Análise: de Blob (Switch) retorna com uma aventura leve e multicolorida

A THQ Nordic revive no Switch um dos jogos mais interessantes da biblioteca do Wii, oferecendo a chance de espalharmos tinta por todos os lados.

em 11/07/2018
de Blob foi uma boa surpresa quando chegou originalmente para o Nintendo Wii em 2008, trazendo uma encantadora aventura em 3D, bastante colorida e cheia de puzzles. Uma versão remasterizada do jogo chegou ao PS4, Xbox One e PC em 2017, e agora o jogo dá aos donos do Switch a chance de preencher com diversas cores uma cidade inteira, como um desenho em preto e branco a ser colorido. Todo o carisma e a magia do jogo original (e também alguns pequenos deslizes) estão presentes nesta nova versão.

Devolva as cores de Chroma City

Na história contada em de Blob somos apresentados a uma cidade viva e cheia de cores: Chroma City, habitada por muitos seres pequenos, simpáticos e coloridos chamados raydians. Os problemas começam quando a INKT Corporation, uma organização militar liderada pelo terrível Comrade Black, invade a cidade com o objetivo de roubar todas as cores para obter energia.


Em um piscar de olhos, Chroma City se torna um lugar completamente incolor. Os raydians são capturados e descoloridos, tornando-se graydians que passam a viver presos e infelizes nas construções monocromáticas da cidade fornecendo energia para a INKT. Blob, o nosso protagonista em forma de bolha, observa o caos de floresta aos arredores e decide agir, juntando-se aos seus amigos da resistência.

Para combater os planos de Comrade Black, Blob precisa devolver as cores que foram roubadas da cidade e, para isso, ele abusará de sua capacidade de absorver tinta. Pelas ruas estão espalhados os leechbots, robôs que carregam a tinta roubada em cápsulas nas costas. Blob pode destruí-los, absorver a cor e devolvê-la às paredes das construções, plantas e painéis passando por eles. A tinta também funciona como a “barra de vida” do personagem, que cresce conforme recupera mais tinta — mas, se Blob for atingido pela tinta preta da INKT, começará a levar dano, perderá sua cor e diminuirá de tamanho, e a única forma de se livrar desse efeito é cair em algum local com água.

Os cenários acinzentados de Chroma City são como grandes folhas papel em branco em 3D, prontas para serem coloridas pelo jogador. É como realizar um desejo de criança de poder simplesmente sair por aí pintando tudo o que vê pela frente, e embora essa ideia seja simples, o jogo não se limita a isso e traz alguns detalhes que tornam a aventura mais interessante.

Além da simples pintura

O primeiro detalhe a ser mencionado sobre a mecânica de pintura se relaciona às cores fornecidas pelos leechbots, que são somente as três cores primárias: azul, vermelho e amarelo. Para conseguir cores diferentes, como roxo, laranja ou marrom, o jogador precisará misturar pelos menos duas cores, absorvendo-as das cápsulas desejadas. Outro fator determinante é o limite de tempo que existe para cruzar todas as áreas da fase e chegar ao objetivo final. Isso traz um sentimento de urgência ao gameplay, mas não de forma punitiva: como o jogador pode obter bastante tempo extra de várias formas, é comum chegar ao final com tempo de sobra.

As fases possuem áreas separadas por portões trancados, e Blob precisa obter energia suficiente para abri-los e avançar até seu objetivo final. Colorir a cidade aumenta essa energia e, se o jogador pintar todos os prédios de um quarteirão, os graydians presos nele serão liberados para serem coloridos. Aliados de Blob na revolução colorida também marcam bastante presença nas fases e oferecem desafios que dão energia extra, além de deixar a exploração bem mais divertida.


Estes desafios são ativados em pontos marcados pelos cenários, nos quais um aliado aparece e explica o que deve ser feito e sua dificuldade (três estrelas são os mais difíceis). Os desafios podem envolver pintar os prédios das cores certas, derrotar os inkers, percorrer um caminho na fase antes que o tempo acabe ou colorir construções especiais, que exigem métodos diferentes para a pintura. Cumprir um objetivo com sucesso na primeira tentativa dá um número ainda maior de energia ao jogador.

de Blob pega bastante na mão do jogador, auxiliando no progresso das fases sempre mostrando como prosseguir para as próximas áreas. A localização de desafios também ajuda, já que cumpri-los automaticamente te coloca aos poucos cada vez mais próximo do portão. Novas fases sempre introduzem novos tipos de inimigos, junto com uma explicação de como fazer para derrotá-los e a quantidade de tinta gasta no processo.


Pequenas manchas de tinta na pintura

Embora de Blob tenha vários aspectos positivos, a remasterização não deixa escapar alguns borrões de tinta na beleza do jogo. Os gráficos aparecem vivos e bonitos no Switch tanto no modo portátil quando na TV. A única reclamação nesse ponto são as cutscenes do jogo, que embora sejam bem animadas e cheias de humor, parecem ter mantido a resolução da versão original no Wii e ficam um tanto embaçadas quando apresentadas no Switch.

Alguns aspectos um pouco frustrantes da versão original voltam a aparecer na remasterização. Com uma certa frequência, a câmera pode se posicionar em locais desconfortáveis e que oferecem pouca visão do que está ao redor do personagem, dificultando sua localização e para onde ele deve ir.


Adicione este problema da câmera ao fato de que os controles são um pouco imprecisos e nem sempre respondem como deveriam. A movimentação de Blob é um tanto escorregadia, o que dificulta pulos precisos e a passagem por obstáculos. Às vezes, Blob pode grudar em uma parede sem que o jogador perceba, e com isso o próximo pulo do personagem acaba não saindo como o planejado. Infelizmente, esse tipo de situação pode até mesmo custar a vida do personagem.



Por outro lado, um dos pontos mais carismáticos do título original foi muito bem preservado: sua trilha sonora. Antes de começar uma partida, o jogador pode escolher o seu mood (humor), que define o estilo de música que tocará na fase (como blues, bossa nova ou hip-hop, entre outros). Enquanto a cidade está sem cores, ouve-se apenas o silêncio, mas conforme Blob vai pintando as construções, a música começa a ganhar vida, instrumentos musicais vão sendo adicionados e cada prédio pintado ganha uma nota na melodia. Ou seja, uma cidade colorida e viva também é uma cidade cheia de músicas brilhantemente integradas ao gameplay.

Aqueles que terminarem a aventura principal ainda terão o que fazer se desejarem revisitar Chroma City. Depois de terminar uma fase, ela se torna disponível no modo focado na exploração Free Paint, sem inimigos, com todos os portões já abertos e sem os limites de tempo do modo história. Além disso, novos desafios mais difíceis do que os anteriores são desbloqueados para uma nova jogatina. E existe também o modo Blob Party, competitivo para até quatro jogadores.

Um jogo ideal para pintar o 7

de Blob é uma boa e despretensiosa aventura, ideal para jogatinas casuais. Dar vida às paisagens monocromáticas de Chroma City é uma ação recompensadora, principalmente depois de admirar os resultados coloridos. A versão de Switch não se livra de alguns problemas existentes na versão original, mas que não prejudicam por completo uma experiência com visuais e sons tão agradáveis e desafios com dificuldades justas.



A remasterização do jogo custa $ 29,99 e, mesmo sendo um título antigo, traz os mesmos conteúdos de sua versão original. Portanto, quem já jogou a aventura antes pode não encontrar um bom custo-benefício na versão do Switch — o que não será um problema para os marinheiros de primeira viagem.

Prós:

  • Trilha sonora espetacular;
  • Dificuldade acessível e desafiadora na medida certa;
  • Personagens carismáticos;
  • Mecânicas de mistura de cores divertidas.

Contras:

  • Câmera pouco funcional em certos locais;
  • Controles pouco precisos;
  • Nenhum conteúdo inédito para quem jogou o original.

de Blob — Switch — Nota: 7.5


Revisão: Vitor Tiberio
Análise produzida com cópia digital cedida pela THQ Nordic.

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