Emplacando algumas premiações e até indicações de jogo do ano para o título, Castlevania: Order of Ecclesia foi o terceiro e último jogo da série para o Nintendo DS que teve uma excelente recepção pelos fãs da série, sendo esse considerado uma mistura entre Symphony of the Night (PS) e Simon’s Quest (NES), dois grandes clássicos da franquia, além de possuir um nível de dificuldade acima da média, balanceando a sua qualidade.
Lançado no dia 21 de outubro de 2008 nos Estados Unidos e produzido por Koji Igarashi para a Konami, Order of Ecclesia se passa após os acontecimentos em Symphony of the Night, em meados do século XIX. Com o desaparecimento do clã dos Belmont e uma nova ameaça do ressurgimento do Drácula, surgem alguns novos clãs para impedir os planos do senhor das trevas e, dentre eles, uma organização chamada Ordem de Ecclesia, responsável por forjar a tríade de glifos chamada Dominus, mágicas criadas a partir dos restos do próprio Drácula (Raiva, Ódio e Agonia) que seriam capazes de selar o vampiro. O glifo de Dominus é tão poderoso que basta apenas um para consumir qualquer usuário que absorvê-lo, pois sendo poderes do senhor das trevas, sua vontade poderia facilmente possuir a mente de seu portador.
A tríade de glifos Dominus: Agonia, Ódio e Raiva |
Mesmo que no título anterior do DS, o Portrait of Ruin, em que era possível jogar com Jonathan Morris e Charlotte Aulin simultaneamente, aqui temos pela primeira vez uma personagem feminina como única protagonista da história cronológica de Castlevania, ao em vez de um homem. Seu nome é Shanoa, membro da Ordem de Ecclesia, que foi designada como recipiente para os glifos Dominus por Barlowe, seu mentor e líder da Ordem. Shanoa era a única conhecida capaz de suportar os poderes de Dominus, mesmo que seus eles pudessem lhe causar dano.
Albus e Shanoa |
No controle da Heroína
Diferentemente dos jogos anteriores da série, que possuíam armas secundárias e habilidades, aqui elas se apresentam como glifos, já citado anteriormente, que são absorvidas pela personagem ao derrotar monstros e chefes ao longo da jornada. É possível também adquiri-los em eventos específicos dentro do game. Tais artefatos podem ser desde armas normais, como espadas, martelos, arcos, como também tanto na forma de feitiços ativos para causar dano ou defender a heroína quanto passivos, que nos concedem habilidades essenciais para o avanço da jornada.
Shanoa pode equipar até três glifos de uma vez: um em cada mão e um terceiro nas costas como habilidade secundária. Usar glifos consome a barra de magia, que pode se recuperar rapidamente caso o jogador não use nenhum ataque. Alguns glifos específicos ainda podem ser combinados, gerando ataques mais poderosos, mas ao contrário de golpes normais, esses especiais gastam a barra de vida, que pode se recuperar ao matar inimigos ou destruindo objetos no decorrer do caminho.
Ao desenrolar da trama, Shanoa descobre que Albus sequestrou treze habitantes da aldeia Wygol Village, aprisionando cada um deles em locais escondidos nos níveis pelos quais percorremos a nossa missão. Salvar os habitantes faz parte da história principal do game e nos ajuda a adquirir melhorias ao desenrolar da trama, pois estes quando salvos nos dão missões secundárias em que podemos receber recompensas como armas, equipamentos ou dinheiro, sendo que posteriormente alguns destes itens podem ser readquiridos na loja da aldeia, que vão desde itens consumíveis até equipamentos quais muitos deles não podem ser encontrados nos baús durante ao longo da aventura.
O gameplay com a nossa Heroína |
Mapas dinâmicos e dificuldade hardcore
Outro ponto diferente no jogo é o mapa. Diferente da maioria dos jogos anteriores onde temos apenas um castelo para explorar, aqui encontramos níveis distintos que remetem aos antigos jogos da série, mas que podem ser amplamente explorados. Assim que o fim da área é alcançada, voltamos para o mapa onde podemos escolher o próximo local. Tais níveis são abertos ao avançar do game, e algumas áreas dentro dos níveis só poderão ser acessadas com habilidades específicas, como o famoso pulo duplo. Isso tudo faz com que o jogador tenha que voltar em locais já explorados anteriormente, tirando maior proveito do mapa.
Cada ponto no mapa contem sua própria área separada dos demais estágios |
Order of Ecclesia possui uma variedade maior de inimigos do que seus títulos antecessores para o DS, além de presentear aos fãs saudosistas da série com a reciclagem de inimigos clássicos. Os chefes são bastante variados, cujas batalhas se fazem necessárias estratégias de combate para derrotá-los. O nível de dificuldade é alto, não só nos bosses mas como em todo seu enredo, forçando o jogador a se esforçar mais no game ou irá se deparar várias vezes com a tela de game over.
Os gráficos são incrivelmente bonitos com uma arquitetura bem trabalhada, caracterizada pelo estilo gótico da série. Os personagens, inimigos e chefes são bem detalhados em sprites que não deixam nada a desejar. A trilha sonora se mostra a melhor dos três títulos para DS e se faz rica em mais detalhes, além de possuir a opção de vozes tanto em japonês quanto em inglês.
O jogo possui um final ruim e outro bom, porém, para acessar o melhor final, é necessário realizar vários requisitos, o que torna a jogatina mais extensa e a exploração mais aprofundada, que para os fãs da série é algo muito positivo, pois também possui um modo onde é possível jogarmos com outro personagem, além de modos alternativos com recursos online que estendem ainda mais seu gameplay.
Estratégias mais elaboradas se faziam necessárias para derrota dos bosses |
Em todo, Order of Ecclesia se mostra um grande game em todos os aspectos com uma excelente trilha sonora, trama envolvente cheia de reviravoltas e plot twists, jogabilidade muito bem fluida, gráficos realmente agradáveis e diversão garantida, tornando um item indispensável para os fãs da série ou para jogadores de primeira viagem que não têm medo de enfrentar uma aventura um pouco mais hardcore.
Revisão: João Pedro Boaventura