Os jogos casuais, tão comuns nos smartphones, estão ganhando cada vez mais espaço nos consoles. Clustertuck é um desses, mas ele se destaca no meio da multidão. Por quê? Acompanhe a nossa análise para descobrir.
Quando foi lançado para PC em 2016, Clustertruck atraiu holofotes pelos vídeos dos youtubers, que começaram a fazer gameplays quando este ainda estava em beta. Rapidamente o game se tornou um fenômeno, trazendo uma mecânica nova e curiosa: você está em cima de um caminhão e precisa chegar até o final da corrida sem cair ou ser atingido por nada. A versão lançada recentemente para Switch traz o mesmo jogo, sem nenhum extra a mais. O bom é que a diversão e o desafio também continuam os mesmos.
Clustertruck é um jogo de plataforma em primeira pessoa, o que por si só já chama a atenção. Mas ao aliar a jogabilidade do parkour com a premissa absurda de um mundo em que caminhões colidem sem motivo algum, o game se tornou realmente único. Junte a isso o fato de que as fases são realmente difíceis de passar e temos um entretenimento casual que pode te distrair por muito tempo. No entanto, nem tudo são maravilhas, e no Switch alguns dos problemas se acentuam.
Controles pouco otimizados
Tive a oportunidade de testar outra versão deste jogo e é notável o fato de que, no Switch, o nível de sensibilidade dos controles é muito maior. Principalmente no que se refere ao analógico direito (responsável por permitir uma visão panorâmica da fase) a resposta é rápida demais e fica muito difícil ajustar o toque, principalmente considerando o tempo de reação que você precisa ter. Tirando isso e algumas pequenas quedas de frame rate, não notei nenhum outro problema na versão para Switch. Importante pontuar, no entanto, que a experiência de jogar no modo portátil não é tão agradável assim, sendo mais confortável utilizar a televisão e, de preferência, o Pro Controller.Sobre os controles, eles são bem básicos: você se move no analógico esquerdo, pula apertando “A” e corre com “ZR”. Fora isso, é possível também ativar habilidades utilizando os botões “L” e “ZL”. Essas habilidades podem ser desbloqueadas conquistando pontos nas fases. Com esses pontos é possível comprar habilidades como pulo duplo, air dash, jetpack e time slow. Esses extras possuem duas categorias, movimento e utilidade. É possível manter duas delas ativadas simultaneamente (uma de cada categoria), o que vale muito a pena. Sem nenhuma habilidade extra é quase impossível passar por algumas fases. Na verdade, concluir ou não os desafios depende menos do jogador do que deveria, e esse é um problema não da versão do Switch, mas da proposta do jogo em si.
Além da campanha principal, existem fases temáticas de Halloween e Natal. |
Lutando contra o caos
Uma das coisas mais frustrantes de Clustertruck é que o game tem pouca relação com entender as mecânicas e se tornar melhor a cada partida. Como a física do jogo reage de maneira diferente a cada vez, você nunca sabe exatamente o que vai acontecer. Assim, ao tentar diversas vezes passar por um desafio, dá pra perceber o que não deve ser feito. Mas o resto é puro acaso.Isso é bom por um lado, pois torna o jogo sempre desafiador, mas péssimo por outro. Afinal, na maior parte do tempo você depende apenas da sorte para conseguir chegar inteiro até o fim. Se existe uma recompensa nisso tudo, ela está na sensação incrível de vencer qualquer um dos desafios. É como se a junção entre a sua competência e o destino operando a favor tornassem a vitória ainda mais valiosa. Coisa estranha, eu sei, mas isso é viciante ao ponto de você insistir mais uma vez, e mais uma vez, até perceber que já sofreu mais do que gostaria.
Você vai ver essa tela muitas, muitas vezes. |
Uma metáfora da vida
Não acredito que os desenvolvedores tenham pensado em algum propósito muito grandioso para Clustertruck. É uma experiência divertida e sem grandes pretensões - exatamente o que cada um de nós precisa de vez em quando. Mas, jogando, e me frustrando durante cada uma das dezenas de vezes que tive que repetir as mesmas fases, pensei no seguinte: esse jogo é uma metáfora da existência. Por mais que você se esforce e queira controlar todas as possibilidades e circunstâncias, no final uma parcela muito grande do sucesso depende da aleatoriedade da vida. Não podemos prever o que acontecerá daqui a pouco, como não temos como saber como será a colisão entre os caminhões na nossa frente.Dito isto, e voltando para o mundo real, Clustertruck entrega o que promete: diversão pura e simples, assim como algumas horas de entretenimento e frustração. Não parece ser um jogo pra todo mundo. Se você viu um vídeo de alguém jogando e se divertiu, não quer dizer que vai encontrar a mesma sensação quando estiver no controle. Mas eu diria que vale a pena tentar.
Prós
- Level design bem executado;
- Variedade de fases e desafios;
- Clima de velocidade empolgante.
Contras
- Controle sensível demais no Switch;
- Jogo frustra pela imprevisibilidade.
Clustertruck - Switch - Nota: 7.0
Revisão: Vinícius Fernandes
Análise produzida com cópia digital cedida pela tinyBuild
Análise produzida com cópia digital cedida pela tinyBuild