Uma aventura decepcionante
Hollow é um port para o Switch do jogo de PC lançado no ano passado, e a preguiça em realizar esse port é o primeiro grande problema do título. No computador é tudo uma maravilha: os gráficos são até bastante impressionantes e os frame rates são lisos. No Switch, porém os problemas são constantes. Quanto à qualidade gráfica, embora seja pior do que na versão original para PC, até rola certa ambientação competente dado o potencial do pequeno híbrido da Nintendo, mas a parte do desempenho é sofrível. Frame rate baixíssimo em vários pontos, slow downs constantes e até, pasmem, travamentos constantes. Em certas áreas, o jogo demora tanto para carregar o conteúdo que ele simplesmente trava, e isso acontece muito mais vezes do que poderia ser um mínimo aceitável.
Após alguns minutos de exploração tensa ao longo de uma base especial onde todos os objetos são parecidíssimos, a trama que envolve religião e alienígenas começa a se desenrolar, e o jogo espera que você, de tempos em tempos, destrua algumas criaturas assassinas que correm em sua direção. A regra é simples: headshot ou gg. Se você for obrigado a gastar mais de um tiro por criatura, às vezes é melhor resetar o jogo e começar de novo. Se você for obrigado a engajar em combate corporal com a criatura, desculpe, mas nada vai acontecer — você não conseguirá nem ao menos perceber que a criatura está levando dano, ainda mais de fato causar algum dano. Se você não encontrar a única pistola disponível e a arma de combate melee, também pode esquecer o progresso. “Ah, mas o jogo é difícil”, infelizmente Hollow é um pouco mais do que só isso.
Hollow é quase como se fosse um Metroid, só que você nunca quer jogá-lo. A história é fraca e irrelevante, mesmo que construída em cima de um mistério, o gameplay é tão desagradável que o jogador rapidamente esquece que existe uma história. Descobrir o que fazer, caminhar pela base e o backtrack em geral é excruciante: lento, repetitivo e totalmente entregue ao risco de travamentos constantes. A edição de som é até interessante: barulhos e vozes bem construídos floreiam a experiência da lenta caminhada do jogador a todo o momento, só que o voice acting é horrível e possui zero emoção, então nem a parte sonora de Hollow como um todo consegue se salvar, na minha humilde opinião.
Nem ao menos o “terror” é eficaz. O jogo não é assustador e nem parece tentar ser. Depois dos primeiros minutos, qualquer tipo de tensão é jogada pela janela e o jogo se torna um FPS ruim e com pouca luz, basicamente. Eu não consigo pensar em algum motivo para alguém comprar e jogar Hollow. Nada ali pode ser realmente aproveitado, principalmente existindo tantos jogos melhores em tantos aspectos. Talvez, quando acontecer aquela promoção especial da eShop, Hollow de repente custe 10 reais e você poderá até ficar tentado, mas resista e faça qualquer outra coisa. Não tem erro.
Prós
- Edição de som boa às vezes;
- Premissa interessante.
Contras
- Dificuldade ridícula;
- Movimentação lenta;
- Cenários repetitivos;
- Combate frustrante;
- História esquecível.
Hollow - Nintendo Switch - Nota: 3.0
Revisão: Luigi Santana
Análise produzida com cópia digital adquirida pelo redator