Análise: Hexologic mostra o que o console híbrido pode fazer pelos games de puzzle

Mesmo sendo um port de um jogo de celular, os puzzles funcionam ainda melhor no modo docked.

em 30/06/2018

Podem existir puzzles aos montes no mercado mobile, mas eles estão começando agora a dar as caras na extensa biblioteca indie do Nintendo Switch. Para os amantes de um bom puzzle que procuram algo diferente para passar o tempo no híbrido da Nintendo, Hexologic é uma boa pedida. O game traz uma nova abordagem hexagonal a puzzles das antigas, como Sudoku e Picross, mas não chega a ser um verdadeiro desafio.

Um desafio “adicional”

A ideia aqui é bem simples. O jogo possui 60 fases divididas em quatro mundos. Cada fase apresenta um tabuleiro com casas hexagonais e pequenas setas numeradas em algum de seus extremos. Cada casa pode ser preenchida com um valor entre 1 e 3 pelo jogador e o objetivo é alcançar uma soma na direção de cada seta.

Pode parecer um tanto trivial um jogo sobre adição, mas garantir que diversos números somem a quantia desejada acaba se provando um verdadeiro teste de atenção e lógica. Algumas fases podem até parecer desproporcionalmente complexas a princípio, mas alguns padrões que surgem durante a jogatina ajudam o jogador a saber por onde começar. Um “seis” que ocupa duas casas, por exemplo, será sempre a soma de 3 com 3 e um “cinco” que ocupa duas casas é alguma combinação de 2 e 3.

Como no Picross, os padrões vão guiando sua experiência
Essa dependência de padrões para simplificar os desafios lembra bastante um puzzle antigo muito popular nos portáteis da Nintendo desde a era Game Boy — o Picross. Na prática, o raciocínio necessário é bem similar entre os dois jogos. A sensação é de estarmos jogando uma versão condensada e mais elaborada do clássico, mas ao invés de formarmos figuras simpáticas no final de cada fase, temos aqui a satisfação de ver o tabuleiro se desfazer. Não é tão efetivo como recompensa, mas ajuda a dar uma ideia de progressão.

“Adições” casuais

Cada novo mundo também introduz novas mecânicas para que o jogador sinta que está avançando. Teoricamente os novos recursos deveriam tornar as coisas mais difíceis, mas na maior parte do tempo eles acabam facilitando as coisas.

No segundo mundo temos a adição de casas com um valor fixo que torna as coisas bem mais fáceis ao forçar certas somas que acabam guiando toda a solução dos puzzles em que aparecem. No terceiro mundo temos casas gêmeas que espelham o valor preenchido dificultando de fato as coisas ao forçar que o jogador tenha de analisar diversos pontos do mapa simultaneamente antes de fazer uma jogada.

Já no quarto e último mundo temos a combinação dos dois conceitos que parecem se equilibrar muito bem. Apesar da combinação gerar alguns puzzles bem fáceis, na maior parte do tempo o resultado são desafios dignos de um final de jogo, que exigem um bom entendimento de todas as mecânicas apresentadas durante o game.

Cada nova mecânica tornam as coisas mais complexas e bem mais divertidas

Puzzles na tela grande

No Nintendo Switch, pode-se jogar tanto pela tela touch no modo portátil, quanto usando os controles nos demais modos. O touch se mostra pouco responsivo no menu, mas funciona como esperado durante as partidas. Já os comandos tradicionais casam de modo surpreendente com o jogo.

No touch, cada toque adiciona um valor a casa escolhida. Já no controle, um valor é designado a cada botão tornando o preenchimento do tabuleiro muito mais rápido. A harmonia do jogo com o conceito híbrido do Switch é impressionante e inesperada, provando que o console realmente combina com todo tipo de jogo. Nos resta imaginar quais novidades o futuro trará para os puzzles que ainda estão por vir no Nintendo Switch.
As soluções ficam bem mais ágeis no modo docked

Prós

  • Um puzzle simples que consegue elaborar bem seus conceitos;
  • Experiência relaxante similar ao Picross;
  • Híbrido como o console.

Contras

  • Jogo bastante curto;
  • Não traz um desafio para veteranos de jogo de puzzle.
Hexologic — Nintendo Switch — Nota: 7.5

Revisão: Diogo Mendes
Análise produzida com cópia digital cedida pela MythicOwl





Gabriel Mattos estuda Ciência da Computação e procura sempre estar em equilíbrio com a Força. Pode ser encontrado por aí especulando sobre os próximos lançamentos da Nintendo e da Playstation na GameBlast e no Twitter.
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