Dois anos depois do lançamento de Metroid Fusion (GBA), o Game Boy Advance recebe o remake do primeiro jogo da franquia lançado no antigo Nintendinho, Metroid: Zero Mission (GBA). Com gráficos e jogabilidade atualizadas para o famoso portátil da Nintendo, Zero Mission serve como um excelente pontapé inicial para os novatos da franquia.
Depois do lançamento de Super Metroid (SNES), a jogabilidade da franquia foi atualizada em Metroid Fusion (GBA), deixando os movimentos e controles da Samus mais fluidos e flexíveis, diferente do jogo anterior, em que a protagonista era mais travada e lerda. Aproveitando a nova jogabilidade, o Zero Mission repete a fórmula, aplicando-a para o primeiro jogo da franquia, dando uma cara nova e mais praticidade. O jogo foi dirigido por Yoshio Sakamoto, dando continuidade em sua direção na franquia.
Assim como no jogo base, Metroid Zero Mission narra a primeira missão da Samus, em destino a Zebes, para impedir os planos da Mother Brain que está controlando os Metroids e comandando os Space Pirates.
Mother Brain, em uma das cutscenes do jogo, vigiando a Samus. |
Jogabilidade - Controlando a Samus
Como falado acima, Zero Mission aproveita bastante da jogabilidade atualizada presente em Metroid Fusion. O movimento da Samus é mais leve, temos a presença do botão direcional de tiro, permitindo a Samus atirar em 8 direções. Contudo, temos algumas diferenças primordiais no Zero Mission que permitem controlar a Samus de maneira muito mais versátil, trata-se dos movimentos Wall Jump e Bomb Jump.
Em Metroid Fusion ambos movimentos são limitados. O Wall Jump precisava de duas paredes paralelas para ser executado precisamente. O Bomb Jump basicamente não existe, isso se deve à linearidade inserida no jogo. No Zero Mission, assim como no Super Metroid, ambos movimentos podem ser executados livremente, em especial, o Bomb Jump é executado com mais facilidade.
Bomb Jump e Wall Jump respectivamente. |
A presença desses movimentos permite a característica de sequence breaking, muito comum em Super Metroid. Além disso, possuímos os power-ups clássicos para a Power Suit da Samus: diferentes tipos de beams e mísseis para o arm cannon, e outros que aumentam a capacidade de movimento, como as Hi-Jump Boots que aumentam o pulo, o Speed Booster que aumenta a velocidade progressivamente, além de liberar outra habilidade icônica da protagonista, o Shinespark.
Por fim, a jogabilidade de Metroid: Zero Mission é bastante convidativa. Além do jogo ser um remake do precursor da franquia, ele serve bem para introduzir novatos às mecânicas usuais de Metroid de maneira prática e intuitiva.
Shinespark sendo executado. |
Zebes atualizado e reimaginado
Comparado com seu material base, Zero Mission traz elementos já presentes na franquia que permitem uma exploração mais precisa e menos maçante: o mapa de Zebes acessível pelo menu Start (agora não precisa ficar desenhando o mapa em um papel à parte!) e, a presença das Chozo Statues, que guiam objetivos a serem alcançados no planeta, trazendo uma linearidade ao jogo, a qual não prende o jogador, já que o Zero Mission permite a quebra de sequência como mencionado.
Parte do mapa de Norfair, em Zero Mission. |
Além disso, não se pode falar de Metroid sem mencionar os aspectos de imersividade presentes nele. Zero Mission replica os ambientes de Zebes, dando mais cor e vida aos cenários. Apesar das limitações do chipset de áudio do Game Boy Advance, a trilha sonora executada com o toque imersivo de Kenji Yamamoto (Super Metroid, Metroid Prime Trilogy) e Minako Hamano atualizam a trilha sonora, ambientando ainda melhor o planeta Zebes e contribuindo para a imersão clássica da franquia Metroid, eliminando a monotonia da exploração.
Por fim, o jogo traz um ato final novo, que inaugurou o traje Zero Suit da Samus. Tendo um toque mais stealth, o fim do jogo traz um estilo novo de exploração que é interessante e pode ser melhor trabalhado em futuros títulos da série. O estilo stealth já havia sido estruturado minuciosamente em Metroid Fusion, e mais trabalhado nesse cenário final de Zero Mission.
Zero Suit Samus, no artwork do jogo |
A melhor entrada para a franquia
Metroid: Zero Mission é uma excelente releitura do primeiro jogo da franquia e uma perfeita porta de entrada para todos que queiram conhecer a série. Seguindo a linha, o remake do obscuro Metroid II, lançado ano passado para a família 3DS, Metroid: Samus Returns é uma ótima continuidade para seguir na franquia após Zero Mission.
Revisão: João Paulo Benevides