compreender o padrão de movimentação deles.

Apesar da dificuldade presente, INK pode ser jogado cooperativamente com um amigo ao compartilhar um Joy-Con. De certo modo, o desafio é levemente reduzido, pois basta um jogador chegar até a saída para completar o estágio. Entretanto, em fases maiores, a tela é dividida caso os jogadores fiquem distantes e, como os cenários possuem fundo escuro, fica difícil entender a qual pessoa pertence a parte da fase, principalmente se jogado no modo Tabletop. Outra característica bacana é a possibilidade de jogar ou não contra o tempo. INK deixa a cargo do jogador ativar ou não um timer para cronometrar o tempo de jogatina, sendo uma excelente adição para speedrunners interessados em finalizar o jogo no menor tempo possível.



Mesmo não possuindo outros modos para manter a atenção do jogador, INK é um jogo de plataforma divertido e viciante. É uma boa alternativa para quem gosta de fases com bons níveis de desafio, afinal nada supera o sentimento de vitória ao completar aquele estágio complicado. Ainda mais se for bem colorido!

Prós

  • Jogabilidade simples e viciante;
  • Possibilidade de jogar com ou sem tempo limite;
  • Suporte a modo cooperativo;
  • Presença de batalhas contra chefes.

Contras

  • Falta de variedade e modos de jogo;
  • A tela dividida no multiplayer é muito confusa.
INK — Nintendo Switch — Nota: 7.5
Revisão: Vinicius Fernandes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Digerati

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Desde que aprendeu a jogar videogames com Yoshi's Island e Donkey Kong Country 2, sempre é visto com um controle ou portátil da Nintendo na mão. Descobriu o amor por The Legend of Zelda com Ocarina of Time e sempre está querendo mais Zeldas. Gosta de escrever notícias, análises e bobagens aqui enquanto não está sonhando com um novo Silent Hill.
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