O que acontece com Pokémon Quest (Switch/Mobile) é semelhante. Após o sucesso mundial de Pokémon GO em 2016, os desenvolvedores perceberam que o carisma e saudosismo da primeira geração, somado a mecanismos populares, são capazes de atrair o público em massa. Com isso, Let’s Go! Pikachu e Let’s Go! Eevee serão a retribuição da franquia e, assim, Pokémon Quest suprirá em alta por algum tempo o anseio dos fãs por algo maior.
Do que se trata?
Pokémon Quest é um jogo free-to-start – ou seja, não há cobrança para baixá-lo – lançado inicialmente para Nintendo Switch e, em sequência, planeja ser lançado para aparelhos mobile. Dessa vez, os Pokémon são cúbicos, reduzidos inicialmente à primeira geração, e você tem que explorar Tumblecube Island a fim de registrar todos os monstrinhos na Pokédex e encontrar tesouros.Conheça Tumblecube Island. |
E a jornada começa… mais uma vez
Como de praxe, você deverá escolher o Pokémon inicial: Pikachu, Charmander, Squirtle, Bulbasaur ou Eevee. Mesmo com indícios de novas gerações chegarem ao jogo futuramente, no momento que esta análise está sendo publicada, o jogo apresenta apenas os 151 primeiros Pokémon. Então, após um tutorial relativamente longo, o jogo te dá liberdade para explorar a ilha e fazer amizade com novos monstrinhos.A pegada cúbica que remete à Minecraft não incomoda. Pelo contrário, é agradável e a ausência de texturas muito elaboradas torna o jogo leve e acessível para todos os donos do console. A música e os efeitos sonoros inicialmente não incomodam, mas o tom repetitivo, com o tempo, pode criar uma atmosfera enjoativa levando, possivelmente, a uma jogatina muda.
É importante ressaltar que, sem sistema de batalhas ou capturas propriamente dito, o spin-off se assemelha muito a Pokémon GO – com uma tentativa de repetição da fórmula como citado anteriormente – em que o interesse principal do jogador se reduz à conclusão da Pokédex. Jogos mobile possuem uma estrutura bem parecida: são feitos para serem jogados enquanto você está ocupado demais para dedicar seu tempo a um jogo maior.
Uma ilha nova de aventuras
Além do sistema de níveis, de 1 até 100 como nos jogos principais, o jogo apresenta dois atributos que são melhorados com as chamadas Power Stones: HP (Hit Points) e ATK (Attack). Cada vez que o jogador avança em Pokémon Quest, ele recebe Power Stones mais poderosas e, assim, agregam o conceito de poder.Os ataques e a experiência podem ser alterados no sistema de training. Para isso, é necessário sacrificar outros Pokémon para que o alvo principal ganhe mais experiência ou troque o movimento especial – como a troca de growl por psychic, por exemplo. Esse método é facilitado caso os Pokémon usados tenham o mesmo tipo, mas nem sempre a probabilidade de sucesso é de 100%.
Para ser dos mestres o melhor, sacrifícios serão necessários. |
Analisando a estrutura de batalha, Tumblecube Island é separada inicialmente em doze áreas temáticas. Cada uma tem fraqueza a um tipo específico, ou seja, estratégias de quais tipos usar durante a partida são essenciais para evitar horas e mais horas atrás de Power Stones melhores. Esse fator, no início do jogo, é de certa forma injusto, já que as áreas 2 e 3 possuem fraqueza aos tipos fogo e planta, respectivamente. Ou seja, charmander e bulbasaur são, na teoria, indiscutivelmente melhores para o início da campanha de Pokémon Quest.
O sistema de batalhas é muito simples – característico de jogos mobile. Tão simplório que, se o jogador desejar, é possível acionar o modo de batalha automático, o que mostra como Pokémon Quest não se importa em demonstrar partidas emocionantes, tampouco oferecer opções para estratégias de ataque, já que os monstrinhos se movimentam sozinhos, ou uma inteligência artificial eficiente.
As batalhas podem ser desafiadoras, mas definitivamente não são o destaque do jogo. |
Como um master chef
Uma das características mais marcantes de Pokémon Quest é a “captura”, mas dessa vez pelo estômago. Através da criação de receitas variadas, cada uma específica a um tipo, o jogador é instigado pela curiosidade a buscar todas as formas possíveis de completar a Pokédex através dos ingredientes oferecidos pelo jogo.Além disso, o jogo permite o encontro com Shiny Pokémon – versões raras com cores alternativas – e, com o avanço do jogador, são desbloqueados novos instrumentos de cozinha que atraem Pokémon mais raros e com níveis superiores, mas que exigem mais ingredientes. A mecânica no geral funciona, porém, infelizmente, só é possível cozinhar uma receita por vez, a não ser que você pague com dinheiro real a expansão para até quatro receitas simultâneas, o que pode ser um desestímulo caso o jogador não queira pagar.
Pokémon Quest conseguiu cativar os caçadores de shiny. |
Free-to-start ou pay-to-win… eis a questão
O grande elogio para a parte financeira de Pokémon Quest é de não tornar o jogo o mais mercenário possível – ou pelo menos de tentar. O chamado PM Ticket, moeda virtual do jogo, não é escassa gratuitamente por dois motivos: prêmio diário de 50 PM Tickets e inúmeros desafios, as chamadas quests, que recompensam o jogador com moedas virtuais.PM Tickets são relativamente abundantes, e isso é bom. |
Não há nada mais frustrante que se dedicar a um jogo free-to-start e se deparar com uma compra de DLC obrigatória para continuar. Felizmente, Pokémon Quest não é o caso. Mesmo com moldes de jogos mobile, o novo spin-off da franquia cumpre bem sua função de preenchimento entre grandes lançamentos e tem todo o potencial para atrair grande parte dos fãs saudosistas e do público casual, principalmente se investir em futuras atualizações.
Prós
- Spin-off atrativo com grande potencial para atualizações;
- Cumpre sua missão de passatempo;
- Mecânicas de culinária bem vindas;
- PM Tickets acessíveis e muitas quests;
- Avanço justo do jogo sem necessidade de compra de DLC.
Contras
- Música e sons de batalha repetitivos e enjoativos;
- Sistema de ataques especiais desfavorável;
- Batalhas metódicas e com pouca influência do jogador;
- Inteligência artificial decepcionante;
- Longo tempo de recarga de energia.
Pokémon Quest - Switch / Mobile - Nota: 7.5Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vinícius Rutes