Análise: Death Road to Canada (Switch) é uma nova adaptação do gênero zumbi

Atravessar os Estados Unidos pela estrada nunca foi tão divertido.

em 21/05/2018

É difícil falar do gênero zumbi no mundo dos jogos sem se lembrar de Resident Evil ou de The Walking Dead, por exemplo. O sucesso resultante de massivas horas esquartejando mortos-vivos manteve sua fórmula durante um longo tempo. Entretanto, ao mesmo que Death Road to Canada (Switch) apresenta a mesma temática, ele também se mostra pronto para misturar elementos de diversos gêneros a fim de criar uma narrativa randômica de excelência.

Canadá, eh?

O enredo é bem simples: você, nos Estados Unidos, deve dirigir, acompanhado ou não, até o Canadá durante 15 dias, na cronologia do jogo, por motivos de sobrevivência. A sacada da Rocketcat Games foi transformar o jogo em duas partes – uma para você tomar decisões a respeito de diversas situações aleatórias e outra para enfrentar zumbis, encontrar suprimentos e recrutar novos membros – tudo de forma randômica, ou seja, você possivelmente nunca jogará a mesma história duas vezes.

Antes de começar a jogatina, é notável a qualidade oferecida pela customização dos personagens. Para tanto, além de roupas e feições, você pode também adicionar traços e habilidades que combinem com seu estilo de jogo e que você possa julgar mais importante. Porém, se seu desejo é descobrir aos poucos as características de personagens aleatórios, o jogo te oferece essa possibilidade – com nomes bem exóticos, diga-se de passagem.

As variações de personagens tendem ao infinito.
Além disso, os modos de jogo são favoráveis para uma maior duração do interesse. Com diversas maneiras de pegar a estrada, é relevante mencionar que ao completar os modos mais simples, Death Road to Canada te oferece modos mais desafiadores e longos – que vão além dos quinze dias da campanha normal.

Os modos com personagens familiares e raros merecem destaque. Vão desde lutadores famosos e rainhas fadas até uma versão jogável do Octodad e uma paródia do personagem Garfield (nomeado de Garfielf).

Mesmo assim, o jogo pode soar um pouco enjoativo depois de um tempo, visto que, ao iniciar várias partidas, é notável uma semelhança entre os locais explorados e os eventos ocorridos, levando a previsões óbvias sobre as ações efetivas e um provável desinteresse para alguns jogadores.

As versões alternativas podem te prender por um bom tempo em busca das terras canadenses.

Vamos pegar a estrada



O primeiro formato do jogo é baseado em reagir a diversas ocasiões aleatórias que serão propostas. Escolher se a melhor opção é explorar um mercado ou uma farmácia, qual integrante do grupo deveria invadir um acampamento ou se seria melhor parar para descansar. Essas são algumas das diversas situações apresentadas.

As características dos personagens são outro forte do jogo. Com o passar dos dias, as situações que ocorrem como por exemplo, um estrago no carro, revelam as características dos personagens, antes não mencionadas, incluindo conhecimento mecânico ou se eles têm moral com o grupo para tomar decisões importantes. Essa descoberta promove uma seleção de ações que, futuramente, podem melhorar características fundamentais para a sobrevivência em uma horda de zumbis.

Contudo, é importante salientar que o jogo não possui tradução para o português, o que pode ser um problema para jogadores sem fluência em inglês, por exemplo, visto que o entendimento dos diálogos é parte essencial para uma melhor experiência.

É muito interessante assistir à evolução e à relação dos personagens.

… E os zumbis? 



Esse é um dos pontos fracos do jogo. O combate é muito simples e isso o torna repetitivo e enjoativo rapidamente. Depois de um tempo jogando, a vontade é de evitar todos os mortos-vivos, pegar os suprimentos nas lojas e voltar para o carro. Logo, o risco de morte poderá aparecer apenas se houver um grande acúmulo de zumbis e, graças ao sistema de apenas um botão para atacar, nessa situação, é quase impossível.

Ninguém disse que seria fácil.
Com isso, durante os cinco últimos dias da jogatina regular, as invasões e os eventos de sobrevivência são exagerados – justamente para induzir a morte do jogador – e que, pela geração randômica do jogo, podem determinar se você vencerá ou não.

Parte da diversão se encontra na tentativa de melhorar a performance todas as vezes. Com os chamados Zombo Points (ZP) recebidos durante as viagens, ele permite melhorias em diversas características do personagem, fazendo com que a tentativa de êxito seja mais precisa na próxima tentativa.

Fator Multiplayer


Outro destaque de Death Road to Canada é o modo co-op. Como o jogo comporta uma simplicidade de controles, destacar um Joy-Con e convocar um(a) amigo(a) para a jogatina em grupo pode ser uma boa pedida.

Mesmo com tais elogios, a transição de tela, quando o jogador 1 entra em uma casa, por exemplo, para o segundo jogador pode ser um pouco complicada, mas com o tempo ambos entram em sintonia. Enfim, somado ao modo portátil do Switch, a possibilidade de matar zumbis em qualquer lugar sempre acompanhado é oportuno e merece destaque ao console da Big N.

Em síntese, Death Road to Canada é um jogo prático, cômico e que exige entendimento da língua  inglesa para um total aproveitamento. A vantagem híbrida oferecida pelo Switch é notória, principalmente pela manutenção da qualidade em ambos os modos, e, pelo preço cobrado, é um investimento de dezenas de horas de diversão – seja sozinho ou acompanhado.

Prós

  • Grande diversidade de customização;
  • Narrativa com escolhas valoriza a inserção do jogador na história;
  • Modo co-op somado à portabilidade funciona muito bem.

Contras

  • Similaridade de cenários e eventos tornam o jogo repetitivo rapidamente;
  • Combate muito simples e enjoativo.
Death Road to Canada - PC / Android / iOS / PS4 / XBO / Switch - Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch

Revisor: Vinícius Rutes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Rocketcat Games

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Paulo Vinícius
É estudante e apaixonado por games desde seu primeiro contato com Duck Hunt e Ice Climbers do nintendinho em 2002. Fanático por Pokémon e admirador de diversas franquias, reúne seu tempo livre para escrever e tentar colocar as matérias da faculdade em dia.
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