Games são criados para entreter e desafiar os jogadores. É um teste de habilidade e muitas vezes você precisa superar a inteligência artificial. Shift Quantum é justamente uma experiência que oferece um “modo de jogo” para desafiar o seu cérebro.
Uma voz artificial dá boas vindas ao jogador por participar do programa Shift Quantum. Desenvolvido pela Axon Vertigo, uma das principais iniciativas globais na programação de contentamento cerebral, ele visa à qualidade de vida ao oferecer desafios para fazer as pessoas felizes. Ao responder três perguntas, você completa o seu registro e é conectado ao programa.
O lado positivo do espaço negativo
Se você já jogou algum título da série Shift, como Shifting World e Shift DX, ambos lançados para Nintendo 3DS, vai se familiarizar com a jogabilidade de Shift Quantum. Em um ambiente 2D, seu objetivo é chegar até a saída utilizando uma habilidade peculiar do protagonista chamada de Shift, capaz de criar um espaço negativo ao inverter o mundo.Essa mecânica Shift é bem implementada, principalmente devido aos cenários minimalistas e monocromáticos do game. Os obstáculos e elementos nos estágios são todos pretos e, ao invertê-los, o vácuo é preenchido na cor branca, criando novos caminhos. Encontrou uma elevação e não consegue alcançá-la para avançar? Inverta o mundo de cabeça para baixo para transformá-la em um buraco. Caso se depare com espinhos, use o Shift para atravessar tranquilamente na outra dimensão.
No início, Shift Quantum apresenta estágios curtos e simples, mas logo ganham elementos que deixam os desafios bem mais complexos. Espinhos mortais em locais nada agradáveis, botões que fazem aparecer plataformas, blocos para empurrar ou puxar, setas que invertem a gravidade e jatos de ar são alguns exemplos que testam a sua massa cinzenta. Ficar preso em algum canto do cenário e ser obrigado a reiniciar a fase é uma ação bastante comum. Os níveis mais avançados se transformam literalmente em enormes labirintos e ficar perdido é algo que acontece com frequência.
Criando novos caminhos
A maioria das fases de Shift Quantum traz um colecionável opcional. Um indicador na tela de seleção mostra se há ou não a presença do item, mas coletá-lo acrescenta uma dificuldade a mais, apesar de algumas vezes ele estar obrigatoriamente no caminho para a saída. Em outras, temos a presença de uma misteriosa garota que ora foge, ora auxilia o protagonista. Mesmo sem a presença de diálogos, Shift Quantum conta uma história e deixa a interpretação por conta do jogador.A trilha sonora traz a pegada cyber noir proposta pelo título. Apesar de ótimas composições, elas são pouquíssimas e se repetem pelos mais de 100 desafios presentes na campanha principal. A falta de variedade acaba deixando-as cansativas. Outro ponto incômodo do game é o desequilíbrio da dificuldade. Como não há liberdade na escolha das fases, sendo obrigado a jogá-las em sequência, você percebe que a dificuldade não é crescente. Os estágios intercalam entre fáceis demais e desafiadores, deixando parecer que não houve um critério para escolher a ordem deles.
Além da campanha principal com mais de uma centena de fases, Shift Quantum possui o modo Editor, bastante simples e acessível. Assim como em Super Mario Maker (Wii U/ 3DS), você pode criar e compartilhar estágios com outros jogadores online, bem como jogar inúmeras criações no modo Comunidade. É possível avaliá-las, testar as criadas pelos seus amigos e verificá-las em diferentes categorias.
Este é um título bastante competente e completo, que aproveita e desenvolve a sua principal mecânica de inverter o mundo. Se você gosta de jogos de puzzle, Shift Quantum vai comprovar a veracidade do programa ao testar seu cérebro e lhe trazer desafio e felicidade.
Prós
- Belo visual monocromático e minimalista;
- Mecânica de inverter as fases é bem elaborada;
- Modo para criar, compartilhar e jogar estágios online.
Contras
- Trilha sonora com pouca variedade;
- As fases estranhamente intercalam em níveis de dificuldade.
Shift Quantum — Switch/PS4/XBO/PC — Nota: 8.0
Plataforma utilizada para análise: Switch
Revisão: Júlio César
Análise produzida com cópia digital cedida pela Fishing Cactus