Análise: SUPERBEAT: XONiC (Switch) é um jogo de ritmo excepcional

Este título se destaca com desafio acentuado, jogabilidade acessível e uma trilha sonora variada.

em 07/11/2017

Basta ver alguma imagem ou vídeo de SUPERBEAT: XONiC para perceber que este jogo de ritmo é bem frenético: o visual é marcante com cores neon e as sequências de notas são bem complexas. Dos mesmos criadores da série DJ MAX, o título traz uma experiência bem intensa e ao mesmo tempo acessível. Lançado anteriormente para PS Vita, PlayStation 4 e Xbox One, SUPERBEAT: XONiC chega agora ao Nintendo Switch e é facilmente um dos melhores jogos do gênero já lançados para o console.

Ritmo intuitivo e complexo

SUPERBEAT: XONiC é um jogo de ritmo nos moldes tradicionais, ou seja, o objetivo é executar sequências no ritmo da música. As notas surgem do centro da tela e o comando deve ser executado quando elas se sobrepõem ao marcador nos cantos. Algumas marcações necessitam de um simples toque, já outras, exigem segurar os comandos — a complexidade vem da combinação desses elementos. É possível usar os botões ou a tela de toque (ou uma combinação de ambos) para jogar.

Existem três maneiras distintas de jogar. Na modalidade 4TRAX há quatro faixas de notas, no modo 6TRAX são seis faixas, já o 6TRAX FX adiciona também os botões L e R. Em todas as opções, existem notas que exigem mover as alavancas analógicas ou arrastar o dedo pela tela. Por fim, dentro de cada uma das modalidades, a dificuldade varia de acordo com a música.


Os comandos do título são intuitivos e fáceis de entender, mas isso não significa que é um jogo fácil: fora algumas músicas simples, as sequências de notas de SUPERBEAT: XONiC são bem complexas. Em um primeiro momento, eu me senti um pouco sobrecarregado com a ação e com a quantidade de notas, porém, pouco a pouco, fui entendendo a estrutura do jogo, consegui evoluir e obtive boas classificações nas músicas. É muito recompensador executar perfeitamente alguma sequência complicada, como trechos que exigem ações simultâneas entre alavancas e botões.

O balanço da dificuldade é boa e jogadores menos experientes conseguem se divertir bem só no modo 4TRAX. Já o modo 6TRAX FX é recomendado para veteranos em jogos de ritmo, pois é bem complicado dar conta de oito botões e duas alavancas analógicas. Há, também, algumas opções capazes de atenuar (ou intensificar) a dificuldade, tornando o jogo acessível a vários tipos de jogadores. Na maior parte do tempo, jogo nos modos 4TRAX e 6TRAX — eu me pergunto se algum dia terei habilidade suficiente para encarar a maioria das faixas no 6TRAX FX.


Algo que me incomodou um pouco foram os controles. Ao utilizar os botões, é um pouco complicado executar algumas sequências complexas que têm notas com a alavanca no lado esquerdo por conta da disposição dela no controle do Switch: é necessário mover o dedo para cima, movimento esse bem mais difícil de executar do que do lado direito, onde a alavanca fica abaixo dos botões. Com muito treino eu consegui minimizar esse problema, porém, eventualmente, ainda erro notas por conta disso. Uma opção de customizar os controles ajudaria bastante nesse aspecto, infelizmente o jogo não oferece isso.

Controlar o jogo por meio da tela de toque no modo portátil funciona muito bem e a resposta é ótima, mesmo em momentos bem frenéticos. Entretanto, tive problemas com dois tipos de notas. Uma delas exige arrastar o dedo pela tela em uma direção específica e nem sempre esse comando é registrado corretamente (e, aparentemente, é um defeito presente também na versão para PS Vita). Já o movimento de deslizar pela tela parece exigir uma precisão extremamente alta e bastam alguns poucos milímetros incorretos para errar. Assim como os controles com botões, consegui minimizar esses problemas com treino. Só fiquei levemente decepcionado com o fato de que o modo 6TRAX FX não pode ser jogado completamente só na tela de toque, pois exige apertar os botões L e R em notas específicas.


Uma experiência focada na música

SUPERBEAT: XONiC conta com mais de 65 músicas de gêneros variados, como pop, house, metal e trance; a seleção é bem eclética e capaz de agradar a diferentes tipos de jogadores. A maior parte das composições são originais e bastam algumas partidas para escolher suas favoritas — quando dei por mim, músicas como All Night Long, Murky Waters e Let’s Go grudaram na minha cabeça. Há, também, uma faixa vinda da série de luta Guilty Gear, e a versão de Switch receberá sete músicas via DLC gratuito. Todas as faixas são acompanhadas de uma animação de fundo abstrata e uma bela arte de capa.

A variedade de gêneros da trilha sonora é grande, porém há prevalência de estilos como electro, trance e pop. Isso se justifica pela premissa do título: o jogador é um DJ, logo, faz sentido uma trilha sonora que funcione bem na pista de dança. Há um esforço de trazer faixas únicas, como a composição somente com pianos “Morning Calm”, a interessante mistura de eletrônico e sinfônico “H.O.W.ling” e músicas do gênero metal. Entretanto, elas são minoria — se um estilo mais “pista de dança” não te agrada, SUPERBEAT: XONiC não será interessante.


As faixas podem ser jogadas em três modos diferentes. O “Stage Play” consiste em três estágios jogados em sequência, com uma classificação no final. No “Free Play” é possível escolher a faixa e a dificuldade livremente. Já o “World Tour” apresenta missões, como vencer uma sequência de músicas sem errar mais do que dez vezes ou conseguir uma pontuação mínima em uma situação adversa (como notas que desaparecem, por exemplo). Experiência é obtida ao completar estágios, e novas músicas, ícones de perfil e sons são liberados ao subir de nível. Os ícones são interessantes por terem algum efeito especial, como melhorar a barra de energia, bloquear alguns erros ou aumentar a quantidade de experiência recebida. Por fim, há também um ranking online para comparar a pontuação com outros jogadores.

É fácil perceber que o foco de SUPERBEAT: XONiC é nas mecânicas de ritmo e na trilha sonora, afinal, o visual é simples e os modos basicamente consistem em jogar as músicas (salvo o modo World Tour). A mecânica de experiência para liberar ícones e músicas é um bom incentivo, porém perde o sentido depois de desbloqueadas todas as músicas. Senti também falta de alguns extras que considero interessantes, como uma galeria com as artes de capa das faixas ou um player para ouvir as músicas. De qualquer maneira, as mecânicas de jogo são sólidas e combinam perfeitamente com a trilha sonora, o que torna ótima a experiência.


Ritmo viciante

SUPERBEAT: XONiC empolga com suas excelentes mecânicas de ritmo e desafio intenso. É muito divertido executar os padrões complexos de notas ao som de músicas agitadas e viciantes, seja usando botões ou seja tocando na tela. É notável também o fato de que o jogo é acessível para jogadores de diferentes níveis de habilidade, por conta da presença de várias opções de dificuldade e ajustes. O foco é no básico, logo, faltaram algumas atividades extras. Sendo assim, SUPERBEAT: XONiC é imperdível para fãs de jogos rítmicos.

Prós

  • Mecânica de ritmo simples de aprender, porém difícil de dominar;
  • Boa variedade de estilos musicais;
  • Opções de dificuldade para vários tipos de jogadores.

Contras

  • Pequenos problemas com os controles;
  • Ausência de alguns extras, como galeria.
SUPERBEAT: XONiC —Switch — Nota: 8.5
Revisão: Alberto Canen
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é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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